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Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

The corote generation




Já há tempos este escriba e suas amigas e amigos companheiros de noitadas temos observado os mais jovens, a 'garotada', a 'galerinha', etc, que grassa pelos bares e ruas consumir mais e mais uma bebida que não é nova, mas cuja popularidade cresceu muito. E sabedores da ruindade desse licor, ficamos curiosos nessas pessoas que o consomem com tanto gosto e passamos a prestar mais atenção a essa 'moçadinha', suas falas, ideias, comportamento, gostos, preferências. E assim, anuncio, não com orgulho, mas com pesar, que identificamos uma espécie de grupo que tomou de assalto as noites das cidades. Não uma tribo específica, mas uma metatribo, vamos chamá-la assim, um grupo que está presente em todos os grupos e tribos, uma patota cujo mau gosto para beberagens indica o nível deles cultural, intelectual, capacidade de entabular uma boa conversa, de usar com fluência nosso idioma.
Com vocês, a geração corote, que faz loas a sua bebida favorita e a considera uma iguaria.
Sim, soa a papo de velho, de tiozão que se sente perdido diante da marcha inexorável do tempo. Assim é a vida e o mundo, cruéis e indiferentes.

Saudações canalhas e cafajestes.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Last Night Feeling







Aos eventuais leitores este escriba ébrio solicita: ouçam as duas canções, com toda a atenção, munidos das letras, e tentem descobrir o significado de ele postar essas duas maravilhas em conjunto nesta tranqueira.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Sinta o poder das trevas te envolver... Descubra, aterrorizado, que ele não vem do além, do distante sobrenatural...mas provem de você mesmo!



Uma certa noite, em que se comemorava um evento histórico para a vida noturna e cafajeste desta cidade, estavam este escriba e seu amigo de décadas e colaborador-mor desta tranqueira encarapitados no  balcão principal do local onde essa comemoração acontecia, o epicentro da festança. De súbito, uma moça, que estava há alguns passos de distância de nós, apoiada no comprimento maior do balcão (estávamos num dos cantos), nos dirigiu um olhar que, suponho, queria ser sedutor e fatal mas não passou de uma olhada destrambelhada de bêbada carente e exalando o aroma de chave de cadeia, de encrenca mesmo; e a moça não perdeu tempo ao perceber que seu poderes hipnóticos não funcionaram: apontou com uma das mãos trêmulas a garrafa de cerveja que segurava com a outra e disparou algumas frases desconexas. Meu amigo, ligeiro e vacinado contra encrencas como nenhum outro canalha que campeia pela noite de São Paulo, deu um sorriso sem graça, falou qualquer bobagem e apontou para sua garrafa. Pois a moça se achegou a ele, com um sorriso ainda mais aberto(leia-se: ainda mais evidente sua bebedeira e falta de modos), ao que ele incontinenti disparou para o subsolo do local.  Claro que eu o segui.
Menos de 30 minutos depois, após vagar pelos ambientes da casa noturna, nos abastecermos de mais álcool e apreciarmos um pouco da música na pista principal, topamos com um velho conhecido nosso, pouco mais velho que nós e um canalha de primeiríssima, claro. Nos cumprimentamos,  e logo caímos no tema mulheres; avaliamos o sortimento do local naquela noite, falamos de algumas conhecidas nossas. Como era inevitável, relatamos nosso encontro com a criatura de minutos antes. Pus-me a descrevê-la com detalhes, enfatizando seus atributos assustadores, até que os olhos de meu amigo se voltaram para algo atrás de mim e se arregalaram, seu rosto congelou-se numa máscara de horror; nosso conhecido olhou para a mesma direção, compreendeu de imediato o que era e também imobilizou-se de pavor. Voltei-me lentamente, já certo do que encontraria e lá estava ela, ao nosso lado, tão ou mais bêbada que antes e o mais aterrador, caros leitores, ela parecia ainda mais desorientada, olhava para lá e para cá sem se fixar em ponto algum, seu corpo oscilava levemente. Como se ela tivesse sido invocada até o local e não sabia o que estava fazendo ali...
Após um longo e tenebroso instante, nós três nos afastamos e a moçoila partiu na direção oposta, em movimentos simultâneos.
Nosso conhecido fez um comentário irônico sobre o acontecido, rimos sem graça, apanhei mais uma cerveja e mergulhamos nas quebradas da casa noturna.
Os caros leitores podem imaginar o horror que este escriba sentiu ao se ver cercado por  uma névoa macabra, o miasma do mal, da treva, o bafo dos seres que grassam pela noite, envolvê-lo? Podem imaginar o espanto que o tomou, ao descobrir que toda essa emanação maligna não veio de um  plano ignoto e pavoroso do além? Conseguem conceber o horror que o dominou, ao descobrir que todo esse poderio das trevas veio dele mesmo, partiu dos recessos de seu ser, animados e convocados por suas próprias palavras?
Dizem que toda mulher é meio bruxa e sem dúvidas os caros leitores já presenciaram e/ou viveram experiências que no mínimo os levaram a considerar uma pouco mais a sério tal afirmação. Pois meus caros, descobrir que se é, um pingo que seja, meio bruxo, ou algo que o valha, é ainda mais pavoroso. Decididamente, brincar com os poderes das trevas é coisa para seres fortes, como as mulheres, e esse pensar sobre esse evento mostra como são superiores e mais evoluídas que nós, homens que nos apavoramos ante a menor manifestação dessas coisas.

Saudações canalhas e sideradas

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXXXIX


"Ver a mina desse jeito é a vingança do canalha!"

O colaborador mor desta tranqueira, ao contemplar uma antiga paixonite sua, que lhe deixou na rua da amargura e muito emputecido, mudada em uma criatura disforme: a moça passou, em poucos anos, de uma beldade que fazia todos os homens ao redor saírem do sério para uma baranga gorda, mas gorda mesmo, deformada. Topamos com a criatura - que aparentemente, fingiu não reconhecer-nos - em nosso porão favorito. E caros leitores, o deleite, o sabor de vingança que meu amigo degustava vazava de seu olhar como raios de força. E este escriba, que acompanhou de perto essa história e testemunhou o quanto ele pastou por causa da 'moçoila', compartilhou com ele essa alegria.

Saudações muito canalhas e cafajestes.