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sexta-feira, 3 de março de 2023

Buuuu!!!!

Os caros, mais fieis e antigos leitores hão de lembrar de algumas postagens que relatam e refletem sobre a milenar prática feminina de se insinuar, trocar olhares, jogar charme, chegar bem perto de um homem em uma pista de dança e, quando o idiota da vez se aproxima, 'chega junto' tenta um algo mais, é rechaçado como se fosse um perigoso abusador do sexo feminino; postagens estas que inclusive registram ocasiões em que este sujeitinho foi o eleito por uma infeliz qualquer o idiota da noite que a faria se sentir gostosa e poderosa.  

Bem, meus caros, estão devidamente eternizadas aqui nesta tranqueira as ocasiões em que uma criatura dessas atormentou, como um verdadeiro fantasma, este que aqui escreve, no seu porão favorito, por mais de ano. E também está aqui cinzelada outra ocasião em que, em um evento social-literário de certa importância, tive o prazer de uma pequena, mesquinha mas deliciosa vingança contra a sujeita, que logo descobri, era (é) uma mulher de carne e osso real e não uma assombração que habitava o porão e se materializava quando das minhas visitas ao local, para me atormentar, como o colaborador-mor desta tranqueira especulou, em tom de piada, sobre o absurdo da situação. 

Pois bem, como também já relatei aqui, assim que o mundo começou a se normalizar e o maldito confinamento abrandou, lá pelos finais do mefítico ano de 2020, eu e amigos próximos retornamos ao nosso amado porão. O tempo passou, vacina chegou, restrições foram caindo, a dita normalidade retornou (como soa esquisito usar esse termo para se referir à vida cotidiana atual; mesmo antes da pandemia, nada havia e há de normal e são na vida urbana!). 

Desse modo, a sujeita em questão mais e mais se tornava uma lembrança esmaecida, um fantasma de noites passadas. Até que...

No último sábado fui ao amado porão com um pequeno e seleto grupo, incluindo minha mais querida amiga. Cá estou na pista, lotada, penumbrosa, quente, cheia de música e vida quando de repente, após mais de três anos sem dar o ar de sua (des)graça, quem surge bem à frente, dançando toda insinuante? Sim, ela mesma! A sujeita de anos atrás! 

Sou um cara, como as pessoas que me conhecem bem não cansam de afirmar, 'rodado', 'curtido' ou vivido, se preferirem. Conheço muuuuiiitttooo bem os códigos de comportamento, flerte, etc da noite e particularmente daquela pista: não foi acaso do destino unindo dois corações solitários, e sim a obsessão daquela mulher em  voltar a atazanar aquele idiota (eu!), após mais de três anos e uma pandemia (!!!), que a colocou bem diante dos meus incrédulos olhos.

Não dei chance de bancar o idiota mais uma vez, não virei as costas para ela surgir mais uma vez a minha frente, como fez em tantas outras: saí caminhando apressado e me refugiei no extremo oposto da pista e lá fiquei por mais meia dúzia de músicas, até  que a sede por álcool me levou a deixar a pista e atravessar um dos arcos que delimitam um corredor de passagem do porão. Quem estava exatamente sob a estrutura de tijolos, me encarando fixamente?

Caros leitores, repito, não afirmo que esta mulher é um fantasma porque já a encontrei em evento à luz do dia, conversando com outros mortais, ela tem um nome, profissão, etc. é uma pessoa de carne e osso, o que reforça uma sabedoria que formulei há muito tempo e também aqui registrei: o ser humano vivo e material é o pior dos fantasmas e demônios, não há a menor necessidade de se invocar ou utilizar seres do além para atormentar outro ser humano, já possuímos dentro de nós todo o arsenal das trevas para isso e muito mais!

E como conclusão desta historinha de terror que tem um forte lado cômico/ridículo (entenderam agora  por que a imagem que encima este texto?): após relatá-la ao colaborador-mor, rirmos e refletirmos a respeito, formou-se em minha exausta e distorcida mente a decisão final, o que farei quando essa doida surgir de novo nas minhas aventurinhas noturnas (pois isso acontecerá, com certeza!). Mas isso, além de ser algo um tanto radical, será assunto para outra postagem, que sabe-se quando, certamente virá, após aquilo que deve acontecer se consumar...

Saudações canalhas e cafajestes              

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