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domingo, 30 de agosto de 2020

Saturday night feeling

Novo encontro entre este canalha e sua musa favorita e definitiva: ela vem ao antro deste sujeitinho cercando-se de todos os cuidados em tempo de pandemia; ele oferece todos os recursos para ela se higienizar e permanecer segura e confortável, durante sua estada de fim de semana no antro(leia ou releia a postagem de 27 de julho, para compreender com exatidão essa passagem desta postagem).              

O fim de semana transcorre muito bem, um típico final de semana de um casa recluso. Até que na noite de sábado ela volta a praticar um dos esportes verbais favoritos dela, perguntar e perguntar sobre as canalhices passadas - e outras nem tanto - dele, ouvir suas histórias e lembranças de sua vida de caçador noturno.  A moça exibia e manifestava aquela mistura de indignação e excitamento (ou seja, divertindo-se muito) que as mulheres de verdade, não as mulherzinhas comuns - leia-se medíocres e ciumentas - expressam ao ouvir esses relatos do homem com que estão.    

 Pois eis que a moça insiste para eu demonstrar como era/é a típica forma de dançar nas principais pistas góticas de São Paulo, dado que ela, nada afeita à vida noturna, não tinha a menor noção de como seria isso e tinha imensa curiosidade sobre como seria essa dança e sobre os rituais e eventos que a cercam - leia-se, como a dança na pista é modo para os casais se aproximarem e se atracarem, por óbvio... Eu, logo eu leitores, fui tomado por uma estranha timidez e me recusava terminantemente a representar a dança, mesmo na penumbra do quarto e nós dois estarmos seminus (digo e repito, nós humanos do sexo masculino somos umas criaturas muito bestas e patéticas).     

Pedidos, chantagens, delongas e eis que ajudada pela imensa coincidência de a webrádio que estávamos ouvindo ter iniciado minutos antes um especial de clássicos das pistas góticas de São Paulo nos anos 90, a dama venceu e representei a dança ao som de uma pérola do gótico, ela  'interpretando' a moça que seria abordada por meio do sacolejar dos corpos na pista, a moça escolhida para, como quem não  quer nada, se aproximar, se aproximar, trocar olhares...       

Enquanto dançávamos ou quase isso, ela perguntou, um olhar entre malicioso e indignado brilhando naqueles belíssimos olhos:         

- Essa é então a dança do acasalamento do Madame Satã, The The, Morcegóvia, After Dark, Tribe House e todos esses buracos que você frequentava?     

- Sim, basicamente. - Ela ri como resposta, me joga na cama e nos entregamos a mais uma sessão de atracamento, beijos e carícias. Depois de algum tempo, largados na cama lado a lado, estamos ouvindo com atenção o especial gótico (só coisa fina, clássico atrás de clássico). Eis que o apresentador do programa anuncia: "e agora, um clássico das pistas góticas de São Paulo que era verdadeira música ritual de dança do acasalamento, uma música que a morcegada usava em peso para se aproximar da(o) escolhida(o) da noite"    

Ficamos por quase um minuto paralisados, dominados pela música, até que desatamos a rir.  

Então vem o ápice, o clímax e a parte mais assustadora dessa pequena história ocorrida em um quarto de um apartamento qualquer do Centro de São Paulo, numa noite de sábado:      

Ela me encara no fundo dos olhos e dispara um 'HA HA HA HA' bruxesco do mais assustador que ouvi na minha patética existência. 

A música em questão está logo abaixo.

Nada mais a declarar, saudações canalhas e cafajestes. 

 

 


quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Um pouco de veneno para cima do interior de São Paulo

 

 

Um autor que este sujeitinho-escriba muito aprecia é Marcos Rey (devorei sua obra juvenil,quando pré-adolescente e estou prestes a dar por encerrada a leitura e degustação de sua obra adulta, sobre a qual inclusive já fiz postagem nesta tranqueira). 

Pois bem. Estou concluindo a leitura de Entre sem bater, que não está entre seus melhores livros mas contém páginas de qualidade inegável. Selecionei dois trechos em que Rey, com sua prosa ferina, ataca com precisão mortal os remediados e a classe média inculta paulista. O livro foi escrito e publicado no início da década de 60 do século passado, mas sua descrição dessa gente, do ridículo, da estreiteza de mente que exibem com orgulho, continua muitíssimo atual.Se não, vejamos dois trechos que selecionei a dedo:       

Descrição de uma daquelas tias solteironas ou viúvas, azedas e infelizes:

"Magra,(...)com todos os traços repuxados para cima(...), nunca sorria. (...) Não se podia dizer que era pura como uma vestal porque isso seria prejudicar um dos patrimônios poéticos da Roma antiga. Era assexuada e antipática, orgulhosa e tola..."

Pensamento sobre um daqueles primos ou irmãos tapados que consideram o interior jeca, caipira e ignorante do estado de São Paulo o preferencial (e quase sempre, dado a falta de visão, cultura e de dinheiro) destino para viagem de férias e o supra sumo do bem viver e da 'qualidade de vida'(conheço  bem a região, toda minha família vem de lá, boa parte ainda vive nessa roça que posa de vanguarda do estado e do país; já estive - infelizmente - em várias de suas cidades e as evito ao máximo há vários anos.):

"É pequeno um mundo que acaba em..." (não citarei a cidade que ele indicou, coloque a de sua preferência, a aldeia mais hipócrita, tapada e reacionária que conhece, dos rincões do bravo povo empreendedor paulista. )

Saudações canalhas e cafajestes

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Mais um pensamento brilhante do mestre dos canalhas

E este escriba tem de apelar a mais uma pensata do mestre dos canalhas da ficção televisiva - e por que não, também da vida real, o grande Charlie Harper:

"Há uma diferença entre reluzir e estar em chamas."

Maiores explicações são certamente desnecessárias

Saudações canalhas e cafajestes