Noites Cafajestes à venda

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Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXXIII

"Estarmos bêbados às quatro da manhã, em um dado bar, é uma realidade drástica mas inevitável e necessária!"

Uma colega de copo, que já protagonizou postagens nesta tranqueira.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Texto curto, fútil e inútil

Conversa entre um homem e uma mulher, em um lugar não identificado, em uma situação a ficar incógnita:  

Ela: - Você sempre fala a coisa errada!

Ele: - Obrigado, é um dom que tenho e treino sempre!

Não peçam explicações, como sempre! - Cheguem a suas conclusões.

Saudações canalhas e cafajestes


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Dica cultural de AlexB

"Os homens são uns canalhas, e as mulheres, psicóticas." 

Apenas um trechinho de Timequake, essa obra-prima deste gênio, Kurt Vonnegut, um dos livros de ficção científica mais criativos e malucos já escritos e que também é uma das mais amargas, incisivas e engraçadas críticas ao mundo moderno, relações homem-mulher, casamento, ególatras do meio literário, a imbecilidade do poder e a inutilidade da ciência  e o que mais os caros leitores pensarem. 

Pode ser encontrado no Estante Virtual por uma bagatela, menos de vinte paus; então, nada de desculpas, tratem de lê-lo!

Livro tão diferente que é impossível resumi-lo, assim, cito apenas uma tirada que percorre a narrativa - e torna-se mais cínica e engraçada a cada aparição no texto:

"Tlintlim?"   

Saudações canalhas e cafajestes

 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Texto curto, fútil, inútil e que transborda de alegria

 O verdadeiro canalha, o homem de verdade, aproveita a oportunidade assim que ela surge, se joga na vida sem pestanejar; ele dispara a frase matadora, o elogio inesperado, desconcertante e criativo, faz a ação inusitada e bela, corteja a mulher no calor do momento combinando ímpeto e estratégia, não deixa a oportunidade escapar, durante aquele breve e delicioso momento em que homem e mulher se olham e a tensão sexual corre por eles e entre eles como um raio de poder divino; um elogio certeiro para a elegância da moça ao fazer algo banal como descer uma escada ou passar por uma cortina num movimento de voluta sedutora, a resposta enigmática e provocadora dela, que pede uma ação, uma resposta e voilà! 

E não peçam explicações a respeito, claro!

Saudações canalhas e cafajestes   

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXXII

"O que seria de nós, sem nossas ilusões?" 

Este escriba, bastante sóbrio, entre amigos, celebrando uma verdade simples, direta, que parece banal, mas muito importante e que deve ser lembrada.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Mais uma do meu amigo divorciado às voltas com as mulheres

Os cinco ou seis leitores fieis desta tranqueira lembram-se deste protagonista de algumas postagens: um amigo meu, divorciado, pai de um casal de adolescentes, que passa poucas e boas tentando realizar a impossível, inalcançável, mais que utópica, delirante missão de equilibrar-se entre dar atenção aos filhos e ter uma vida amorosa minimamente estável de modo a todos (filhos e namorada) receberem a devida atenção e se sentirem amados (!!!!). Intrépido, destemido e muito teimoso, o rapaz. Ele já desistiu várias vezes e jogou esses planos para o alto, tamanhas as dores de cabeça e acusações que ganhou por tentar consumar essa facanha. (Por jogar esse plano para o alto, leia-se fazer o que um homem de verdade faria: priorizar os filhos e quanto à vida amorosa, partir para a esbórnia total, ou seja, sexo pago a rodo; tornar-se um completo canalha; comer a mulher e depois sumir, qualquer coisa para poder dar  atenção aos filhos e também desfrutar de um pouco de sexo e companhia sem sofrer pancada atrás de pancada por isso). Porém, volta e meia ele volta atrás, conhece uma nova candidata a musa e engata um novo relacionamento. Me abstenho de maiores comentários ou considerações, afinal, o cara é um adulto calejado...

Pois bem, finda essa ladainha introdutória, vamos ao causo que é o cerne desta postagem!

Ele (meu amigo) começou um novo relacionamento há pouco mais de um ano e que está indo muito bem, comparado às tentativas anteriores pós-divórcio. Precisando fazer um tratamento dentário e procurando novo dentista, posto que insatisfeito com as mancadas do profissional com que consultou por anos, decidiu pedir para sua atual namorada que contatasse a dentista dela, pois esta trata colegas de trabalho, parentes e mais uma carrada de conhecidos da Namorada há tempos e todos são só elogios. 

Namorada fez o que lhe foi pedido, passou o telefone do consultório e disse que era só ligar e marcar. Ele agradeceu efusivamente, derreteu-se em elogios a ela, que com aquele olhar frio, penetrante e assustador que só as mulheres são capazes, disse (o trecho a seguir reproduz, da maneira mais fiel possível, o diálogo que se seguiu entre eles, de acordo com as palavras dele):

- Ah, e tem uma coisa, ela, 'X' (a dentista) é bem bonita.

Meu amigo sentiu um verdadeiro choque elétrico, uma pancada, percorrer-lhe o corpo. Não entendeu a observação, ficou sinceramente pasmo e perguntou, meio indignado, meio sem entender:

- Hã? E daí? O que isso importa? A beleza dela ou falta de não importa em nada, ela tem que ser competente. Pedi para você indicar dentista, não uma mulher no Tinder. Por que esse comentário?

- É que sei que isso ajuda, pode fazer a diferença.

- Como assim???!!!! O que acha que sou?

E Namorada, usando do eterno, esmagador e invencível poder feminino de calar, humilhar, reduzir a pó, deixar estatelado e incapaz de qualquer reação o mais safo e vivido dos homens, por meio de uma, duas palavras, respondeu, pura e simplesmente:

- Homem.

Saudações canalhas e cafajestes        

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Dica cultural de AlexB

 
Sinopse: 
Luiz Antônio, ex-catedrático em Sociologia, teve seus direitos cassados, inclusive o de lecionar, após a violenta morte de sua esposa Ruth, uma ativista política. Acaba se autoexilando na casa de campo de sua sobrinha Natércia. Várias pessoas frequentam a casa, fazendo com que Luís fique ainda mais perturbado. Os problemas existenciais de todos acabam se entrelaçando, com surpreendentes revelações.
 
E vamos indicar aos bravos leitores que ainda acompanham esta tranqueira mais uma obra genial do genial Carlos Reichebach. Extremos do Prazer é um longa metragem lançado em 1983 que em termos temáticos, dialoga profundamente com A Ilha dos Prazeres Proibidos e O Império do Desejo, outros filmes seus que já apareceram no blog, ou seja, uma verdadeira obra de arte que retrata o sexo e a libertação sexual como forma de libertação social, existencial, tudo isso embalado por presença feminina forte, muitas citações de filósofos e pensadores libertários (libertários de verdade, favor não confundir com esses idiotas libertarianistas, ancaps e cabaços imbecis do gênero). Ou seja, as obsessões do grande Carlão que ele destilava de forma magnífica em sua arte.
Conseguir uma cópia é um tanto curioso: fácil de encontrar, a preços módicos, em dvd pirata, nesses sites que vendem filmes da dita 'pornochanchada'(já disse a vocês que abomino esse termo reducionista e empapado de preconceito da classe média brasileirinha?), para baixar uma cópia digital, inexiste! Está disponível para assistir on-line em alguns sites de filmes pornôs, certamente por causa do título, pois as cenas de sexo nada têm de pornográficas ou gratuitas...
Enfim, mais uma pérola aos interessados em libertar corpo e espírito.
 
Saudações canalhas e cafajestes   

 

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXXI

 "A gente até tentou criar o tal de juízo, mas nunca soubemos o que ele come e o coitado morreu de fome!"

Observação sarcástica e muito aguda de um colega de trabalho, que me fez lembrar imediatamente de outra postagem desta série, que registra a sabedoria de um hoje saudoso amigo de décadas, sabedoria que consite na afirmação 'chega um ponto na vida do homem que ele tem é que deixar, abandonar o juízo!".

Cumpre registrar um detalhe: a frase que encima esta postagem não surgiu numa mesa de bar, mas dentro de um ônibus, a caminho da redação em que pontuamos, no entanto dado que o autor foi um boêmio e putanheiro daqueles e o espírito da pensata estar totalmente de acordo com o espírito desta tranqueira, aí está.

Saudações canalhas e cafajestes    

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Instantâneos da cidade - XXIV


Fachada de um imóvel ainda fechado, na Rua Augusta, mais exatamente, no trecho inicial, em que o rock ainda resiste em pouquíssimos redutos.

(A frase já foi apagada, tomara que se concretize, de preferência como mais uma boa opção notívaga-musical.)

Saudações canalhas e cafajesyes

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Postagem curta, fútil, inútil, mas transbordando de alegria e empolgação

O Madame Satã é a salvação sempre. Quando tudo parece perdido, o casarão nos salva. 

Madame forever!

Não peçam explicações, é claro!

Saudações canalhas e cafajestes 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXX

"Às vezes, para o homem, a prostituição parece ser a única solução." (para obter um pouco de sexo e companhia)

Este escriba, ao passar por certo trecho da Rua Augusta, pensando na vida e nas desventuras e agruras que a povoam.

sábado, 14 de outubro de 2023

Um flagra (outro) da idiotice humana

O acontecimento a seguir relatado se passou há vários meses, ocorreu no começo deste ano. Tomei nota do mesmo e guardei para algum momento de entressafra de outros eventos e de inspiração para escrevinhar novas postagens aqui nesta tranqueira. Bem, chegou o momento de mobilizar a anotação e ela se tornar postagem e o blog continuar ativo. Vamos lá:

Estava este tipinho mais uma noite no seu porão/casa noturna favorita e eterna, acompanhado de sua melhor amiga. Uma hora, lá pelas tantas, realizei o tão humano e banal ato de usar o banheiro. 

Lá estava eu em um dos mictórios quando o banheiro masculino foi de súbito preenchido pelo som vindo de uma das cabines, fechada. Nada menos que um casal (homem e mulher) estava se pegando no cubículo, gemidos e sussurros partiam do local. Até aí, nada de mais, algo tão banal na noite quanto ir ao banheiro do bar dar uma mijada. Mas a noite sempre reserva surpresas...Tão ou mais subitamente, o rapaz começou a fazer perguntas à moça, num volume de voz muito mais alto, como se quisesse que eventuais usuários do banheiro os ouvissem muito bem (e a moça respondia no mesmo volume):

"Fala, você pegou fulana enquanto estivemos separados?"

"A....sei lá... devo contar? Hi hi!"       

"Ficou ou não com ela? Sei que você gosta de mulher"

"Ainmn, é que, hmm..."

"Fala logo, vai!"...

Uma conversa fiada nesse tom, caros leitores. E logo me apercebi do principal: além de terem aumentado bastante o volume de suas vozes, estas assumiram um tom de encenação, empostado, como se dirigindo a uma plateia, como se fizessem questão que nós, os 'felizardos' que estávamos usando o banheiro masculino naquele exato momento, ouvissem muito bem a empolgante conversa...

Dirigi à cabine em questão um olhar de desaprovação, o sujeito que estava no mictório ao meu lado fez o mesmo, trocamos olhares e um sorriso de desaprovação, de 'tsc' 'tsc.

Assim que saí e encontrei minha amiga, relatei a cena. Após rirmos um pouco, ela, do alto de sua inteligência habitual, disparou:

 - Alex, isso reforça uma impressão que já tenho há um tempo: as redes sociais estão tão onipresentes e opressoras, contaminando tanto a vida e a cabeça das pessoas que algumas, principalmente os mais jovens, estão se comportando fora delas como se toda a vida delas, inclusive no mundo real, fosse estar numa rede social, se mostrando!

Olhei para ela, espantado e concordei. Era exatamente isso, como se o patético casal estivesse fazendo uma live fetichista apenas com sons, digamos assim.

Moral da história: as redes sociais são realmente uma desgraça que estão imbecilizando e destruindo a humanidade, isso não é papo de tiozão desatualizado não!

Saudações (pessimistas) canalhas e cafajestes    

     

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Um aviso (repetido) aos leitores

O poder da mulher sobre o homem é desmensurado, eterno e impossível de ser detido. 

Muitas vezes nos faz mal, nos usa e nos humilha, mas outras tantas vezes equivalentes nos salva, nos impede de cometer asneiras, nos faz bem, nos faz melhores!

Nada há de novo nessas afirmações que precisam ser lembradas, repetidas e entoadas sempre.

E com prazer, escrevo algo que não escrevia há tempo, no final de uma postagem desta tranqueira:

não peçam explicações!

Saudações canalhas e cafajestes.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Um guia para o bebedor misantropo, na dele, ou, vá lá, 'cool'

São bem poucos os seres pensantes que acompanho com atenção na maldita infernet, seja no youtbe, instagramm blogs, o diabo que for deste sorvedouro da depapeurada alma humana. Um deles é o Jota bê, enfant terrible  da gastronomia e culinária que se dedica a desancar as estrelinhas e ególatras da área, atacar aberrações como master chef (blarghhh!!), além de ser mulherengo, boêmio, ou seja, um ser elevado (não confundam com o jornalista cultural, especializado em música, que assina Jotabê).

Bem, assino a newsletter de um de seus empreendimentos internéticos, o Notas de Quinta, altamente recomendável. Pois numa das últimas postagens deste site, ele relatou uma ocasião em um bar, em que um mala o reconheceu e passou a importuná-lo e como se livrou do sujeito. O glorioso acontecimento gerou uma postagem em que ele elenca algumas dicas para não ser alvo desse tipo de ser, tão precisas e bem escritas que as copiei e transcrevo abaixo:

 

então trago cinco dicas pra semana. meio óbvias. mas não custa nada ressaltar

  1. dê preferência para os cantos do balcão. com isso teoricamente elimina-se cerca de 50% de chance de aproximação de um mala sem alça.
  2. evite contato visual. foque na bebida e na comida. se não estiver só, não olhe pra outra pessoa que não seja sua companhia. às vezes um mísero boa noite já é motivo suficiente pra começarem a tagarelar ao seu lado.
  3. trate bem quem te atende pra ter bom tratamento. além do mais, a equipe do bar pode ser fundamental pra afugentar alguém com atitude mais abusiva.
  4. evite horário de pico. se você não for um privilegiado de merda como eu que pode beber às 15h de uma terça-feira, chegue na hora de abertura dos bares.
  5. mesmo assim, se policie de todas maneiras possíveis. eles sempre estarão um passo a frente e você pode ser a próxima vítima.

Eu faço uma revisão somente no item 1: quando entro em um bar e quero ficar em paz, vou direto para a mesa mais afastada, nos fundos dos fundos, de onde tudo se vê a tempo, inclusive se algum idiota se aproxima; e no item 4: por vezes, impossível evitar o horário de pico do bar, aliás, nesses momentos é que muita da vez são mais interessantes!

Recomendo muito aos parcos leitores que passem a  acompanhar e ler a produção do Jota bê, pois ele é dos nossos!

Saudações canalhas e cafajestes

   

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

O bar definitivo

 

Topei com esta imagem publicada no facebook de um conhecido. Ele não sabia onde se localiza este verdadeiro templo, centro de encontro e socialização (e eu diria também de autodescoberta!) dos canalhas em geral, dos homens e dos brasileirinhos em geral (e dos homens brasileiros e canalhas em geral, eu acrescentaria!). Porém, uma rápida pesquisa no grande oráculo destes tempos revelou: fica em Fortaleza, capital do Ceará. Se este templo estivesse assentado na Grande São Paulo ou proximidades, já o teria visitado. Espero poder visitar a ilustre metrópole nordestina em breve e prestigiar este lugar, com o qual me identifiquei tanto e de imediato. 

E se algum leitor do blog reside em Fortaleza e conhece o grandioso estabelecimento, deixe seu comentário e avaliação a respeito nos comentários da postagem,

Saudações canalhas, cafajestes (e otárias, claro!)

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Um talento dos canalhas

Durante o feriado, encontrei um amigo de muitos anos, que não via há tempo. Combinamos de tomar um café para pôr a conversa em dia e destilarmos nosso desprezo pela humanidade em geral, entre outros temas.

Ele sugeriu um café novo, modernoso, nas proximidades de minha toca, reiterando que a balconista era uma gracinha e que apesar de ter passado rapidamente, distinguiu seus lindos olhos verdes, bochechas coradas e uma discreta tatuagem em forma de coração abaixo de um dos olhos. Concordei de imediato e para lá rumamos. Escolhemos uma mesa na calçada que nos permitia observá-la sem chamar a atenção, pedimos as beberagens e enquanto papeávamos medimos a moça, realmente cheia de encantos e predicados. Mas após algum tempo, decidimos ir a outro café nas cercanias, para inclusive comentar sobre a garota sem correr o risco de sermos pilhados pela própria durante nossa exaltação cafajeste a ela.    

E foi durante o curto trajeto que comentei: rapaz, você fez um escaneamento completo da moça em uma única olhada. Disse que mal a viu mas ela tinha tudo que você descreveu! Esse é um talento canalha: uma única e rápida olhada e já avalia e registra a mulher em todos seus detalhes!

Saudações canalhas e cafajestes             

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Instantâneos da cidade - XXIII


Esclarecimento sobre a imagem: vi um cara, no Centro, envergando um exemplar dessa pérola de sabedoria canalha. Óbvio que não parei o sujeito para tirar uma foto ou algo assim; simplesmente registrei na memória e assim que regressei a minha masmorra, pesquisei no sacrossanto google e lá estava.   

Assim, a imagem vale como mais um instantâneo desta cidade única.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Reflexão bastante canalha (ou não)

Após certos acontecimentos, um pensamento/reflexão passou a frequentar a distorcida cabeça deste sujeitinho que despeja suas neuroses e aventurinhas noturnas aqui nesta tranqueira, a saber:

O cara ficar com uma mulher que lembra, um tanto ou muito, sua 'oficial', 'principal' - chamem como quiser - na aparência (cor e corte dos cabelos, pele, olhos, altura, etc.) e/ou até nos traços do rosto (e mais, ele ter se aproximado dela porque lembra sua amada!); isso é uma maneira torta e cafajeste de homenagear a mulher principal e mais importante de sua vida amorosa, de mostrar (inclusive e principalmente para si mesmo) que ela nunca sai de sua cabeça, que é de fato sua musa? Ou essa conversa não passa de papo-furado, de desculpinha barata de canalha?

Cartas à redação sobre o tema, por favor!

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Frases e pensamentos aleatórios colhidos na noite; talvez profundos, talvez não

Estou de olho no movimento, mas não por muito tempo

Intelectuais do submundo

Construção de banalidades

 

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXIX

"Os coiotes que levam as pessoas do México até os EUA são mais decentes que os coiotes da fé - padres e pastores - pois os EUA existem." 

O dono do bar favorito deste sujeitinho, exibindo mais uma vez sua sabedoria.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Pérola de sabedoria

 "Faça uma vítima,

   destrone uma alma,

   destroce os caçadores.

   Engula a insígnia das 

   regras e cuspa o valor 

   do futuro. Pois é noite,

   palco do real."


Morpheus Affinito

Fonte: citado por uma beldade que estrelou um ensaio para a revista Sexy. Segundo ela, topou com essa joia em um site. 

Saudações canalhas e cafajestes 

P. S. : relendo as últimas postagens, encontrei erros de digitação constrangedores, devidamente corrigidos. 

Minhas desculpas aos nobres leitores.  

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Dica cultural de AlexB


 Direi(escreverei) apenas o seguinte: 

Assistam! 

Giselle, de 1980, é um dos maiores filmes já feitos neste país. 

P. S. : não me perdoo ter demorado tanto para assisti-lo completo.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Texto curto, inútil, mas não muito fútil

Muitas vezes, ao retornar para casa em madrugada avançada de alguma noite de final de semana, a bordo de um táxi ou carro de aplicativo, este, devido aos lugares que frequento e por morar no Centro, desce a rua da Consolação. E sempre, sempre, quando por ali passo após as quatro e antes das cinco da manhã, a calçada da estação da linha amarela situada nessa ilustre rua de São Paulo, estação que recebe o nome daquele bairro paulistano habitado majoritariamente por gente metida a besta e arrogante, está tomada por grupos de jovens que passaram a noite em 'rolês' nas proximidades - Rua Augusta, claro, impera - esperando o metrô abrir para retornarem a suas casas e vidas comuns, após se divertirem, se entorpecerem e se acabarem nas noites feéricas que a cidade oferece. 

E sempre que olho para eles, lembro de quando eu fazia o mesmo, lembro do começo de juventude, lembro de coisas boas que ocorreram naquelas noites, tento esquecer outras tantas coisas que se passaram na mesma época, às vezes na mesma noite.      

E silenciosamente os cumprimento e celebro essas novas gerações, com todos os erros e esplendores que cometem (praticamente idênticos aos que todas as gerações antecedentes cometeram) e espero que essa cena se perpetue. 

Saudações canalhas e cafajestes                                                               

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Instantâneos da cidade - XXII

Este escriba estava com uma moça com a qual tem encontros frequentes e muito agradáveis, circulando por um shopping center da cidade, antes do evento principal para o qual nos encontramos, quando ela avistou uma loja/quiosque da marca de chocolates acima e pediu para conhecermos o local; como este escriba gosta de agradar às mulheres que considera merecedoras de mimos e também, como qualquer ser humano saudável, é bem chegado a chocolate e doces, aquiesceu de pronto. 

O local era um típico templo moderno ao consumismo: bonito, arrumado, todas as mercadorias sedutoras, embalagens idem, tudo para levar o incauto que porventura entre a gastar e gastar... eis que fuçando aqui e ali topo com algo que me deixa estupefato, paralisado. A moça se aproxima de mim, intrigada, e pergunta o que houve. Apenas aponto para o objeto e desato a rir. Ela olha, entende minha surpresa e ri também. Rimos tanto que o vendedor que nos ciceroneava se aproximou e perguntou o motivo das risadas. Não me fiz de rogado e relatei a história do meu amigo e a 'novinha do Chevette', registrada aqui nesta tranqueira nos inícios de 2021. Ele riu junto, nos incitou a comprar (claro), o que fizemos. E era óbvio que essa joia oportunista do capitalismo brazuca tinha de entrar aqui nesta tranqueira, assim tirei a foto acima usando o pretexto de que mostraria a meu amigo em questão.

Em tempo: comprei, para meu consumo, dois exemplares de outro sabor do ilustre chocolate, aquele que imita o sabor de de uísque, cujo gênero musical estampado na embalagem é o rock´n´roll - claro! -  ao lado de uma guitarra elétrica, além de presentear a moça com um bom sortimento de quitutes.

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXVIII

"Quem gosta de problema é o Pitágoras" 
O dono do bar favorito deste escriba, preciso e mortal como sempre em suas observações sobre a vida em geral, ao comentar sobre fugir de mulheres que são encrenca, dor de cabeça.
E um bônus track sobre o tema, que este sujeitinho formulou em seguida:
Certas mulheres não são nem chave de cadeia,  nem  esse nível atingem, são apenas perda de tempo.

 Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Dica cultural de AlexB

 

As Libertinas é  um filme brasileiro de 1968, dividido em três episódios - o mais longo e melhor, dirigido por Carlos Reichenbach, que os leitores mais antigos do blog sabem, é um dos cineastas favoritos deste sujeito. 

Não citarei algum diálogo ou narração desta obra, para atiçar o interesse dos leitores, como fiz com outras criações, recomendo-a porque revela como pouquíssimas, com muita acuidade, apesar de uma certa precariedade e simplismo na construção e drama, quão vulgar, recalcada, hipócrita, medíocre e infantil foi, é e certamente sempre será a classe média paulistana e como ela 'solta a franga' (de maneira desastrada, claro!) ao passar alguns dias no seu paraíso particular (?) que são as praias do litoral paulista, como seus instintos sexuais são liberados de modo tão patético. Ou seja, a visão de mundo deste filme comunga completamente com a visão de mundo desta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Quarteto eclético...

 Mal entrei no meu bar favorito e usual e após pegar a primeira ipa da noite, cumprimentar os notívagos que sempre estão por lá nas noites de sábado e me juntar a eles em nossa mesa habitual, reparei nos dois aparentes casais nos fundos, que dominavam a jukebox e pulavam ao som da música que emanava do aparelho (para ser exato, reparei nas duas mulheres, é claro! A morena é, digamos, uma 'velha conhecida' minha e dos leitores também: protagonizou postagens recentes - é aquela sujeita metida a sedutora irresistível que numa ocasião se insinuou para mim e um tempo depois posou de mulher decente que só pode 'pegar outras mulheres'...) A outra, que eu não vira antes, era uma monumental ruiva, alta, cabelo cacheado e cheio, metida em roupas de lycra pretas e bem justas, um delicioso protótipo de roqueira/metaleira, um tipo de mulher que já foi abundante nas noites do Centro de São Paulo. Havia dois caras com elas. O acompanhante da morena era o tipinho que o dono do bar disse, com conhecimento de causa,  não ser mais que 'o corno oficial da vez dela', vulgo maridão. Já o outro cara, aparentemente, estava apenas cercando a ruiva e nada tinha se consumado ainda, ou assim parecia. 

Quando adentrei o local, saía da máquina de música uma seleção de new metal, esse heavy metal moderninho; audível, sem incomodar. Daí veio uma sessão de quatro ou cinco barbáries sonoras do grupelho que atende pelo nome de legião urbana emparelhadas, o que fez meus sentidos e intuição ficarem em alerta (sim, eles dominaram a jukebox, enfiaram algumas cédulas no aparelho e programaram umas quinze músicas, pelo menos).                                                                                       

Interessante que todas as músicas eram cantadas (melhor seria dizer 'gritadas', 'guinchadas'), palavra a palavra, pelos quatro. Pois encerrada a ladainha sonorífera de renato russo, o mais medíocre poeta do óbvio da música brasileira, eis que a máquina inunda o bar com um...pagode de sofrência, de dor de corno!! E a cena inominável: os quatro cantando a maldita e miserável letra a plenos pulmões (as duas moças à frente, comandando a cantoria). A turma da minha mesa nos encaramos perplexos, incrédulos, petrificados. Alguns cogitaram ir até o quarteto animado e dar um esculacho, mas claro que a ideia foi abandonada de imediato. Algumas tranqueiras depois, todas cantadas direitinho pelo quarteto nada fantástico, eis que o fundo do poço musical se escancara e uma coisa horrenda, macabra, um pop eletrônico cantado (?) por duas vozes femininas púberes e desafinadíssimas toma o bar. Não me contenho, avanço até a jukebox, ignorando se o quarteto está me olhando ou não e leio o nome da obra das trevas: não satisfeitos em pôr para tocar pagode de corno em um dos dos últimos bares de rock da rua Augusta, elas (pois só pode ter sido escolha das moçoilas)  escolheram uma das armações mais ridículas da indústria pop da história, aquela ridícula e execrável duplinha russa que infernizou os anos 90 (não por acaso, os anos mais ridículos da história da música pop), as duas garotinhas que posavam de casal de lésbicas - armação, teatro, óbvio! - e se intitulavam tatu!

Sim, caros leitores, sábado à noite em um bar de rock no Centro de São Paulo e quatro idiotas infectam o ambiente com pagodinho e tatu!!!

Me contendo para não ser grosseiro ou encrenqueiro, olho mais uma vez para a telinha da máquina  e vejo que a tortura programada está terminando. Saco uma nota de cinco reais e uma de dois da carteira e seleciono, sôfrego, o melhor do rock´n´roll e do heavy metal disponível no acervo do aparelho. Ouso dizer que a própria máquina brilhou de modo estranho quando escolhi a sétima obra, como se aliviada e agradecida!

Assim que a última tranqueira selecionada pelo quarteto das trevas se encerrou eles correram para a calçada do bar. Voltei à mesa, para junto da minha turma, e nos purificamos por meio de música de verdade. Até alguns outros frequentadores vieram a mesa me agradecer!

Uma hora e pouco mais tarde, uma amiga, figura carimbada do bar como eu, disse que o quarteto, pouco depois de ir para o ar livre, voltou, ouviu a música poderosa e autêntica que tocava e escafedeu-se rua afora, assustado. Missão cumprida!

Mas eis que já no fim da madrugada, eles retornaram, porém ficaram na deles, apenas apreciando  o que saía da jukebox, dominada por gente de bom gosto. Em dado momento, tocava Sérgio Sampaio, gênio, mestre absoluto. Pois uma conhecida minha se achegou à rodinha em que cantarolávamos a brilhante música do bardo do Espírito Santo e em seguida cometeu o desplante de chamar para se juntar a nós uma 'amiga que também adora Sérgio Sampaio'. Quem era a tal amiga? Isso mesmo, morena insinuante 'casada que só fica com mulheres' !!!. 

Mal se achegou, passou a desfilar pose e arrogância, se dizendo a 'maior fã e entendida de Sérgio Sampaio e de música brasileira em geral, blá blá blá blá...' um poço de pose e ar de superioridade. Olhei-a com o ar mais gélido possível, a língua se coçando para disparar algo como 'conhecedora de mbp que se esgoela com tatu??? Ha ha ha ha!!!'. Mas apenas nada disse e saí da roda sem sutileza alguma. 

Pois é, eu que topei com muitos roqueiros e metaleiros posers, no decorrer da minha patética vida, fui agraciado, já quase cinquentão, com uma figura inominável: a poser de mpb!!! 

Para encerrar este relato de um evento patético em que pessoas ainda mais patéticas pontuaram, segue uma das músicas que selecionei  na máquina, para purificar o ambiente e devolvê-lo a sua verdadeira natureza, um clássico absoluto e eterno do heavy metal:

 


       

          

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Cenas da noite (ou da vida ou ainda: texto curto, fútil e inútil)

 O caçador noturno estava no seu bar favorito, conversando com conhecidos e amigos, bebendo, e claro, observando o ambiente em busca de alguma 'musa questionável' (grande Chuck, autor desse termo lapidar, por onde andas?); pois tanto procurou que ela surgiu: uma criatura insistente, pegajosa, até mesmo desagradável em alguns momentos, dada a sem mais nem menos se achegar nos homens de longas madeixas e passar a alisar seus cabelos sem aviso ou permissão, sussurrar coisas desconexas nos seus ouvidos, o que gerou inclusive um 'chega pra lá' um tanto engraçado da namorada de um deles...

Bem, acontece que este escriba já travou contato físico com a moça em questão, no mesmo bar, há pouco menos de dois anos, evento devidamente relatado aqui nesta tranqueira. Pois desta vez, a moça foi muito mais incisiva:mal me viu, lançou-se a mim, após duas recusas veementes de outrem, com uma determinação e volúpia que não deixavam opção (aliás, optei por não perguntar se lembrava de mim daquela noite anterior não muito gloriosa...).

Após simplesmente pousar no meu colo e me tascar um beijo, digamos, bastante dedicado, caçador noturno e moça, tomados pelas forças atávicas que realmente governam a humanidade, foram para um lugar mais reservado, do qual retornaram talvez uma hora depois. Para alívio geral da nação, assim que readentramos o bar ela se juntou ao amigo, irmão  ou sei lá o que com quem chegara, se entupiu de bebida e desabou numa mesa. E este sujeitinho pegou mais uma porção de bebida e foi literalmente procurar sua turma, a qual, inclusive, já o esperava, de copos na mão e olhares divertidos e cínicos...

No decorrer do restante da noite meus amigos e conhecidos, ao me verem leve, livre e solto e a moça desmaiada na mesa apontavam para ela e inquiriam, exalando cinismo: 

"Ei, Alex, não vai cuidar da sua 'namorada'? rs rs rs"

E eu, mais de uma vez, simplesmente fazia o universal gesto de 'chiiii', 'silêncio'!

Fim da historieta? Chamei um carro de aplicativo, despedi-me da turma e sumi na noite, torcendo para que a mala, ops, a moça em questão, ficasse pelo menos mais quatro anos desaparecida.

Saudações canalhas e cafajestes     

sexta-feira, 9 de junho de 2023

AlexB ataca de poeta

 Que minha língua ávida tenha tônus e força para deslizar

e explorar toda a infinidade e magnificência de suas roliças coxas

Poemeto erótico barato, tosco, mal feito (devo admitir), porém feito no calor (e que calor!) do momento, no balcão de um bar, enquanto contemplava e lançava olhares para monumental loira que estava, digamos, causando uma verdadeira devastação no local. Não tive a devida oportunidade de declamá-lo à musa inspiradora (e convenhamos, a tranqueira acima precisa ser bastante burilada, antes dos ouvidos da moça receberem essas palavras!); mas houve um contato inicial, que, espera-se e trabalhar-se-á arduamente para isso, renderá frutos!

Saudações canalhas e cafajestes  

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Dica cultural de AlexB

 

 

 "As mulheres sérias a valer têm um ódio doido às putas. Julga o meritíssimo juiz que é por serem sérias? É, mas é por verem de que é que estão privadas por serem sérias. Esta é a verdade,  - senhor juiz - e o mais - não faço o gesto por respeito.

 Não há mulher nenhuma neste mundo - nem a mais séria, senhor juiz - que não tenha invejado essas que  lá andam nas ruas à procura dos homens - nenhuma, senhor juiz, se dissesse a verdade como a pôr o coração aí em cima dessa mesa.

(...)

Sempre o mesmo homem, senhor juiz - o mesmo homem todos os dias, com o mesmo corpo e a mesma maneira! Todas as noites, senhor juiz, e na mesma cama - nem a cama muda ao menos. "

Maridos - Fernando Pessoa   

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXVII

"A vida é uma eterna busca pela vida."

Pensamento/frase muito simples aparentemente, mas que guarda grandiosas sabedoria e profundidade, se lida e pensada com a atenção e o vagar que os produtos da inteligência exigem.

A fonte dessa pensata foi uma surpresa, pois seu autor a disparou de modo bastante casual e é um tipo que já apareceu em postagem aqui na tranqueira, protagonizando cena digna de censuras e críticas; em suma o tipo de pessoa da qual jamais se esperaria essa sagacidade. 

Pois é, caros leitores, às vezes, muito às vezes, a vida nos surpreende e de onde menos se espera realmente sai algo bom e inesperado.

Saudações canalhas e cafajestes

  

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Cenas da noite (ou da vida)

Cena flagrada no bar favorito deste escriba: 

Uma morenaça e duas amigas suas, não tão deslumbrantes, mas também bastante apetecíveis, ganham todos os olhares masculinos do boteco assim que adentram o local; alguns mais ousados, decididos ou tontos (calma que este último termo será devidamente explicado por esta narrativa débil) tentam ir além dos olhares (este sujeitinho não fez parte do ilustre grupo, por razões que serão igualmente explicadas adiante). Assim, dois tipos meio bobos e sebosos são eleitos por elas, escolhidos, agraciados... com a honra de serem enrolados e feitos de trouxas toda a noite afora.

Conversas animadas na calçada, cerveja consumida a rodo, caras e bocas no balcão, assim vai o contato social entre as três gostosas e os dois patetas madrugada adentro. Este escriba registrou esses gloriosos acontecimentos enquanto ele cuidava da sua vidinha. 

Já passava das três da manhã, a música ao vivo findara, mas o bar ainda permanecia cheio e animado. Eis que olho na direção do fundo do bar e vejo uma cena aparentemente banal, mas muito educativa, plena de sentido e lições para quem souber entender.

As três amigas estão sentadas em uma mesa, voltadas umas às outras, cochichando, dando risinhos, trocando olhares de divertimento e cumplicidade. E os dois patetas, jogados de canto, de escanteio, olhando para elas com cara de babões, de idolatria mesmo, ainda alimentando a esperança que seriam abençoados com os favores amorosos das beldades. Não me contive, virei para uma amiga, parceira de copo e noitadas que estava a meu lado, apontei a cena e fuzilei:

- Veja como homem é muito, mas muito trouxa!

Ah, sim, por que não me inclui no ilustre grupo dos intrépidos caçadores noturnos? Simples, a morenaça, meses antes, surgira no mesmo bar, acompanhanda de uma trupe maior. Na ocasião,  fiz contato, trocamos algumas frases mas me afastei, ao logo farejar que dali nada mais intenso ou físico despontaria. E na noite narrada nesta postagem, dirigi um olhar à moça em questão, assm que nos cruzamos no estreito corredor do bar. A indiferença dela alertou a sabedoria dos anos vividos e refletidos: nada tente, pois nada prazeroso ou agradável sairá dessa ação. 

Caros leitores, envelhecer tem uma vantagem: a sabedoria. Ficar curtido, rodado e mais cético pode ser uma benção, às vezes.

E houve mais acontecimentos na noite, a serem narrados em outra postagem.

Saudações canalhas e cafajestes

           

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Instantâneos da cidade - XXI


 Avenida Ipiranga, Centro da cidade.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Dica cultural de AlexB

 


 

"onde à noite, pobres estudantes, artistas pobres, 

sorvíamos lendas no ouro claro da cerveja..."

(A Visita, poema do livro A Paixão Medida)

Carlos Drummond de Andrade explorou como ninguém mais o tema da mulher, do corpo feminino, dos dissabores e êxtases dos (des)encontros humanos, da boêmia, da bebida, em poemas e textos que não são tão conhecidos ou frequentes, em relação ao grosso de sua obra (bem, pouco conhecidos ao menos para o brasileiro em geral, ao extremo inculto e avesso à leitura ou qualquer coisa que cause algum movimento em seu decrépito espírito, que mal sabe que é nosso maior poeta). 

São textos de uma sobriedade, elegância e profundidade sem par, que muito destoam daqueles escritos por tipos incapazes de abordar esses temas sem cair na imaturidade - estilística e poética - mais adolescente e rasteira.

Drummmond é o cara, que este escriba recomenda expressamente a sua meia dúzia de leitores.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Cenas da vida (Ou: a eterna contradição humana)

Esta postagem é estrelada pelo meu amigo divorciado, pai de dois filhos, que faz sacrifícios, malabarismos e peripécias absurdas para conjugar a atenção que seus descendentes merecem com a atribulada vida amorosa, sempre pontuada por confusões e ciúmes. Ele já protagonizou outras postagens nesta tranqueira, estão lembrados?

Então, bora lá!

Contou-me esse meu amigo, durante uma cervejada (é claro), que uma bela tarde estava ele curtindo um belo parque público da bucólica e saudável São Paulo na companhia de sua filha mais velha, a qual já se tornou uma bela e inteligente mulher, afinal já tem quase vinte aninhos. Bem, conversa vai e vem com a filha amada, o assunto patriarcado surgiu nem mesmo ele sabe como. Daí que disparou:

- Bem, eu e sua mãe te ensinamos a repudiar e rejeitar totalmente o patriarcado, que você nunca seja submissa em aspecto nenhuma a homem nenhum. Acho que posso ficar tranquilo quanto a isso. Tentei te tratar e  me relacionar com você evitando ao máximo cometer alguma atitude patriarcal ou machista, embora, claro, tenha com certeza cometido alguns deslizes, afinal sou humano e imperfeito.  Como diz minha namorada: morte ao patriarcado!

A filha olhou para ele mergulhada em profundo pensamento e com toda sua sabedoria, respondeu:

- É pai, verdade, e agradeço muito por isso. Mas ainda bem que você cometeus uns deslizes patriarcais, machistas.

Ele olha estupefato para ela e pergunta:

- Como assim, 'ainda bem'?!

- É que para eu crescer e amadurecer de verdade, precisava experimentar um pouco de patriarcado e machismo para conhecê-los ter como me rebelar contra eles. Um pouquinho é necessário, sim.

- Tipo, não crescer problemática, uma rebelde sem causa?

- Isso mesmo! 

E após dar um abraço e um beijo na sua amada filha, foi a vez dele mergulhar em profundo pensamento...

O que os leitores acham desse diálogo, desta postagem? O que acham da fala da garota?

Cartas à redação!

Saudações canalhas e cafajestes  

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Sobre o fanatismo que assola certas criaturas e grupos (texto contudente e agressivo, leia por sua conta e risco)

 Primeiro (e de novo e é ridículo ter de lembrar isso mais uma vez!):

Este sujeitinho que aqui escreve acredita piamente, defende e tenta viver - dentro de suas limitações cognitivas e factuais - de acordo com os ideais da igualdade entre os sexos, sem sexismos, violência, etc., por mais que por vezes as tranqueiras que publica aqui pareçam indicar o oposto. 

Mas apoiar não significar ser cego, burro, fanático, sem pensar ou ser desprovido de senso crítico. E convenhamos, o  tal feminismo brasileiro contemporâneo, principalmente aquele se manifesta sobretudo na infernet, esse esgoto da espécie humana, está tomado de um verdadeiro surto psicótico de burrice, fanatismo, cegueira, pregação aberta à violência, ódio do bem e quetais. Assim, não é porque o feminismo, em linhas gerais, está certo, que não podemos criticá-lo. Até aqui, tudo bem?

Disto isso, vamos ao que interessa: 

Muitos dos termos usados pelas feministas de internet (mas não só nela), já caíram num vazio e sem sentido totais, pois usados a torto e a direito, sem nenhum critério, como memes reproduzidos cegamente, nada estão fazendo de bom pela causa, muito pelo contrário!

Então, queridas, dizer, a todo momento e a todo macho que 'todo homem é um estuprador'; acusar um esquerdista/progressista, amigo ou conhecido, que discorda de um único ponto da sua pregação de 'esquerdomacho' (ô termo imbecil!) e dizer que a tal 'masculinidade frágil' (por favor, alguém mande um comentário e explique COM CLAREZA E PRECISÃO, COM RIGOR CIENTÍFICO o que diabos é isso; farto de ouvir esse termo ser arrotado sem nenhum critério ou razão) do sujeito se sente ameaçada por alguma bandinha de rock modernosa ridícula e marqueteira só fazem mal ao próprio feminismo e de vocês, desprezíveis!

Saudações canalhas e cafajestes


sexta-feira, 14 de abril de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXVI

"O ser humano ficou tão burro e se acha tão inteligente que passou a desprezar e ignorar seus instintos."

O dono do bar favorito deste escriba dispara mais uma de suas reflexões muito sagazes.

  

sexta-feira, 31 de março de 2023

Dica cultural de AlexB

 


"Em suma, um bando de golpistas vagabundos, pés-rapados e prosmícuos."

Trecho do texto introdutório da edição dessa obra-prima da literatura universal cuja capa encima esta postagem.Uma descrição muito certeira das personagens que povoam este livro inigualável, o qual mostra quão ridículo e sempre o mesmo é o ser humano. 

Assim que li essa passagem da introdução, lembrei de um trecho do final de O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro:

"Nós (brasileiros) somos, portanto, uns latinos tardios."

Isso mesmo, o grande Petrônio retratou não só os romanos de sua época, nessa narrativa hilária, mas, sem saber, também anteviu o surgimento de descendentes deles, nós, brasileirinhos! 


 

Saudações canalhas e cafajestes.

sexta-feira, 24 de março de 2023

Cenas da noite (ou da vida)

Cena 1, um sábado à noite qualquer: o caçador noturno ou tipinho patético dispara olhares para uma morena um tanto voluptuosa que surge em seu bar favorito. Ela responde os olhares, se aproximam, entabulam uma conversa, trocam opiniões sobre a música que toca na jukebox, ela se mantém naquele tom de 'estou flertando com você mas só um pouquinho, não ouse nada.' Caçador noturno leva a conversa para um final apagado, educado e sem muitas demoras, pois já está velho demais para certas coisas.

Cena 2, várias semanas depois: morena ressurge e cumprimenta caçador noturno, enquanto este bebe na porta do bar. Ela se mostra mais aberta, mais receptiva que na outra noite; ele não enrola muito e parte para o 'chegar junto'. Morena recua (literalmente), diz que é 'casadíssima, no papel'  - aponta um cara que estava a uns três metros de distância de nós, bebericando e nos observando - e que tem autorização para pegar 'apenas mulheres'. Caçador noturno experimenta duas sensações um tanto antagônicas: por um lado, a tentação de conquistar e levar ao 'mal caminho' uma mulher casada; por outro, contrariado com o discursinho clássico, eterno - e para ser honesto, insuportável de tão repetido e reutilizado - de mulher que provoca, provoca e na hora h diz que é séria e comprometida... 

Sem nada mais a dizer, ele se afasta.

Cena 3, cerca de uma hora após Cena 2:

Morena e marido estão discutindo acaloradamente, nos fundos do bar, o desentendimento parece feio. O caçador noturno desvia o olhar mais que depressa, pois quer distância desse tipo de encrenca. Por ser um cara rodado, que já viveu e viu patuscadas e absurdos mil, ele chega a supor que aquilo seria uma isca para atraí-lo para alguma armadilha noturna pesada, assim, procura ficar bem longe.

Cena 4, mais algumas semanas depois

Caçador noturno está na mesa que ele e seus amigos, a elite do bar, ocupam em vários sábados à noite. Sem nenhuma razão especial, ele olha para o espaço entre balcão e mesas. Quem surge dos fundos e passa bem ali, diante de seus olhos? Morena voluptuosa que lhe fulmina com um olhar de 'não chegue perto, não fale comigo!' Ele responde com um sorriso cínico que procura significar 'tudo bem, você quem manda!'

Cena 5, menos de uma hora depois de Cena 4:

Caçador noturno está na frente do bar, bebendo e conversando com dois de seus amigos de noitada. Morena se aproxima, cigarro entre os dedos e pede o isqueiro para a amiga do caçador. Acende o bastonete cancerígeno, agradece e se vai, tudo isso olhando fixamente para este sujeitinho que vos escreve.

Indagação final: será a Cena 5 na verdade uma cena pós-créditos anunciando que algo mais virá em outra noite? Se assim for, claro que será aqui devidamente eternizado.

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sexta-feira, 17 de março de 2023

Dica cultural de AlexB


 "Inacreditável a solidão no coração de um homem."

Os amantes constantes - filme francês, 2005

sábado, 11 de março de 2023

Instantâneos da cidade - XX


Detalhe da parede do banheiro masculino de um bar qualquer da cidade citada.

Não tenho intenção ou paciência de me alongar no assunto, apenas assinalo que o cantor Criolo, autor e intérprete da música a que essa mensagem faz menção, está, a meu ver, certo e errado, pois São Paulo é diversa demais para certos sentenciamentos sumários e essa imagem calou fundo.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 3 de março de 2023

Buuuu!!!!

Os caros, mais fieis e antigos leitores hão de lembrar de algumas postagens que relatam e refletem sobre a milenar prática feminina de se insinuar, trocar olhares, jogar charme, chegar bem perto de um homem em uma pista de dança e, quando o idiota da vez se aproxima, 'chega junto' tenta um algo mais, é rechaçado como se fosse um perigoso abusador do sexo feminino; postagens estas que inclusive registram ocasiões em que este sujeitinho foi o eleito por uma infeliz qualquer o idiota da noite que a faria se sentir gostosa e poderosa.  

Bem, meus caros, estão devidamente eternizadas aqui nesta tranqueira as ocasiões em que uma criatura dessas atormentou, como um verdadeiro fantasma, este que aqui escreve, no seu porão favorito, por mais de ano. E também está aqui cinzelada outra ocasião em que, em um evento social-literário de certa importância, tive o prazer de uma pequena, mesquinha mas deliciosa vingança contra a sujeita, que logo descobri, era (é) uma mulher de carne e osso real e não uma assombração que habitava o porão e se materializava quando das minhas visitas ao local, para me atormentar, como o colaborador-mor desta tranqueira especulou, em tom de piada, sobre o absurdo da situação. 

Pois bem, como também já relatei aqui, assim que o mundo começou a se normalizar e o maldito confinamento abrandou, lá pelos finais do mefítico ano de 2020, eu e amigos próximos retornamos ao nosso amado porão. O tempo passou, vacina chegou, restrições foram caindo, a dita normalidade retornou (como soa esquisito usar esse termo para se referir à vida cotidiana atual; mesmo antes da pandemia, nada havia e há de normal e são na vida urbana!). 

Desse modo, a sujeita em questão mais e mais se tornava uma lembrança esmaecida, um fantasma de noites passadas. Até que...

No último sábado fui ao amado porão com um pequeno e seleto grupo, incluindo minha mais querida amiga. Cá estou na pista, lotada, penumbrosa, quente, cheia de música e vida quando de repente, após mais de três anos sem dar o ar de sua (des)graça, quem surge bem à frente, dançando toda insinuante? Sim, ela mesma! A sujeita de anos atrás! 

Sou um cara, como as pessoas que me conhecem bem não cansam de afirmar, 'rodado', 'curtido' ou vivido, se preferirem. Conheço muuuuiiitttooo bem os códigos de comportamento, flerte, etc da noite e particularmente daquela pista: não foi acaso do destino unindo dois corações solitários, e sim a obsessão daquela mulher em  voltar a atazanar aquele idiota (eu!), após mais de três anos e uma pandemia (!!!), que a colocou bem diante dos meus incrédulos olhos.

Não dei chance de bancar o idiota mais uma vez, não virei as costas para ela surgir mais uma vez a minha frente, como fez em tantas outras: saí caminhando apressado e me refugiei no extremo oposto da pista e lá fiquei por mais meia dúzia de músicas, até  que a sede por álcool me levou a deixar a pista e atravessar um dos arcos que delimitam um corredor de passagem do porão. Quem estava exatamente sob a estrutura de tijolos, me encarando fixamente?

Caros leitores, repito, não afirmo que esta mulher é um fantasma porque já a encontrei em evento à luz do dia, conversando com outros mortais, ela tem um nome, profissão, etc. é uma pessoa de carne e osso, o que reforça uma sabedoria que formulei há muito tempo e também aqui registrei: o ser humano vivo e material é o pior dos fantasmas e demônios, não há a menor necessidade de se invocar ou utilizar seres do além para atormentar outro ser humano, já possuímos dentro de nós todo o arsenal das trevas para isso e muito mais!

E como conclusão desta historinha de terror que tem um forte lado cômico/ridículo (entenderam agora  por que a imagem que encima este texto?): após relatá-la ao colaborador-mor, rirmos e refletirmos a respeito, formou-se em minha exausta e distorcida mente a decisão final, o que farei quando essa doida surgir de novo nas minhas aventurinhas noturnas (pois isso acontecerá, com certeza!). Mas isso, além de ser algo um tanto radical, será assunto para outra postagem, que sabe-se quando, certamente virá, após aquilo que deve acontecer se consumar...

Saudações canalhas e cafajestes              

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Mais um texto curto, inútil e fútil (nem tanto, assim crê o autor)

O álcool é o entorpecente, a via de acesso à consciência cósmica, a fuga e porta de acesso à compreensão da verdades das coisas que os pobres, proletários e fodidos em geral do mundo podem consumir e desfrutar.

Pérola de autoria deste escriba, gerada sobre efeito da droga em questão, é claro.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Texto curto, fútil e inútil

Como é bom ser safado, mulherengo e pilantra, mesmo quando a prática dessas características dá em nada!

P. S. : Não peçam explicações!!


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Dica cultural de AlexB


 "A maioria dos homens casados parecem perseguidos."

Frase cintilante de precisa na definição dessa triste condição a que um homem pode decair, dita por uma personagem feminina magistral de Quem matou Vicki? filme noir brilhante dos anos 40, que este sujeito recomenda muito a seus leitores.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Texto curto, e espera-se, que não seja inútil e fútil

 "Nós buscamos a síntese definitiva do que vivemos, pensamos, conhecemos e sentimos. Que o conhecimento mais sublime, mais erudito e livresco e as porralouquices mais juvenis e ridículas se integrem em uma só coisa, radiante, inebriante e que essa coisa faça nossa minúscula passagem pelo universo ter sentido e valor!"

Este escriba, embriagado mas muito são. 


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXV

 "Destesto gente marrenta. Ninguém é tão gostoso quanto acha que é."

Frase ouvida em uma conversa casual de mesa de bar, anotada mentalmente para aqui figurar. Uma simples e valiosa lição de sabedoria que devemos lembrar e aplicar na noite (e na vida em geral), sempre.

Saudações canalhas e cafajestes 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXIV

"Homem caçarola: é aquele homem que a mulher manda nele totalmente; o agita, ele se mexe quando ela quer, ela determina tudo nele."

De um colaborador bastante bissexto desta tranqueira, mas que quando o faz, contribui com joias como esta.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Dica noturna de AlexB (postagem altamente chauvinista e canalha)

 

Este escriba, mais uma vez, compartilha com seus cinco, seis leitores suas experiências e impressões sobre lugares, estabelecimentos da cidade de São Paulo, para assim quem sabe ajudar o nobre seguidor desta tranqueira a ter uma experiência noturna o mais prazerosa possível.  

O edifício da foto acima é um dos mais famosos da cidade e de todo o país: o mais que famigerado Copan, localizado no Centrão, próximo à Praça da República, Rua da Consolação, etc. Desnecessário se alongar. Vamos ao que interessa.

O térreo da nobre construção, suas ruas internas e o entorno, nos últimos anos, vivem uma intensa movimentação e surgimento de bares, restaurantes, lojas diversas; tudo claro, bem 'hipster', 'modernoso', 'prafrentex', num clima e estética bem lacradores e 'santa ceciliers' (maioria dos frequentadores desses novos 'empreendimentos'). Os caros leitores podem deduzir o que penso disso tudo, mesmo sendo, em termos políticos-sociais, um progressista e defensor convicto de causas progressistas-libertárias...

Bem, mas há um estabelecimento no Copan anterior a essa onda modernosinha que resiste firme e forte, passou por maus momentos durante a pandemia, em 2020, óbvio, mas resistiu e voltou ao de antes: cheio e movimentado. Trata-se de um restaurante/bar (e pelo visto também balada/pista de dança) localizado bem na fachada, na área frontal do prédio, que, em várias noites da semana, recebe grupos musicais (vamos chamá-los assim, por falta de termo ofensivo o suficiente para descrevê-los) na sua parte superior, que aliás  nomeia o lugar (a tentação de postar foto destacando a placa na fachada que mostra o nome do estabelecimento foi grande, mas o receio de dores de cabeça foi maior).

Ocorre, caros leitores, que desde sempre, desde a primeira vez que passei defronte à noite e reparei no evento musical, e isso já faz uns anos, o cenário macabro é o mesmo: na parte inferior do restaurante, um clima de pré-balada, 'jovens dinâmicos'(como diz o colaborador-mor desta tranqueira) com cara de animação e hormônios em fúria e música ao vivo rolando no piso acima.  Mas as mulheres que enchem o lugar nessas noites tão animadas são, segundo definição não deste porco chauvinista e canalha, mas sim de minha melhor amiga, que algumas vezes, passando por ali comigo também presenciou a cena, 'um bando dessas típicas barangas na faixa dos 30, que camelam nos escritórios do centro, loucas, desesperadas para arrumar um namorado/marido' (ha ha ha!!!)

E a música, a música, leitores....

Sempre conjuntos cover de péssima qualidade, tocando (leia-se, piorando o que já é ruim) o melhor do cancioneiro popularesco-bregoso que o brasileiro médio adora. Na última vez que passei diante este verdadeiro portal para as trevas, há duas noites, o grupelho em ação realizava a proeza de tornar ainda mais insuportável um 'crássico' de um grupo amado por esses analfabetos culturais que infestam o Centro, São Paulo, o país, o tal de Roupa Nova (Argh!!!Vade retro!). E claro, um bando de bruacas ensandecidas podia ser visto pelas amplas janelas, pulando e cacarejando ao som. Confesso que tive ímpeto de gritar alguma tiração/piada cruel na direção do evento, mas fui contido pela clássica expressão, que me veio à mente: "melhor não, vai que é doença!"

Então, caros leitores, a dica é essa: se você estiver em busca de algum lugar pela noite do Centro de São Paulo com música ao vivo e mulheres disponíveis a aventuras amorosas e tiver o mínimo de bom gosto, amor próprio e ser pouco afeito a ressaca moral no dia seguinte, fique beeeem longe desse lugar!

Mas, claro, se o leitor é um autêntico 'guerreiro noturno', afeito a emoções realmente fortes e experiências extremas, então a dica ganha outro sentido...

Saudações canalhas e cafajestes           

    

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Baudelaire, mais uma vez

 


 Esta semana encontrei outra grande amiga; conversa vai e vem, perguntamos sobre amigos, conhecidos, fofocamos um tanto. Eis que ela pergunta sobre o rapaz que protagonizou postagem anterior, um sujeito que se deixou dominar e se explorar completamente por uma mulher, em nome do 'amor'; na postagem em questão citei a certeríssima fala da mais sábia mulher que já conheci, também sabedora do caso, que disparou:

"Incrível como vocês homens são tontos. É assim mesmo? Para ter uma buceta garantida vale tudo, até ser explorado, sugado, dominado até o limite?"

Os caros leitores se lembraram? Pois bem, relatei a esta minha outra amiga que na última vez na qual encontrei o sujeito ele estava ainda mais farto, cansado da situação, não se importou nem um pouco que as pessoas ao redor ouviram suas queixas. Mas infelizmente ele ainda não tomou a atitude que deve tomar!

Minha amiga ouviu atentamente e ao final, mostrou sua verve e cultura:

"É, cada um carrega sua quimera mas só olha a dos outros, nunca repara na sua, como escreveu Baudelaire."

Claro que fiquei interessado no ato e pedi que ela me mostrasse o texto em questão, cuja tradução transcrevo a seguir. 

É uma ótima fonte de reflexão sobre o caso desta postagem e também sobre o patético comportamento humano em geral.

Saudações canalhas e cafajestes

CADA QUAL COM SUA QUIMERA


Sob um grande céu cinza, numa grande planície empoeirada, sem caminhos, sem relvados, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei vários homens que caminhavam curvados.
Cada um deles carregava nas costas uma enorme Quimera, tão pesada quanto um saco de farinha ou carvão, ou o equipamento de um infante romano.
Mas a monstruosa besta não era um peso inerte, ao contrário, envolvia e oprimia o homem com seus músculos elásticos e possantes; agrafava-se com suas duas vastas garras no
peito de sua montaria; sua cabeça fabulosa sobrepunha-se na fronte do homem, como um desses capacetes horríveis pelos quais os antigos guerreiros contavam acirrar o terror do inimigo.
Questionei um desses homens e lhe perguntei aonde iam assim. Respondeu-me que de nada sabia, nem ele nem os outros, mas que evidentemente iam para algum lugar, já que eram impelidos por uma invencível necessidade de caminhar.
Coisa curiosa de se notar: nenhum desses viajantes tinha o ar irritado com a besta fera suspensa em seu pescoço e colada em suas costas; diríamos que ele a considerava como parte
de si mesmo. Todos esses semblantes fatigados e sérios não testemunhavam nenhum desespero; sob a cúpula spleenética do céu, os pés mergulhados na poeira de um solo tão desolado quanto este céu, eles caminhavam com a fisionomia resignada de quem está condenado a sempre esperar.
E o cortejo passou ao meu lado e se embrenhou na atmosfera do horizonte, no lugar onde a superfície rotunda do planeta se furta à curiosidade do olhar humano.
E durante alguns instantes, obstinei-me a querer compreender este mistério; mas logo a irresistível indiferença abateu-se sobre mim e destarte fiquei mais pesadamente afligido quanto
eles mesmos por suas esmagadoras Quimeras.

Tradução: Ana Lúcia Paz Magalhães