Noites Cafajestes à venda

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Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

sexta-feira, 31 de março de 2023

Dica cultural de AlexB

 


"Em suma, um bando de golpistas vagabundos, pés-rapados e prosmícuos."

Trecho do texto introdutório da edição dessa obra-prima da literatura universal cuja capa encima esta postagem.Uma descrição muito certeira das personagens que povoam este livro inigualável, o qual mostra quão ridículo e sempre o mesmo é o ser humano. 

Assim que li essa passagem da introdução, lembrei de um trecho do final de O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro:

"Nós (brasileiros) somos, portanto, uns latinos tardios."

Isso mesmo, o grande Petrônio retratou não só os romanos de sua época, nessa narrativa hilária, mas, sem saber, também anteviu o surgimento de descendentes deles, nós, brasileirinhos! 


 

Saudações canalhas e cafajestes.

sexta-feira, 24 de março de 2023

Cenas da noite (ou da vida)

Cena 1, um sábado à noite qualquer: o caçador noturno ou tipinho patético dispara olhares para uma morena um tanto voluptuosa que surge em seu bar favorito. Ela responde os olhares, se aproximam, entabulam uma conversa, trocam opiniões sobre a música que toca na jukebox, ela se mantém naquele tom de 'estou flertando com você mas só um pouquinho, não ouse nada.' Caçador noturno leva a conversa para um final apagado, educado e sem muitas demoras, pois já está velho demais para certas coisas.

Cena 2, várias semanas depois: morena ressurge e cumprimenta caçador noturno, enquanto este bebe na porta do bar. Ela se mostra mais aberta, mais receptiva que na outra noite; ele não enrola muito e parte para o 'chegar junto'. Morena recua (literalmente), diz que é 'casadíssima, no papel'  - aponta um cara que estava a uns três metros de distância de nós, bebericando e nos observando - e que tem autorização para pegar 'apenas mulheres'. Caçador noturno experimenta duas sensações um tanto antagônicas: por um lado, a tentação de conquistar e levar ao 'mal caminho' uma mulher casada; por outro, contrariado com o discursinho clássico, eterno - e para ser honesto, insuportável de tão repetido e reutilizado - de mulher que provoca, provoca e na hora h diz que é séria e comprometida... 

Sem nada mais a dizer, ele se afasta.

Cena 3, cerca de uma hora após Cena 2:

Morena e marido estão discutindo acaloradamente, nos fundos do bar, o desentendimento parece feio. O caçador noturno desvia o olhar mais que depressa, pois quer distância desse tipo de encrenca. Por ser um cara rodado, que já viveu e viu patuscadas e absurdos mil, ele chega a supor que aquilo seria uma isca para atraí-lo para alguma armadilha noturna pesada, assim, procura ficar bem longe.

Cena 4, mais algumas semanas depois

Caçador noturno está na mesa que ele e seus amigos, a elite do bar, ocupam em vários sábados à noite. Sem nenhuma razão especial, ele olha para o espaço entre balcão e mesas. Quem surge dos fundos e passa bem ali, diante de seus olhos? Morena voluptuosa que lhe fulmina com um olhar de 'não chegue perto, não fale comigo!' Ele responde com um sorriso cínico que procura significar 'tudo bem, você quem manda!'

Cena 5, menos de uma hora depois de Cena 4:

Caçador noturno está na frente do bar, bebendo e conversando com dois de seus amigos de noitada. Morena se aproxima, cigarro entre os dedos e pede o isqueiro para a amiga do caçador. Acende o bastonete cancerígeno, agradece e se vai, tudo isso olhando fixamente para este sujeitinho que vos escreve.

Indagação final: será a Cena 5 na verdade uma cena pós-créditos anunciando que algo mais virá em outra noite? Se assim for, claro que será aqui devidamente eternizado.

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sexta-feira, 17 de março de 2023

Dica cultural de AlexB


 "Inacreditável a solidão no coração de um homem."

Os amantes constantes - filme francês, 2005

sábado, 11 de março de 2023

Instantâneos da cidade - XX


Detalhe da parede do banheiro masculino de um bar qualquer da cidade citada.

Não tenho intenção ou paciência de me alongar no assunto, apenas assinalo que o cantor Criolo, autor e intérprete da música a que essa mensagem faz menção, está, a meu ver, certo e errado, pois São Paulo é diversa demais para certos sentenciamentos sumários e essa imagem calou fundo.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 3 de março de 2023

Buuuu!!!!

Os caros, mais fieis e antigos leitores hão de lembrar de algumas postagens que relatam e refletem sobre a milenar prática feminina de se insinuar, trocar olhares, jogar charme, chegar bem perto de um homem em uma pista de dança e, quando o idiota da vez se aproxima, 'chega junto' tenta um algo mais, é rechaçado como se fosse um perigoso abusador do sexo feminino; postagens estas que inclusive registram ocasiões em que este sujeitinho foi o eleito por uma infeliz qualquer o idiota da noite que a faria se sentir gostosa e poderosa.  

Bem, meus caros, estão devidamente eternizadas aqui nesta tranqueira as ocasiões em que uma criatura dessas atormentou, como um verdadeiro fantasma, este que aqui escreve, no seu porão favorito, por mais de ano. E também está aqui cinzelada outra ocasião em que, em um evento social-literário de certa importância, tive o prazer de uma pequena, mesquinha mas deliciosa vingança contra a sujeita, que logo descobri, era (é) uma mulher de carne e osso real e não uma assombração que habitava o porão e se materializava quando das minhas visitas ao local, para me atormentar, como o colaborador-mor desta tranqueira especulou, em tom de piada, sobre o absurdo da situação. 

Pois bem, como também já relatei aqui, assim que o mundo começou a se normalizar e o maldito confinamento abrandou, lá pelos finais do mefítico ano de 2020, eu e amigos próximos retornamos ao nosso amado porão. O tempo passou, vacina chegou, restrições foram caindo, a dita normalidade retornou (como soa esquisito usar esse termo para se referir à vida cotidiana atual; mesmo antes da pandemia, nada havia e há de normal e são na vida urbana!). 

Desse modo, a sujeita em questão mais e mais se tornava uma lembrança esmaecida, um fantasma de noites passadas. Até que...

No último sábado fui ao amado porão com um pequeno e seleto grupo, incluindo minha mais querida amiga. Cá estou na pista, lotada, penumbrosa, quente, cheia de música e vida quando de repente, após mais de três anos sem dar o ar de sua (des)graça, quem surge bem à frente, dançando toda insinuante? Sim, ela mesma! A sujeita de anos atrás! 

Sou um cara, como as pessoas que me conhecem bem não cansam de afirmar, 'rodado', 'curtido' ou vivido, se preferirem. Conheço muuuuiiitttooo bem os códigos de comportamento, flerte, etc da noite e particularmente daquela pista: não foi acaso do destino unindo dois corações solitários, e sim a obsessão daquela mulher em  voltar a atazanar aquele idiota (eu!), após mais de três anos e uma pandemia (!!!), que a colocou bem diante dos meus incrédulos olhos.

Não dei chance de bancar o idiota mais uma vez, não virei as costas para ela surgir mais uma vez a minha frente, como fez em tantas outras: saí caminhando apressado e me refugiei no extremo oposto da pista e lá fiquei por mais meia dúzia de músicas, até  que a sede por álcool me levou a deixar a pista e atravessar um dos arcos que delimitam um corredor de passagem do porão. Quem estava exatamente sob a estrutura de tijolos, me encarando fixamente?

Caros leitores, repito, não afirmo que esta mulher é um fantasma porque já a encontrei em evento à luz do dia, conversando com outros mortais, ela tem um nome, profissão, etc. é uma pessoa de carne e osso, o que reforça uma sabedoria que formulei há muito tempo e também aqui registrei: o ser humano vivo e material é o pior dos fantasmas e demônios, não há a menor necessidade de se invocar ou utilizar seres do além para atormentar outro ser humano, já possuímos dentro de nós todo o arsenal das trevas para isso e muito mais!

E como conclusão desta historinha de terror que tem um forte lado cômico/ridículo (entenderam agora  por que a imagem que encima este texto?): após relatá-la ao colaborador-mor, rirmos e refletirmos a respeito, formou-se em minha exausta e distorcida mente a decisão final, o que farei quando essa doida surgir de novo nas minhas aventurinhas noturnas (pois isso acontecerá, com certeza!). Mas isso, além de ser algo um tanto radical, será assunto para outra postagem, que sabe-se quando, certamente virá, após aquilo que deve acontecer se consumar...

Saudações canalhas e cafajestes