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sábado, 27 de fevereiro de 2021

O que não fazemos por uma novinha....Ou: um relato épico

 

 



Aviso inicial: os eventos a seguir narrados não foram protagonizados por este sujeitinho, vulgo Alex B, e sim por um de seus velhos e bons amigos, que não por acaso é há muito tempo o principal colaborador desta tranqueira. Mas a história é tão sensacional, hilária, tão, tão...arquétipa, que ele, o protagonista, será nomeado por meio de um termo que usei repetidas vezes para nomear a mim mesmo, em minhas andanças, aventuras e desditas noturnas.

O caçador noturno conseguiu marcar a ponta com a mocinha de 22 aninhos após muito esforço e despender parte considerável de sua saliva e repertório de galanteios (bem, nem tanto: se surge, quando menos se espera, uma musa questionável e fugaz imperdível na sua frente, um verdadeiro canalha tira forças e lábia para conquistar uma mulher de profundezas tão obscuras de seu ser que o próprio demônio se  assustaria com esses poderes insuspeitos que repousam nos recessos dos mortais!)

A mocinha topou todo o programa proposto: assistir a um show de rock, com confirmados e severos protocolos de segurança para tal evento em tempos tão sombrios; após o show, comida e bebida em um bar especializado em cervejas artesanais com uma longa e de altíssima qualidade carta de bebidas - bar por mim indicado; e por fim, o ápice: terminarem a noitada no melhor motel da atualidade de São Paulo. 

A noite começou: apresentação impecável de um grupo cover que reproduziu à perfeição cada nota musical, trejeitos e detalhes do grupo copiado/homenageado. Finda a apresentação, o casal dirigiu-se ao bar, em que foram informados que dado o horário - 22:30h, passadas há pouco - não serviam mais refeições, apenas bebidas. 

Um tanto frustrados, diante das estantes repletas de iguarias etílicas feéricas, beberam com comedimento e se alimentaram em uma lanchonete um tanto clandestina, próxima. A garota, do alto de sua juventude inconsequente, não achou o episódio degradante ou desmereceu o caçador noturno, pelo contrário! Julgou o pequeno incidente divertido e até estimulante. Meu amigo ficou um tanto preocupado. Mal sabia ele o que as próximas horas lhe reservavam...

A pedido dela, saíram a caminhar pela Avenida Paulista, onde se encontravam, para ser exato. Eis que diante aquela cratera de degradação e 'juvenalhice', o vão livre do Masp, a mocinha sugere, toda faceira, que parem ali para conversar, espairecer, descansar um pouco. O caçador noturno, rodado, experiente, coberto de um couro grosso e curtido de uma vida de canalha-putanheiro-notívago, não esmorece e topa, embora saiba o tipo de coisa que terá de presenciar. 

Pensado e confirmado: sentam-se no famosíssimo muro do vão livre que oferece uma visão incomparável da Avenida 9 de Julho e Centro (preciso informar que esse trecho verte rios de ironia?),  em meio a maconheiros adolescentes e pós-adolescentes que julgavam estar abalando as estruturas da sociedade por 'ficarem mutcho locos', bichas adolescentes histéricas e outros tipos que pululam no Centro e Paulista de São Paulo - faça chuva ou sol, exista ou não pandemia. Conversa vai e vem, ele vai sugerindo/relembrando a razão última, o objetivo do encontro. Ela claro, finge-se de  desentendida e surda(as duas coisas ao mesmo tempo, como as mulheres são imbatíveis em fazer) e após uma quase eterna hora inteira propõe caminhar mais um pouco, pois ' adora a Paulista à noite'.  Firme e resoluto, abraçando um estoicismo e uma disciplina prussiana cuja razão de ser é saber que mais tarde essa aparente renúncia aos prazeres da carne será recompensada com a mais absoluta devassidão, ele aceita sem reclamar ou torcer o nariz e seguem. 

Eis que atingem outro lugar que naquela noite - e certamente em todas as outras de qualquer fim de semana desta época infernal e em todas as outras épocas - é um dos maiores pontos de agito, 'rolê'(já contei aqui no blog que detesto esse termo?), pegação e tudo mais  de São Paulo: a mitológica esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. E lá, acontece um dos momentos máximos e inesquecíveis dessa noite para o caçador noturno.

A esquina está movimentada como uma noite qualquer: casais, jovens, 'moçadinha', exemplares das tribos e fauna urbana. E vendedores ambulantes de bebida com suas caixas de isopor, vários, a postos e trabalhando muito. A mocinha inspeciona estes últimos e pede sem delongas: 

- Compra um 'chevete' pra mim!?   

Sim caros leitores, a mocinha queria consumir a beberagem mais popular no momento entre a garotada paulistana que roda por Centro, Paulista e Augusta,  periferia e Grande São Paulo toda e afora: o maligno, infernal, macabro e abominável coquetel composto de gelo de água de coco(!), suco em pó sabor baunilha(!!) e corote de limão(!!!); a pior, mais horrível e péssima bebida barata  e vulgar (põe barata e vulgar) já inventada pela desprezível raça humana.

Firme e resoluto, pensando apenas na recompensa sexual que viria a uma certa  hora da madrugada - quando, ele não mais especulava! ele se aproximou, pediu a 'poção mágica' ao vendedor, pagou e estendeu o copo, que mais lhe parecia um portal em miniatura para os recônditos mais  macabros e tenebrosos do cosmos.

Mas o horror e a degradação nunca descansam e sempre atacam nós pobres homens putanheiros mais e mais, para testar até que ponto estamos dispostos a nos rebaixar em troca de uma bela mulher na flor da idade. E esse horror se manifestou na voz doce, sedutora e delicada da garota:  

- Ai, não vai tomar um também? Tá fraco pra bebida, é?   

E meio decidido, firme e heróico, meio entregue e cabisbaixo, o caçador noturno pede um exemplar da bebida do momento na noite de São Paulo. E usa de toda sua experiência para não ser dominado e estragado pela inominável porcaria: bebe em goles parcimoniosos e lentos, pede uma garrafa de água  mineral que consome em goles medidos e regulares, alternando com a 'bebidinha mágica' (segundo relatou, acordou pouco ou nada sentindo os efeitos da maldita bebida, graças ao uso dessas técnicas, tão básicas e negligenciadas pela molecada). 

E a mocinha sugere caminharem mais um pouco. Nesse momento o caçador noturno se pergunta para onde se enfiarão, pois a Paulista tinha menos de quinhentos metros adiante e depois dela ele não ousava especular para onde ela os arrastaria.

Mas o ponto final da caminhada/teste é atingido: a esquina da Paulista com a Consolação, ponto da cidade e da vida noturna que, segundo meu amigo, continua um dos sítios máximos da noite desta cidade incessante: perante eles desfilavam mendigos, noias e drogados, jovenzinhos bêbados em turma, casais gays se pegando, tudo que se via na cidade à noite pré-pandemia como se esta não existisse estava ali aos montes e desfilando. Ele confessou: por instantes, curtiu, reviveu a cidade à noite antes da praga virótica.

Sentaram-se num dos bancos da tal Praça do Ciclista e conversa vai, conversa vem,  ele, cada vez mais impaciente e tomado de furor, sugere, insinua, indica irem para o embate sexual, até que, passada as três horas da madrugada, ela dispara: 

- Tá bom, vamos para o motel!

Segundo meu amigo/colaborador desta tranqueira, o final da noite foi glorioso e compensou todas suas paciência e esforço. E a moral da história se impõe por si, sem delongas ou palavras vazias revestidas de falsa profundidade, pois ela a moral já é profunda de per si

Nós homens com mais de 30 anos fazemos e aguentamos absurdos para desfrutar do corpo e dos favores de uma novinha.

 

Saudações canalhas e cafajestes  

 

 

   

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CVI

"Falar merda no meio do papo de bar, soltar uma besteira ou outra é uma coisa. Falar apenas absurdos o tempo todo, mostrar-se um idiota e sem noção o tempo todo é outra." 
 
Sabedoria básica, fundamental, e frequentemente esquecida, disparada pelo mais novo colaborador eventual desta tranqueira, durante uma conversa... de bar!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Sentimento(de fúria)eterno, em qualquer noite, momento ou tempo


 

Peço desculpas aos leitores, pois segundo imprecisas e baças indicações de minha alcoolizada memória, já postei essa obra-prima há uns tantos anos, aqui na tranqueira. Ocorre, caros, que fui tomado por uma súbita epifania, ou coisa que o valha, ao ouvi-la pela milionésima vez: será que fui arrebatado por suas letra, sarcasmo e clima canalha, quando um ser púbere, lá nos distantes anos 80 do findo século XX, logo na primeira vez que a ouvi (audição em vinil original, recém-lançado!) por que, por meio daquilo que certos praticantes de vertentes obscuras do ocultismo afirmam ser uma premonição mística do seu futuro, enviada por um evento qualquer, banal aos olhos das pessoas cegas aos mistérios do universo, antevi ali uma das maiores desditas do meu futuro - a saber, me envolver com uma chave de cadeia que me atormentaria por  anos e anos???!!!!

Pois caros leitores, a letra dessa música do imortal Camisa de Vênus, em linhas gerais (é claro, nada de correspondência exata ou equivalência) relata o que se passou comigo. Teria sido o futuro avisando a este sujeitinho o que lhe ocorreria, se não fosse menos impetuoso, atirado... e burro?

E não citarei ou comentarei meu verso predileto da letra, para não correr o risco de me encrencar, ser denunciado, 'cancelado' ou até algo pior...

Saudações canalhas e cafajestes