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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Uma pequena e singela lição de humildade ao canalha

Este escriba estava no seu bar favorito, praticando a nobre arte de jogar conversa fora misturada com altas pirações filosóficas, com outros notórios frequentadores do bar. Um deles, pouco mais velho que este canalha que vos escreve, cursou o que hoje se denomina ensino médio - então chamado de segundo grau ou colegial -  na mesma escola em que cumpri o mesmo estágio da vida escolar, escola há muito uma das melhores, senão a melhor de ensino público de nível médio da cidade(não, não darei o nome, seria mais uma pista sobre minha identidade, algo que preservo com todo cuidado que minha idiotice  e descuido permitem).

Passamos a trocar figurinhas sobre a escola, seus funcionários pitorescos, professores, confusões e não demoramos a lembrar e reverenciar uma professora lendária que lá lecionou por muitos anos, uma professora daquelas - rígida, durona, excelente no ofício e muito querida pelos alunos. Acontece que esta professora era reverenciada também por seus dotes físicos: quando lá estudamos (sempre lembrando, ele passou pela escola uns anos antes que eu) ela era uma bela loira de olhos claros e corpo bem torneado, que levou hordas e hordas de adolescentes que lá passaram a imaginar outras lições sendo ensinadas por ela a eles...

Foi então que narrei um pequeno evento do qual me orgulho até hoje, aquelas coisas que o homem conta de peito cheio, ufanando-se de suas cara de pau, ousadia e canalhice, como se só ele fosse capaz de tal ousadia. 

Acontece que esta professora era durona, não aliviava e boa parte da sala ficar de recuperação em sua matéria(também não direi qual disciplina) era rotina no final de ano. E lá íamos nós passar parte considerável das férias estudando.

Pois bem. Chega o grande dia da prova de recuperação(no final de janeiro!), praticamente todos se safam(ela aliviou  bastante na prova, queria era nos dar uma última lição e não nos reprovar, verdade seja dita). A alegria era tanta que este tipinho, ao ver sua nota e saber que escapara do pior, não resiste e no alto de seus recém-completos 16 anos, falta de noção, cara de pau, ousadia e coragem, tomado pelo alívio e pelo desejo que aquela linda loira lhe causava, simplesmente dispara:

- Professora, obrigado, estou tão feliz, posso dar um beijo na senhora?(claro, as palavras exatas não foram essas, exceto a última frase)

Ela faz uma cara meio de divertimento, meio resignada, como se aquilo não fosse novidade para ela, ganha um beijo estalado na bochecha, seguido por outros beijos, já que os tipinhos que eu suportava naquela turma resolveram me imitar.

Contei a história na mesa do bar para os demais de peito cheio, orgulhoso, rindo. Pois eis que o outro membro da roda de conversa que também estudou na escola, após ouvir atentamente e rir muito, como os demais, revela com a maior tranquilidade:

- Cara, realmente a "X" enlouquecia a homarada lá na escola, mas essa coisa de aluno querer beijá-la no rosto era rotina. Tinha um cara na minha sala, um japonês xarope, que na última semana de aula topou com ela no corredor, lotado, chegou para ela e disse, bem alto:

- Professora, muito obrigado por tudo que nos ensinou e por suas excelentes aulas! - e em seguida abraçou a mulher e tascou um beijo no rosto, para espanto de todos.

Rimos mais ainda, os demais participantes da mesa se puseram a pedir detalhes dos atributos físicos da professora e continuamos a beberagem e papo, mas esse evento ficou marcado na minha cabeça febril como material para uma postagem aqui na tranqueira, o que finalmente aconteceu, como estão lendo.

As reflexões que esta pequena, banal mas divertida historinha deixa: 

Todo canalha, principalmente quando bem jovem e dando os primeiros passos na arte de ser insinuante, ousado e intrépido com as mulheres, se julga único, pioneiro e inovador em suas ações e palavras. HA! Ledo engano da arrogância juvenil. Muitos outros fizeram o mesmo antes de você e muitos depois farão o mesmo, o que nos leva à segunda e mais profunda reflexão gerada por esta narrativa:

Na devida escala de tempo, tudo que um ser humano faz/cria/comete e parece criativo, único e muito pessoal aos seus olhos e aos diretamente envolvidos,  acaba por acontecer inúmeras vezes, não passa da repetição de imutáveis comportamentos humanos, e nisso reside sua verdadeira beleza.

 

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXV

 "Há uma diferença muito importante entre fantasmas e demônios: os últimos são reais."

De um colaborador inesperado e (muito) eventual desta tranqueira, durante uma conversa em que três canalhas (este incluso) relatavam os maiores problemas, dores de cabeça e horrores que tiveram com a ex- mais louca e problemática de suas vidas. O pensamento acima define à perfeição a diferença entre dois tipos de mulheres: as que nos intrigaram com suas atitudes, nos irritaram com outras,  por vezes sumiram sem deixar rastros e que lembramos como um enigma incômodo, mal ou nada explicado; e as que nada tinham de misterioso ou fugidio, eram sim verdadeiros seres das trevas que acabaram com nossas vidas!     Adivinhe a qual dos dois seres sobrenaturais enumerados acima associamos as nossas adoráveis ex-damas?

 

Saudações canalhas e cafajestes  

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Instantâneos da cidade - XVI


 Reparem na belíssima palavra bem no centro da imagem, que nomeia uma das maravilhas supremas da natureza, do cosmo, grafada na mureta que delimita o final do Vale do Anhangabaú e o começo da Praça da Bandeira/Avenida 23 de maio, no coração de São Paulo. Mal vi, saquei o celular e registrei esta obra de um artista anônimo, pois obrigatória que aparecesse nesta nobre seção desta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

O que não fazemos por uma novinha - parte II(ou: A novinha do chevette ataca novamente!)

 



 Após muitos desencontros, escapadas, estranhas dificuldades para responder mensagens, ainda mais estranhas sumidas(que para um canalha curtido, nada tinham de estranhas na verdade), a novinha com a qual o colaborador-mor desta tranqueira viveu a epopeia narrada na parte I, publicada nos idos de fevereiro último, a linda e muito desejável mocinha por fim topou um novo encontro, após meses de enrolação. E lá se foi meu amigo, cafajeste vivido, temendo que toda sua experiência e paciência seriam postas à prova em mais uma noite com aquela menina espevitada...

Primeiro, houve o cineminha noturno, clássico, romântico (contém uma certa dose de ironia), do qual saíram para uma beberagem que, ele esperava, antecederia o encontro sexual, ato sexual que ele assim torcia não sofresse o adiamento de horas como do primeiro encontro. Pois a mocinha tomou o comando, mais uma vez e desabalou pela Paulista e arredores, conduzindo meu amigo, que já temia ter de mais uma vez 'apreciar' a beberagem ímpar citada no título desta postagem...

Eis que entram na Rua Augusta e vão descendo-a, lépidos, até que ela estaca diante do templo do qual emanam luzes feéricas, o local mágico onde a vida noturna acontecia fervilhante e intensa e onde adentrariam em busca de indescritíveis diversões notívagas(este trecho contém grande dose de ironia): o famosíssimo Karaokê Augusta. Sim, caros leitores, a novinha arrastou meu amigo para um karaokê colorido, brega e barulhento situado no início da rua mais mundana de São Paulo...E lá foi ele subir as escadas até o grande salão de culto à desafinação, vergonha alheia e absoluta ausência de semancol. Assim que entraram no ambiente principal, no karaokê em si, o caçador noturno se vê em um salão vazio, com exceção de três travestis em uma mesa, muito animados e que instantaneamente se viram e encaram o casal hétero. O caçador noturno passa por eles de mãos dadas com a novinha, cabeça baixa, repetindo mentalmente o mantra: "não faça contato visual! Não faça contato visual!Não faça contato visual!"

E a noite transcorre, o lugar vai enchendo de tipos cada vez mais inomináveis, típicos da Augusta (as outras fotos que meu amigo me enviou são hilárias, mas não posso postá-las, por conter o rosto de pessoas que não conheço, o que poderia causar muitos problemas), os assassinatos musicais e músicas de péssimo gosto imperam. Chega o grande momento em que a novinha pede um chevette e o caçador noturno, claro, tem que se mostrar intrépido, sem medo, MACHO e é obrigado a beber um copo daquela gosma horrenda. 

E esta noite, caros leitores, a mocinha caprichou, foi particularmente fria, calma, indiferente e cruel como só as mulheres sabem ser e resolveu ceder seus favores sexuais a meu amigo quase às...cinco da manhã!!!!!

Termino aqui esta narrativa sobre como nós homens, no fundo, somos brinquedinhos das mulheres.

 Saudações canalhas e cafajestes

   

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXIV

 


"Certos bebuns são um tipo de gremlins: se regados com cachaça dá uma bosta tremenda."

Do colaborador mor desta tranqueira, enquanto observávamos alguns tipos que campeavam (leia-se enchiam o saco) em nosso bar favorito.

 

Saudações canalhas e cafajestes.