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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Como um dono de bar deve se portar

Esta é menos que uma história, é o registro de uma cena, um acontecimento fugaz e pequeno ocorrido na noite, mas saboroso, divertido e humano mais que o bastante para ser guardado neste blog, que possui em seu acervo tantas tranqueiras menos ricas e dignas de serem registradas, então vamos a ele.
Já  revelei aos bravos leitores que fui elevado à categoria de frequentador preferencial, de elite, de 'patrimônio histórico' de um bar da Rua Angústia(será que esse trocadilho rasteiro ainda funciona? Os bravos e poucos leitores certamente já deduziram o real nome da rua há tempos, certo? Bem, que isso fique para outra ocasião). Pois bem, claro que há outros membros dessa elite etílica notívaga desse ilustre ponto da boêmia paulistana e claro que para ser membro dessa elite é obrigatório travar relações de amizade, mesmo que limitada aos encontros noturnos  nas mesas do bar,  com os demais membros.    
Em nosso último encontro, nós, os não mais que cinco membros dessa elite assim nomeada pelo dono da taverna, passamos a relembrar histórias recentes e outras nem tanto que vivemos no próprio bar, daí cada um passou a relatar quando e em que circunstância conheceu o local e passou a frequentá-lo. Sou o segundo mais novato do grupo, conheci o bar em meados de 2012, já o decano da turma é habitué há pelo menos vinte anos, e foi ele quem nos proporcionou essa pitoresca historieta:
Era alta madrugada de uma noite em que a Rua Angústia fervilhava, em uma época em que as damas da noite, as mulheres da vida, eram ainda mais numerosas e chamativas nas calçadas da Angústia que nos tempos atuais; várias delas paravam no referido bar para beber algo, engolir uma dose de café misturado com conhaque vagabundo, enfim fazer uma pausa de sua labuta sexual. Uma dessas damas noturnas era tão frequente no bar que praticamente todos os outros frequentadores a cumprimentavam e papeavam com ela, tratando-a como velha conhecida, e conhecer melhor nosso amigo narrador dessa história ela quis, conhecê-lo biblicamente... Ele se interessou pela coisa, afinal, segundo descreveu, a moçoila em questão era bastante atraente, mas, cauteloso e desconfiado como era, resistia a se engraçar com uma profissional do ramo ali, em plena noite e balcão de um bar em que conhecia e era conhecido por quase todos. E ainda por cima, não portava preservativos no bolso, pois fora ao bar apenas para uma cerveja rápida, se esquecendo dos ótimos imprevistos e acasos que a vida por vezes proporciona.      
Mas é claro que sua parca resistência foi vencida sem dificuldade pela moça e seus encantos. Nosso amigo entregou-se a seu prazeroso destino mas enquanto trocava as primeiras e ainda pudicas carícias com a bela dama, perguntava-se como faria para conseguir o apetrecho do sexo seguro; eis que o dono do bar surgiu a sua frente, com uma camisinha em punho, que passou ao herói dessa história sem dizer palavra e voltou para a parte de trás do balcão. 
Mas uma coisa encafifava nosso amigo: o nome da dama da noite. Passados quase quinze anos, se desvaneceu como a fumaça de uma tragada de cigarro se perde no ar noturno. Pois nesse exato momento, o dono do bar passava por nós; ele não teve dúvida: chamou-o e ao relembrou a cena, no que Zé(nome fictício, claro), respondeu no ato:  
- Ah, a R**!!!
Nos encaramos e caímos na gargalhada, pasmos com a facilidade e convicção com ele lembrou-se do evento e do nome da moçoila. 
Após mais risadas e os comentários bobos de praxe, fiz a observação:  
- Cara, é por isso que você está no ramo dos bares noturnos há trinta anos e é tão respeitado e benquisto. Você trata os bons clientes da forma que eles merecem ser tratados,  isso que você fez é o que todo verdadeiro boêmio espera de seu bar favorito!

Saudações  canalhas e cafajestes

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXXXVI

"É momento de renovar não votos de porra nenhuma escrota como casamento, mas de renovar o conselho que dou a vocês regularmente: jamais se casem!!!"

Este escriba, como sempre bêbado mas lúcido,  repetindo seu mais frequente conselho a seus amigos de verdade, durante uma conversa, em um bar sujo e atraente qualquer do Centro, em que  caímos nesse tema pesado, macabro, maligno, sombrio e repelente  que é o casamento cristão-burguês-monogâmico, conversa durante a qual ele lembrou, entre risadas, que era' hora de renovar não nenhum voto ridículo de amor e fidelidade eterno, mas sim, renovar o aviso para que vocês não cometam essa burrada,ha ha ha!!'

Saudações canalhas e cafajestes   

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Uma porção de sabedoria de um dos mais sábios homens que já viveram




Trechos selecionados de Totem e Tabu, uma das maiores obras de um dos maiores pensadores que a humanidade já teve em suas fileiras, Sigmund Freud:

"Sem sombra de dúvida, a evitação mais difundida e rigorosa (e a mais interessante, do ponto de vista das raças civilizadas) é a que impede as relações de um homem com a sogra.(...)
Como sabemos, as relações entre genro e sogra são também um dos pontos delicados da organização familiar nas comunidades civilizadas. Essa relação não está mais sujeita a regras de evitação no sistema social dos povos brancos da Europa e da América, mas muitas discussões e desentendimentos poderiam freqüentemente ser eliminados se a evitação ainda existisse como um costume e não tivesse de ser recriada pelos indivíduos. Poderá ser encarado por alguns europeus como um ato de alta sabedoria por parte desses selvagens terem impedido inteiramente, através de suas regras de evitação, qualquer contato entre duas pessoas colocadas em relação tão chegada uma com a outra. Quase não comporta dúvida o fato de que alguma coisa na relação psicológica da sogra com o genro cria hostilidade entre eles e torna difícil a convivência. Mas o fato de que nas sociedades civilizadas as sogras sejam tema constante de piadas parece-me sugerir que a relação emocional em jogo inclui componentes nitidamente contrastantes, ou seja, acredito que esta relação seja na realidade uma relação ‘ambivalente’, composta de impulsos conflitantes afetuosos e hostis."

E ainda há quem critique o grande austríaco criador da psicanálise e considere os povos 'selvagens' 'atrasados' e 'primitivos'...

Saudações canalhas e cafajestes