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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Uma pequena e singela lição de humildade ao canalha

Este escriba estava no seu bar favorito, praticando a nobre arte de jogar conversa fora misturada com altas pirações filosóficas, com outros notórios frequentadores do bar. Um deles, pouco mais velho que este canalha que vos escreve, cursou o que hoje se denomina ensino médio - então chamado de segundo grau ou colegial -  na mesma escola em que cumpri o mesmo estágio da vida escolar, escola há muito uma das melhores, senão a melhor de ensino público de nível médio da cidade(não, não darei o nome, seria mais uma pista sobre minha identidade, algo que preservo com todo cuidado que minha idiotice  e descuido permitem).

Passamos a trocar figurinhas sobre a escola, seus funcionários pitorescos, professores, confusões e não demoramos a lembrar e reverenciar uma professora lendária que lá lecionou por muitos anos, uma professora daquelas - rígida, durona, excelente no ofício e muito querida pelos alunos. Acontece que esta professora era reverenciada também por seus dotes físicos: quando lá estudamos (sempre lembrando, ele passou pela escola uns anos antes que eu) ela era uma bela loira de olhos claros e corpo bem torneado, que levou hordas e hordas de adolescentes que lá passaram a imaginar outras lições sendo ensinadas por ela a eles...

Foi então que narrei um pequeno evento do qual me orgulho até hoje, aquelas coisas que o homem conta de peito cheio, ufanando-se de suas cara de pau, ousadia e canalhice, como se só ele fosse capaz de tal ousadia. 

Acontece que esta professora era durona, não aliviava e boa parte da sala ficar de recuperação em sua matéria(também não direi qual disciplina) era rotina no final de ano. E lá íamos nós passar parte considerável das férias estudando.

Pois bem. Chega o grande dia da prova de recuperação(no final de janeiro!), praticamente todos se safam(ela aliviou  bastante na prova, queria era nos dar uma última lição e não nos reprovar, verdade seja dita). A alegria era tanta que este tipinho, ao ver sua nota e saber que escapara do pior, não resiste e no alto de seus recém-completos 16 anos, falta de noção, cara de pau, ousadia e coragem, tomado pelo alívio e pelo desejo que aquela linda loira lhe causava, simplesmente dispara:

- Professora, obrigado, estou tão feliz, posso dar um beijo na senhora?(claro, as palavras exatas não foram essas, exceto a última frase)

Ela faz uma cara meio de divertimento, meio resignada, como se aquilo não fosse novidade para ela, ganha um beijo estalado na bochecha, seguido por outros beijos, já que os tipinhos que eu suportava naquela turma resolveram me imitar.

Contei a história na mesa do bar para os demais de peito cheio, orgulhoso, rindo. Pois eis que o outro membro da roda de conversa que também estudou na escola, após ouvir atentamente e rir muito, como os demais, revela com a maior tranquilidade:

- Cara, realmente a "X" enlouquecia a homarada lá na escola, mas essa coisa de aluno querer beijá-la no rosto era rotina. Tinha um cara na minha sala, um japonês xarope, que na última semana de aula topou com ela no corredor, lotado, chegou para ela e disse, bem alto:

- Professora, muito obrigado por tudo que nos ensinou e por suas excelentes aulas! - e em seguida abraçou a mulher e tascou um beijo no rosto, para espanto de todos.

Rimos mais ainda, os demais participantes da mesa se puseram a pedir detalhes dos atributos físicos da professora e continuamos a beberagem e papo, mas esse evento ficou marcado na minha cabeça febril como material para uma postagem aqui na tranqueira, o que finalmente aconteceu, como estão lendo.

As reflexões que esta pequena, banal mas divertida historinha deixa: 

Todo canalha, principalmente quando bem jovem e dando os primeiros passos na arte de ser insinuante, ousado e intrépido com as mulheres, se julga único, pioneiro e inovador em suas ações e palavras. HA! Ledo engano da arrogância juvenil. Muitos outros fizeram o mesmo antes de você e muitos depois farão o mesmo, o que nos leva à segunda e mais profunda reflexão gerada por esta narrativa:

Na devida escala de tempo, tudo que um ser humano faz/cria/comete e parece criativo, único e muito pessoal aos seus olhos e aos diretamente envolvidos,  acaba por acontecer inúmeras vezes, não passa da repetição de imutáveis comportamentos humanos, e nisso reside sua verdadeira beleza.

 

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXV

 "Há uma diferença muito importante entre fantasmas e demônios: os últimos são reais."

De um colaborador inesperado e (muito) eventual desta tranqueira, durante uma conversa em que três canalhas (este incluso) relatavam os maiores problemas, dores de cabeça e horrores que tiveram com a ex- mais louca e problemática de suas vidas. O pensamento acima define à perfeição a diferença entre dois tipos de mulheres: as que nos intrigaram com suas atitudes, nos irritaram com outras,  por vezes sumiram sem deixar rastros e que lembramos como um enigma incômodo, mal ou nada explicado; e as que nada tinham de misterioso ou fugidio, eram sim verdadeiros seres das trevas que acabaram com nossas vidas!     Adivinhe a qual dos dois seres sobrenaturais enumerados acima associamos as nossas adoráveis ex-damas?

 

Saudações canalhas e cafajestes  

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Instantâneos da cidade - XVI


 Reparem na belíssima palavra bem no centro da imagem, que nomeia uma das maravilhas supremas da natureza, do cosmo, grafada na mureta que delimita o final do Vale do Anhangabaú e o começo da Praça da Bandeira/Avenida 23 de maio, no coração de São Paulo. Mal vi, saquei o celular e registrei esta obra de um artista anônimo, pois obrigatória que aparecesse nesta nobre seção desta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

O que não fazemos por uma novinha - parte II(ou: A novinha do chevette ataca novamente!)

 



 Após muitos desencontros, escapadas, estranhas dificuldades para responder mensagens, ainda mais estranhas sumidas(que para um canalha curtido, nada tinham de estranhas na verdade), a novinha com a qual o colaborador-mor desta tranqueira viveu a epopeia narrada na parte I, publicada nos idos de fevereiro último, a linda e muito desejável mocinha por fim topou um novo encontro, após meses de enrolação. E lá se foi meu amigo, cafajeste vivido, temendo que toda sua experiência e paciência seriam postas à prova em mais uma noite com aquela menina espevitada...

Primeiro, houve o cineminha noturno, clássico, romântico (contém uma certa dose de ironia), do qual saíram para uma beberagem que, ele esperava, antecederia o encontro sexual, ato sexual que ele assim torcia não sofresse o adiamento de horas como do primeiro encontro. Pois a mocinha tomou o comando, mais uma vez e desabalou pela Paulista e arredores, conduzindo meu amigo, que já temia ter de mais uma vez 'apreciar' a beberagem ímpar citada no título desta postagem...

Eis que entram na Rua Augusta e vão descendo-a, lépidos, até que ela estaca diante do templo do qual emanam luzes feéricas, o local mágico onde a vida noturna acontecia fervilhante e intensa e onde adentrariam em busca de indescritíveis diversões notívagas(este trecho contém grande dose de ironia): o famosíssimo Karaokê Augusta. Sim, caros leitores, a novinha arrastou meu amigo para um karaokê colorido, brega e barulhento situado no início da rua mais mundana de São Paulo...E lá foi ele subir as escadas até o grande salão de culto à desafinação, vergonha alheia e absoluta ausência de semancol. Assim que entraram no ambiente principal, no karaokê em si, o caçador noturno se vê em um salão vazio, com exceção de três travestis em uma mesa, muito animados e que instantaneamente se viram e encaram o casal hétero. O caçador noturno passa por eles de mãos dadas com a novinha, cabeça baixa, repetindo mentalmente o mantra: "não faça contato visual! Não faça contato visual!Não faça contato visual!"

E a noite transcorre, o lugar vai enchendo de tipos cada vez mais inomináveis, típicos da Augusta (as outras fotos que meu amigo me enviou são hilárias, mas não posso postá-las, por conter o rosto de pessoas que não conheço, o que poderia causar muitos problemas), os assassinatos musicais e músicas de péssimo gosto imperam. Chega o grande momento em que a novinha pede um chevette e o caçador noturno, claro, tem que se mostrar intrépido, sem medo, MACHO e é obrigado a beber um copo daquela gosma horrenda. 

E esta noite, caros leitores, a mocinha caprichou, foi particularmente fria, calma, indiferente e cruel como só as mulheres sabem ser e resolveu ceder seus favores sexuais a meu amigo quase às...cinco da manhã!!!!!

Termino aqui esta narrativa sobre como nós homens, no fundo, somos brinquedinhos das mulheres.

 Saudações canalhas e cafajestes

   

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXIV

 


"Certos bebuns são um tipo de gremlins: se regados com cachaça dá uma bosta tremenda."

Do colaborador mor desta tranqueira, enquanto observávamos alguns tipos que campeavam (leia-se enchiam o saco) em nosso bar favorito.

 

Saudações canalhas e cafajestes.  

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Pérola de sabedoria

 "O sábado era cheio de mentiras e falsidades, mas não suficientes para desencorajar. Não fazia mal, partia-se de peito aberto para a noite, dispostos a enfrentar cara a cara seus riscos e seduções. Mundo, estou aqui! O sábado, um desafio, mesmo se decepcionante deixa sempre lição ou marca. "

Meu dia preferido, Marcos Rey

Uma pequena amostra porque este mestre é um de meus escritores favoritos e um dos mais subestimados de nossa literatura.

(Sim, o tempo ainda está escasso e continuo obrigado a apelar para citações e frases curtas e certeiras)

 

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Pandemias vão e vêm mas as lendas nunca morrem

 

Os temores foram grandes, mas o templo maior da putanhagem na rua Augusta sobreviveu(na verdade estava fechado para reformas) e reabriu em toda sua glória. 

(Foto tirada há poucos minutos e postada nesta tranqueira em seguida, em um bar poucos metros abaixo).

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Pérola de sabedoria

"O trabalho é a maldição da classe bêbada."

De uma hq do mestre Robert Crumb.

Sim, caros leitores, já há algumas semanas as postagens do blog são diretas, sintéticas e principalmente, curtas, de poucas ou pouquíssimas linhas, por razões de força maior: este escriba anda muito atarefado com atividades mundanas - leia-se, submeter-se à máquina de moer gente chamada sociedade capitalista, para extrair os cobres que sustentam SUA vida mundana - e também com outras atividades literárias, estas de grande vulto e complexidade. Vocês tem minha promessa solene, feita enquanto entorno garrafas de cerveja, que em breve postagens mais longas e elaboradas (dentro dos estritos limites intelectuais deste sujeitinho) voltarão a comparecer  nesta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXIII

"Os bicos dos peitinhos duros das mulheres gostosas são o radar delas, que as avisam de nossas más (ou ótimas!) intenções."

Observação muito sagaz disparada por um sujeito postado no balcão do bar favorito deste sujeitinho, e que a proferiu ao perceber o entumescimento dos mamilos de uma mocinha, postada na calçada a poucos metros de nós e que, para ser preciso, nós devorávamos com os olhos. Se os bicos dos maravilhosos e firmes seios da garota se enrijeceram por tesão ou por alarme, fica a critério do leitor!

Saudações(muito) canalhas e cafajestes

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXII

"Às vezes, quando você perde, você na verdade ganha!"

De um frequentador do bar favorito deste escriba, reflexão que encerrou uma narrativa sobre uma trepada paga que ele percebeu a tempo, era uma bela de uma armadilha, com provável ameaça sob mira de arma de fogo empunhada pelo parceiro de crime da 'dama'. Ele chegou a ficar entre quatro paredes com a moça mas conseguiu se safar antes que golpe se consumasse. Daí, entre cervejas, relembramos casos vividos por ambos, em que mulheres, musas questionáveis, se mostraram muito, por demais acessíveis e dispostas a intercurso sexual e acenderam nosso sexto sentido de canalhas curtidos e rodados, o que leva a essa lição óbvia e importante, que muitos ignoram ou esquecem: por vezes, perder uma transa pode significar ganhar coisas muito mais valiosas!

Saudações canalhas e cafajestes

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Pérola de sabedoria - pesada, cortante, devastadora

"Um ano ou dois não nos mostram um homem: são estômagos todos; nós comida; engolem-nos com fome e, saciados, nos arrotam." 

Emília, personagem de Otelo, de William Shakespeare, em cena em que conversa com outra mulher, refletindo sobre os homens.

Caros leitores, fiquei e ainda estou tão impactado e golpeado por esse texto que não sei o que escrever a respeito.

Saudações

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Instantâneos da cidade - XV

 

Não, não há relação alguma da imagem com as temáticas desta tranqueira, mas ela é tão expressiva e poderosa, o tatu místico(?) tão sombrio e impactante, e essa pintura estar fixada em uma parede do bairro da Bela Vista é algo tão urbano e brasileiro que não pensei duas vezes em fotografá-la e colocar no blog.


Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Dica para os leitores que querem ser rancorosos, não querem perdoar, e sim ser 'do mal'


Se algum relacionamento anterior que terminou mal e do qual você se arrepende volta de alguma maneira, te assombra, na forma de memórias ou por qualquer outra razão essa mácula da sua existência volta a te atazanar, não há maneira melhor de superá-lo que lembrar apenas das coisas ruins dele e apagar ao máximo as boas - se existiram, é claro.
Seje do mal, rancoroso e não perdoe, abiguinho!!
 
Saudações canalhas e cafajestes   
 

 

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Papeis avulsos

Aqui estou eu, enfiado na cidade onde vivo há quase 30 anos, desde que nasci. Bem perto da sua mais conhecida avenida, em cujos arredores e esquinas mulheres e homens de todos tipos, tamanhos, formatos e cores, para todos os gostos, desfilam e trocam olhares de medida e aprovação, o artificialismo e pose dos metidos e 'antenados' de um 'pedaço de quarto mundo que se acha primeiro mundo'. Todos  fingem serem ativos, criativos, cheios de tesão. E são encarados com amarga dureza por rebeldes baratos e aspirantes a párias autoeleitos como eu, que os encaro, lá embaixo, desfilando suas arrogância e mediocridade. Estou sozinho no apartamento esta noite, minha atual  companheira das noites está longe, visitando parentes. Olho pela janela e as grandes torres metálicas luminosas pontuam a cidade, à distância até a enfeitam. E eu penso na estrofe da canção do Ira!: 

"Mais um ano que se passa

 Mais um ano sem você

Já não tenho a mesma idade

Envelheço na cidade"


Mais um ano se passou e aqui estou, mais velho e sem a quem procuro. Mas quem eu procuro, porra?

Regina? Meire? Célia? Ingra? Lúcia? Carol? Uma de vocês, nenhuma, todas?

Tudo que sei é que estou sem você, seja lá quem for.


Trechos selecionados da página inicial de um projeto literário de juventude, cuja concepção data de quase vinte anos. A página, dada por mim como perdida, ressurgiu há pouco dias, entre outros papéis que há muito não manuseava. Selecionei os melhores trechos(se é que alguma coisa dessa baboseira romântica juvenil pode ser considerada 'melhor', com alguma qualidade) e os amarrei em uma síntese do original.

P. S. : não darei maiores informações ou bandeiras, apenas informo que, obviamente, muita coisa na vida deste escriba mudou e entre outras coisas, sua busca terminou.   

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Instantâneos da cidade - XIV

 



Transcrição, pois a foto saiu péssima:
"A melhor maneira de conservar qualquer coisa numa cidade é transformando pelo uso."
Paulo Mendes da Rocha

Frase escrita em uma parede de um bar lendário do Centro de São Paulo (não direi o nome, não é muito difícil descobrir qual), vista por este escriba ao retornar ao local após alguns anos. Uma  pérola de humanismo, sabedoria e vida como esta, de autoria de uma figura que este sujeitinho admira muito (entre outras coisas, era um boêmio inveterado; se querem saber mais, vão ler e pesquisar um pouco!), tem de entrar,com honras, na seção de instantâneos. 

Saudações canalhas e cafajestes

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXI

"No começo da noite, após duas cervejas ou doses você se acha o homem de ferro; no fim da noite, bêbado e mal, você vira o homem-borracha."

O dono do bar favorito deste sujeitinho, expondo toda sua sabedoria acumulada em mais de 20 anos trabalhando na noite.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Reflexão curta, intensa e importante - uma verdadeira lição de sabedoria

Este escriba passava por um problema típico deste maldito mundo moderno, nesta última tarde, e de maneira inesperada e doce recebeu um conselho, uma ajuda muito bem-vinda e certeira, dada pela mulher mais maravilhosa que ele conheceu em sua desditosa vida - ela já protagonizou outras postagens desta tranqueira.  Depois de aplicar o conselho - com ótimos e imediatos resultados - agradeceu efusivamente e no calor do momento (em mais de um sentido...) formulou o pensamento que é o núcleo desta postagem:

"Mulher comportada e certinha não presta e é entediante!"

Como sempre e óbvio, não peçam explicações.

Saudações canalhas e cafajestes  

sábado, 28 de agosto de 2021

Instantâneos da cidade - XIII

Porta de um bar nas imediações da Estação da Luz.

Prosaico? Sim. Mas também pitoresco e interessante? 

Sem dúvida.



sábado, 21 de agosto de 2021

Pérola de sabedoria

Um conhecido meu recentemente foi humilhado pela namorada/esposa (cometeu a burrada de aceitar morarem juntos), uma situação revoltante, a qual não relatarei ou darei detalhes mínimos que sejam, pois estou me tornando um tanto paranóico sobre ocultar minha real identidade, e narrar esse evento, mesmo nos termos e palavras disfarçadas e nebulosas que emprego desde os primórdios do blog, parece arriscado. 
Enfim, ela o destratou, xingou e gritou em público, uma situação que enojou até às mulheres do entorno dele. E por que ele agiu como o maior dos parvos e escravocetas? Porque é apaixonadinho pela megera e julga que se terminar com ela nenhuma mulher do nível que ele aprecia o aceitará, simples assim!  Ao relatar a história para o colaborador mor desta tranqueira, ele, como sempre, foi preciso e mortal e portanto gerou mais uma postagem, pois ao que questionei indignado como um homem se rebaixa tanto por causa de mulher, ele respondeu:
"E um cara que se sujeita a isso é homem???"

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 14 de agosto de 2021

Instantâneos da cidade - XII

Cartaz fixado em uma parede interna de um bar qualquer na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, Centro/região da Avenida Paulista.


Saudações canalhas e cafajestes


domingo, 8 de agosto de 2021

Mais uma reflexão noturna, alcoolizada, fútil e um tanto inútil

Quando eu tinha 12, 13 anos ficava a olhar as luzes do Centro de São Paulo e da avenida Paulista nos terraços e quintais nas partes altas da minha periferia natal, em noites frias e noites quentes, todas escuras mas pontuadas de luzes. E eu  sentia o chamado da noite vibrando na minha carne, foram as primeiras vezes que eu senti esse chamado, o mistério, o fervor do desejo, eram o meu corpo e a cidade se fundindo e eu senti a energia desprendida por esta fusão me atormentar e me dominar e ainda a sinto. 

sábado, 31 de julho de 2021

Reflexão noturna e alcoolizada

Nós caímos na vida, cometemos excessos e fazemos coisas que porventura chateiam e magoam a quem amamos justamente para afirmar e fortalecer nosso amor por essas pessoas amadas: a vida verdadeira alimenta a vida que vivemos.

Não peçam explicações, sequer ousem considerar a possibilidade!


domingo, 25 de julho de 2021

Reflexão (Ou papeis avulsos - o retorno)

"O orgasmo alcançado por meio do intercurso sexual com uma mulher, por meio de penetrar e desbravar o universo que é o sexo de uma bela dama, é o único meio do macho comum conseguir alguma iluminação cósmica e superar, mesmo que brevemente, sua triste e patética condição"

Texto que estava guardado há quase uma década, de autoria deste escriba, que, segundo a anotação na própria folha(verso de uma nota fiscal), foi redigido em uma noite de bebedeira solitária e graças a uma bela coincidência, sem dúvida tramada pelos deuses e entidades protetoras dos canalhas e cafajestes, reapareceu, durante uma arrumação, exatamente quando este sujeitinho sofria com falta de material/relatos para postar nesta tranqueira.

 

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 17 de julho de 2021

A imortal sabedoria dos gregos (mais uma)

 Luciano de Samósata foi um dos grandes autores da antiguidade clássica e por tabela, portanto, de toda a humanidade. O cara deixou uma obra em que as falhas de nós humanos, nossas hipocrisias, vaidades, vícios e ridículos são pulverizados sem misericórdia: ricos, poderosos, pessoas comuns, sacerdotes, filósofos, ninguém escapou da verve implacável desse gênio.

Pois bem, caros leitores, apesar de saber da existência dessa obra desde a adolescência, só recentemente mergulhei de cabeça nela. E no estudo introdutório da joia que estou a ler, Diálogo dos Mortos, há uma catalogação de toda sua produção. Pois a sinopse de uma delas me chamou a atenção de imediato: a novela picaresca O Asno.

Acompanhem a história: Lúcio de Pratas, por acidente de sua escrava, é transformado em asno e vive várias aventuras, inclusive ser objeto da paixão de uma mulher muito rica(!).  No entanto, ele consegue recuperar a forma humana. Pois não é que a mulher, ao saber que ele não mais era um burro, o rejeitou???!!

 

Caros leitores, precisa explicar a moral dessa história imortal e tão profunda??

 

Saudações canalhas e cafajestes    

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Sentimento e sensações de infinitas noites

 "And you're just another hero riding through the night
Riding through the city, trying to lose your mind."

"And your only friend is music."

Sem maiores explicações

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CX

"Pelo que você conta, é muito difícil ser homem! São muitas tentações..."

Uma grande e antiga amiga, colaboradora muito bissexta desta tranqueira, depois de ouvir alguns relatos deste canalha sobre aventuras e desventuras noturnas por ele vividas e como ele não resiste nenhum pouco às tentações.

E sim, o comentário dela é um deboche crítico ao comportamento deste sujeitinho, ha ha ha!!

Saudações canalhas e cafajestes 

sábado, 26 de junho de 2021

Texto curto, fútil e (um pouco) inútil

"Eu sou homem, mas há um limite para a burrice, até mesmo em mim(nós)." 

Este escriba, respondendo para a mais maravilhosa, adorável, terrível e poderosa mulher que já passou por sua vida(e ainda passa e ainda assombra e ilumina essa minha vidinha medíocre), sobre um acontecimento ao qual ele reagiu com essa frase um tanto inesperada, pois nós homens realmente somos definidos por nossa estupidez e idiotice; mas às vezes, não dá!

Não peçam explicações, como sempre e óbvio.

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 19 de junho de 2021

Mais uma porção de sabedoria

 Tivesse ouvido isso em um bar, entraria na seção 'Descobertas feitas em mesas...'; fosse flagrado em muro ou parede na minha amada e também abominada São Paulo, claro que seria parte dos 'Instantâneos da cidade'. No entanto, apesar de ter todo jeito dessas duas seções desta tranqueira, esta pérola foi encontrada na 'infernet', em um site que informa ter sido esta concisa e densa sabedoria sobre a condição humana escrita em um muro de uma cidade de Portugal.

Bem, chega de enrolação, vamos ao pensamento sábio: 

 

Saudações canalhas e cafajestes
 

sábado, 12 de junho de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CIX

 

"As eras passam, as pandemias vem e vão, mas as assombrações permanecem nos mesmos lugares de origem, nos assombrando quando a eles retornamos."
 

Não peçam explicações!
 
Saudações canalhas e cafajestes


sábado, 5 de junho de 2021

Afirmação canalha ou: a ciência mais uma vez está certa

Caros leitores, segue matéria (link e o conteúdo, o próprio texto, caso a matéria seja retirada do site) que comprova algo dito há muito tempo:

O link: https://socientifica.com.br/estudo-mostra-que-cerebros-tem-muito-em-comum-com-testiculos/

O texto:

Cérebros têm muito em comum com testículos, mostra estudo

Por

Mateus Marchetto

 

Esta pesquisa mostra que cérebros e testículos na verdade têm muito em comum.

O sistema nervoso e a genitália são bastante relacionados, por motivos reprodutivos. O sexo em si dispara uma cascata frenética de sinalizações no sistema nervoso. Todavia, uma pesquisa acaba de mostrar que os cérebros têm mais em comum com o sistema reprodutivo. Na verdade testículos são, a nível molecular, muito parecidos com o cérebro humano.

A pesquisa que mostrou isso, disponível no periódico The Royal Society levou em consideração genes e proteínas presentes ambos no cérebro e testículos humanos. Assim os pesquisadores puderam observar, nada mais, nada menos que 13.442 proteínas em comum entre os dois órgãos.

Os autores afirmam, nesse sentido, que essa relação pode ser importante para o tratamento de diversas doenças. Por exemplo, estudos anteriores mostraram uma relação entre a perda de atividade dos testículos com uma degeneração mais rápida do sistema nervosos central.

Ambos os tecidos, ademais, consomem boa parte da energia do corpo. Isso porque o cérebro produz boa parte dos movimentos do nosso corpo, além do raciocínio lógico e sentimentos. Os testículos, não obstante, são importantes produtores de hormônios (como a testosterona principalmente) e, claro, esperma.

Funções e relações de testículos e sistema nervoso

Apesar de ainda não haver conclusões definitivas, os pesquisadores acreditam que essa relação pode vir do desenvolvimento dos tecidos humanos, ainda em estágios embrionários. Contudo, a hipótese mais ressaltada é a convergência evolutiva a nível molecular. Explico.

Muitas vezes duas espécies distantes geograficamente e evolutivamente podem desenvolver características em comum. Por exemplo, morcegos e aves possuem asas, ainda que o último ancestral comum entre ambos tenha vivido há mais de 100 milhões de anos. Ou seja, a asa passou por dois processos de seleção independentes, permanecendo como uma adaptação vantajosa ao ambiente. A esse processo se dá o nome de evolução convergente.

As asas dos morcegos têm função e formato parecido com as das aves, conquanto tenham origens diferentes.

Assim, os autores acreditam que essas proteínas em comum entre cérebro e testículo podem ter evoluído de forma independente. Isso porque ambos tecidos têm características em comum. Como dito antes, cérebro e testículos (ovários também) consomem bastante energia. Além do mais, ambos têm funções secretoras, de hormônios ou neurotransmissores e os dois também precisam gerar crescimento celular.

Vale ressaltar também que os testículos não são apenas semelhantes a cérebros masculinos, mas sim a cérebros da espécie humana em geral. Contudo, as gônadas femininas não apresentaram tanta semelhança molecular com o sistema nervoso.

A pesquisa recomenda, ademais, novas pesquisas a respeito da correlação evolutiva entre testículos e ovários e o desenvolvimento do cérebro humano.

O artigo está disponível no periódico The Royal Society

 

Conclusão: a velha máxima, tão repetida pelas mulheres, 'homens pensam com a cabeça de baixo' tem um fundo bioquímico de verdade!! É um fato da natureza um tanto inescapável, HA HA HA HA!!!

Saudações canalhas e cafajestes 

 

sábado, 29 de maio de 2021

Pérola de sabedoria (sobre a postagem anterior)

O colaborador-mor desta tranqueira, ao saber as circunstâncias em que a moçoila - conhecida de nós dois - disparou a pérola que é o centro da postagem anterior, rebateu de primeira, devastador como sempre: 

"O bar é uma das únicas coisas fieis a nós na vida, como assim? A culpa das burradas dela é do bar????"

Caros leitores, encerro a postagem confirmando a velha pensata: os amigos estão entre as poucas e mais importantes coisas que realmente podemos escolher na vida e me orgulho, a essa altura de minha acidentada vida, de ter escolhido muito bem os que estão comigo neste momento.

Saudações canalhas e cafajestes

 

sábado, 22 de maio de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CVIII


 

 "O problema é o bar!"


O dono do bar favorito deste escriba - ele também é colaborador eventual desta tranqueira, sem sabê-lo - debochando de uma frequentadora assídua - que já protagonizou algumas postagens do blog, as quais relatam sua falta de tato, confusões com homens, ser queimada socialmente.

A moça em questão foi expulsa de um bar situado nas proximidades do meu bar favorito e proibida de lá pisar novamente(mais um para sua carreira!); sem corar, pôs a culpa num macho com quem está enroscada há anos, frequenta esse mesmo bar e sempre faz gracinhas e provocações para atiçá-la. Ela cai como uma pata choca, faz chiliques por ciúmes (caros leitores, se vocês vissem o sujeito ficariam pasmos como uma moça bonita e experiente pode se deixar dominar por tal zé ruela! - aliás as tretas desse casal adorável já foram tema de outra postagem) e termina arrumando confusões homéricas cujo custo social é cada vez maior. 

Pois lá estava ela no meu/nosso bar favorito, se queixando, posando de vítima. Eis que passou a desfiar uma ladainha esotérica: aquele bar tem 'energias ruins', ela sempre teve problemas lá, etc, etc, etc. O proprietário não se conteve e disparou a tirada. Caros leitores, o tom de deboche foi tão venenoso e afiado que virei de lado e anotei com toda discrição. Tal fala, ainda que aparentemente banal, merecia ser registrada.  

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 15 de maio de 2021

Conversa em uma alcova qualquer, em uma noite qualquer

 "Posso perguntar uma coisa?"

"O que você quiser saber, deusa, musa suprema!"

"Hmph! Não precisa vir com as conversinhas de sempre!" Quero saber o seguinte: você não viveu aventuras noturnas inconsequentes de moleque, quando era um? Pelo que conta, sim e muitas. Qual a graça de repeti-las agora, com gente que tem idade para ser seus filhos e pior, agora que você é um quase tiozão? Não acha meio ridículo?"

"Ora, porque como hoje tenho a experiência de ter feito besteiras quando moleque faço essas coisas correndo muito menos ou nenhum risco, assim é muito mais legal e divertido! Agora vem cá, darmos uns pegas, meu amor!"

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 8 de maio de 2021

Uma verdade eterna e universal

 


 

Que me lembre, nunca citei ou homenageei, aqui nesta tranqueira, o grande Barão de Itararé, jornalista, escritor, humorista e pensador que definiu e esculachou como ninguém este paiszinho e a espécie humana em geral. 

Bem, caros leitores, foi inevitável lembrar da verve insuperável dele e de uma de suas mais conhecidas pensatas, após um quase-acontecimento, algo banal, mas que confirma como certas pessoas são casos perdidos a que devemos dar as costas...

Lembram-se de uma postagem do ano passado, em que ataco a hipocrisia em versão feminina, encarnada na figura de uma certa conhecida que bradava em redes sociais que homens não podem achar que mulheres são 'gostosas' entre nós, que afirmar isso para outro homem é 'machismo' 'objetificação da mulher' blá blá blá, que - pasmem - nós homens realmente aliados das mulheres devemos repreender outros homens que falarem 'esses absurdos' (!!!!) - sim, é sério! - e que essa mesma sujeita dias depois se expõe em uma certa rede social, proclamando sua carência e como ardia de tesão por um certo macho? Pois é, ela protagonizou mais outras postagens aqui, menos notáveis que a supracitada. Perdi minha paciência após tanta contradição barata e juvenilidade e deixei de acompanhá-la nesse lodaçal de idiotização que são as redes sociais, até há alguns dias, quando, dominado por essa mesma imbecilização, resolvi espiar, dar só uma espiadinha no que ela andou postando, do alto de seu feminismo de adolescente (e a moça em questão já é uma balzaquiana há pelo menos um par de anos!)... 

Com o que topei? Mais palavras de ordem contra os homens e nosso comportamento totalmente pueris e irreais, que muito convenientemente esqueciam que as mulheres fazem as mesmíssimas coisas que ela desanca nestas postagens ...Foi demais para a parca paciência deste sujeito. Bloqueei a moçoila de uma vez e combinei comigo mesmo nunca mais perder minutos de minha medíocre vida com ela.

E o tal Barão? Bem, benevolentes leitores, lembrei de imediato de uma de suas frases mais brilhantes: 

"É de onde menos se espera que não sai nada mesmo."

Preciso, cortante, perfeito: esse grande mestre desfaz a ilusão de que podemos ser surpreendidos pelas pessoas e insistimos em cultivar, porém conforme o tempo passa e mais e mais convivo com meus patéticos companheiros de espécie, menos me surpreendo e mais confirmo a genialidade desse pensamento, que esqueci, iludido que por trás de um belo par de olhos, bonitos rosto e corpo poderia haver (como já houve muitas vezes antes, cumpre registrar) um cérebro pensante. 

Infelizmente, isso é cada vez mais raro e o Barão torna-se mais e mais atual

Saudações canalhas e cafajestes              

sábado, 1 de maio de 2021

Citação - pérola de sabedoria

"O casamento é a fórmula suprema e incorruptível de todas as desgraças."

As ruínas futuras, Thassio Capranera

sábado, 24 de abril de 2021

Reflexão noturna - almas sensíveis, cândidas, politicamente corretas, fiquem longe

Sem romper violentamente com valores familiares arcaicos inculcados desde a mais tenra infância, nenhuma evolução cultural, sexual, espiritual e intelectual é possível.

Não peçam explicações!

Saudações canalhas e cafajestes


sábado, 17 de abril de 2021

Instantâneos da cidade - XI

Detalhe da mítica esquina da avenida Ipiranga com a avenida São João.  

Caros leitores, uma garrafa de corote postada com estilo e cuidado em um semáforo enfeitado com um adesivo que reproduz o rosto do eterno Adoniran Barbosa, isso nesse ponto sagrado da boêmia, vida noturna, canalha e cafajeste de São Paulo, é uma verdadeira montagem cenográfica que não poderia deixar de registrar e postar nesta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

 

sábado, 10 de abril de 2021

O horror, o horror...

Há cerca de uma semana, eu e meu velho amigo, colaborador-mor desta tranqueira, resolvemos fazer uma excursão/estudo sociológico-zoológico-geológico do Centro. Apesar de nele  morarmos, queríamos observar e estudar um pouco mais de perto como está o circuito boêmio-etílico e vá lá, roqueiro da área, nestes tempos de devastação. Ver de perto os estragos que pandemia, confinamento, estabelecimentos fechados, etc causaram nesse circuito que existe de fato  e apenas, na forma exata que o vemos e vivemos(isto é víamos e vivíamos), em nossas deturpadas mentes. 

Tomamos todos os devidos cuidados para proteção contra o maldito vírus e lá fomos nós. 

Bem caros leitores, após esquadrinhar República, Bixiga, subir até a Paulista e depois descer a Augusta, contemplando o cenário pós-pós-apocalipse (sim, neste texto estou empregando termos que são quase neologismos e cujo sentido não é muito claro à primeira leitura; sejam compreensivos, como a maior parte da humanidade que ainda resiste, minha mente anda bem distorcida), meu amigo definiu à perfeição a patacoada que protagonizávamos:

"Rolê da depressão dos roqueiros no Centro"

Acima, uma imagem que captura a substância cujo consumo em larga escala tornou possível aguentarmos até o fim o espetáculo de horrores e tristeza.

Saudações canalhas e cafajestes

P. S. : para quem não sacou, o título da postagem é um diálogo do clássico O Coração das Trevas, livro de Joseph Conrad que inspirou o clássico filme Apocalipse Now

sábado, 3 de abril de 2021

Instantâneos da cidade - X

 


Explicações ou legendas não são necessárias, creio.

Saudações canalhas e cafajestes


terça-feira, 30 de março de 2021

Reflexão um tanto inútil mas sincera

Que adianta tomar todos os cuidados, evitar aglomerações, quiçá em breve(quem sabe) vacinado e protegido se as outras pessoas, se o restante da humanidade, que tanto desprezamos, mas sem a qual não podemos viver, e que  dá vida à noite, às noitadas,  não podem ou não fazem o mesmo? 

Caros leitores, o verdadeiro boêmio é solidário, coletivista, social, sabe que sem a coletividade, ele nada é e os demais nada são.

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 20 de março de 2021

Uma cena de cortar o coração e varar a libido

Um velho amigo, que está se tornando colaborador frequente desta tranqueira, me enviou este vídeo. Se foi gravado por ele ou outrem, que lhe enviou; nada importa. 

Assistam e fiquem compadecidos e mortificados como eu, vejam uma das cenas mais desoladoras, tristes e comoventes que esta maldita pandemia gerou e ainda gera país(mundo) afora: as moças da vida, as mênades da noite que afogam as mágoas e aliviam as tristezas dos homens, encontram-se elas sozinhas, desacompanhadas...Leitores, não tenho palavras para expressar o que essa curta e contundente gravação me causou...a tristeza, a saudade de visitar esses lupanares, o desespero de saber que uma simples 'visitinha' é uma ação mais que temerária e irresponsável para com todos envolvidos...

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sábado, 13 de março de 2021

Lembranças, uma das essências da vida

 Uma certa dama, muito importante na vida deste canalha, teve de mudar de endereço recentemente e assim se desfazer do apartamento em que residiu por anos (teve de se mudar para um maior e mais confortável, mas acreditem, isso não foi inteiramente auspicioso e feliz; claro que não cabem mais detalhes aqui nesta tranqueira). Essa mudança foi bastante agridoce, para não dizer amarga, assim, durante um de nossos encontros durante este período maldito e interminável em que nós míseros humanos estamos enfiados - totalmente merecido, diga-se! - ela se referiu ao imóvel em questão, enquanto relembrava todos nossos encontros, finais de semanas, viradas de ano regadas a muita champagne, períodos de férias enfurnados na cama, etc, que vivemos naquele lugar:

"Fomos muito felizes lá. Era nosso porto de luxúria."

Caros leitores, esse termo foi tão poético, preciso e pleno de doce saudosismo que a puxei para mais perto e tasquei-lhe o beijo que merecia. 

Mas em seguida começamos a ser tomados pela amargura e tristeza que sempre abate nós humanos, péssimos em lidar com o fato que tudo neste universo, das menores às mais imensas coisas e seres, muda, se transforma, acaba. Assim, reter as lembranças do que foi, guardá-las com carinho e sempre revivê-las, acariciá-las e alimentá-las é fundamental para a inexorável passagem do tempo ser minimamente suportável e nos mantermos humanos.   

Sim, AlexB, o canalha, está um pouco sentimental e emotivo. Decididamente, esse confinamento não está fazendo bem...

Saudações canalhas e cafajestes


sábado, 6 de março de 2021

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CVII

 "Você quer namorar e não quer que junto com as coisas boas venham encheção de saco e irritação? Nem parece homem rodado e sabido."

A mulher mais sábia e sagaz que este escriba já conheceu, dando/relembrando lições de sabedoria a este sujeitinho.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

O que não fazemos por uma novinha....Ou: um relato épico

 

 



Aviso inicial: os eventos a seguir narrados não foram protagonizados por este sujeitinho, vulgo Alex B, e sim por um de seus velhos e bons amigos, que não por acaso é há muito tempo o principal colaborador desta tranqueira. Mas a história é tão sensacional, hilária, tão, tão...arquétipa, que ele, o protagonista, será nomeado por meio de um termo que usei repetidas vezes para nomear a mim mesmo, em minhas andanças, aventuras e desditas noturnas.

O caçador noturno conseguiu marcar a ponta com a mocinha de 22 aninhos após muito esforço e despender parte considerável de sua saliva e repertório de galanteios (bem, nem tanto: se surge, quando menos se espera, uma musa questionável e fugaz imperdível na sua frente, um verdadeiro canalha tira forças e lábia para conquistar uma mulher de profundezas tão obscuras de seu ser que o próprio demônio se  assustaria com esses poderes insuspeitos que repousam nos recessos dos mortais!)

A mocinha topou todo o programa proposto: assistir a um show de rock, com confirmados e severos protocolos de segurança para tal evento em tempos tão sombrios; após o show, comida e bebida em um bar especializado em cervejas artesanais com uma longa e de altíssima qualidade carta de bebidas - bar por mim indicado; e por fim, o ápice: terminarem a noitada no melhor motel da atualidade de São Paulo. 

A noite começou: apresentação impecável de um grupo cover que reproduziu à perfeição cada nota musical, trejeitos e detalhes do grupo copiado/homenageado. Finda a apresentação, o casal dirigiu-se ao bar, em que foram informados que dado o horário - 22:30h, passadas há pouco - não serviam mais refeições, apenas bebidas. 

Um tanto frustrados, diante das estantes repletas de iguarias etílicas feéricas, beberam com comedimento e se alimentaram em uma lanchonete um tanto clandestina, próxima. A garota, do alto de sua juventude inconsequente, não achou o episódio degradante ou desmereceu o caçador noturno, pelo contrário! Julgou o pequeno incidente divertido e até estimulante. Meu amigo ficou um tanto preocupado. Mal sabia ele o que as próximas horas lhe reservavam...

A pedido dela, saíram a caminhar pela Avenida Paulista, onde se encontravam, para ser exato. Eis que diante aquela cratera de degradação e 'juvenalhice', o vão livre do Masp, a mocinha sugere, toda faceira, que parem ali para conversar, espairecer, descansar um pouco. O caçador noturno, rodado, experiente, coberto de um couro grosso e curtido de uma vida de canalha-putanheiro-notívago, não esmorece e topa, embora saiba o tipo de coisa que terá de presenciar. 

Pensado e confirmado: sentam-se no famosíssimo muro do vão livre que oferece uma visão incomparável da Avenida 9 de Julho e Centro (preciso informar que esse trecho verte rios de ironia?),  em meio a maconheiros adolescentes e pós-adolescentes que julgavam estar abalando as estruturas da sociedade por 'ficarem mutcho locos', bichas adolescentes histéricas e outros tipos que pululam no Centro e Paulista de São Paulo - faça chuva ou sol, exista ou não pandemia. Conversa vai e vem, ele vai sugerindo/relembrando a razão última, o objetivo do encontro. Ela claro, finge-se de  desentendida e surda(as duas coisas ao mesmo tempo, como as mulheres são imbatíveis em fazer) e após uma quase eterna hora inteira propõe caminhar mais um pouco, pois ' adora a Paulista à noite'.  Firme e resoluto, abraçando um estoicismo e uma disciplina prussiana cuja razão de ser é saber que mais tarde essa aparente renúncia aos prazeres da carne será recompensada com a mais absoluta devassidão, ele aceita sem reclamar ou torcer o nariz e seguem. 

Eis que atingem outro lugar que naquela noite - e certamente em todas as outras de qualquer fim de semana desta época infernal e em todas as outras épocas - é um dos maiores pontos de agito, 'rolê'(já contei aqui no blog que detesto esse termo?), pegação e tudo mais  de São Paulo: a mitológica esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. E lá, acontece um dos momentos máximos e inesquecíveis dessa noite para o caçador noturno.

A esquina está movimentada como uma noite qualquer: casais, jovens, 'moçadinha', exemplares das tribos e fauna urbana. E vendedores ambulantes de bebida com suas caixas de isopor, vários, a postos e trabalhando muito. A mocinha inspeciona estes últimos e pede sem delongas: 

- Compra um 'chevete' pra mim!?   

Sim caros leitores, a mocinha queria consumir a beberagem mais popular no momento entre a garotada paulistana que roda por Centro, Paulista e Augusta,  periferia e Grande São Paulo toda e afora: o maligno, infernal, macabro e abominável coquetel composto de gelo de água de coco(!), suco em pó sabor baunilha(!!) e corote de limão(!!!); a pior, mais horrível e péssima bebida barata  e vulgar (põe barata e vulgar) já inventada pela desprezível raça humana.

Firme e resoluto, pensando apenas na recompensa sexual que viria a uma certa  hora da madrugada - quando, ele não mais especulava! ele se aproximou, pediu a 'poção mágica' ao vendedor, pagou e estendeu o copo, que mais lhe parecia um portal em miniatura para os recônditos mais  macabros e tenebrosos do cosmos.

Mas o horror e a degradação nunca descansam e sempre atacam nós pobres homens putanheiros mais e mais, para testar até que ponto estamos dispostos a nos rebaixar em troca de uma bela mulher na flor da idade. E esse horror se manifestou na voz doce, sedutora e delicada da garota:  

- Ai, não vai tomar um também? Tá fraco pra bebida, é?   

E meio decidido, firme e heróico, meio entregue e cabisbaixo, o caçador noturno pede um exemplar da bebida do momento na noite de São Paulo. E usa de toda sua experiência para não ser dominado e estragado pela inominável porcaria: bebe em goles parcimoniosos e lentos, pede uma garrafa de água  mineral que consome em goles medidos e regulares, alternando com a 'bebidinha mágica' (segundo relatou, acordou pouco ou nada sentindo os efeitos da maldita bebida, graças ao uso dessas técnicas, tão básicas e negligenciadas pela molecada). 

E a mocinha sugere caminharem mais um pouco. Nesse momento o caçador noturno se pergunta para onde se enfiarão, pois a Paulista tinha menos de quinhentos metros adiante e depois dela ele não ousava especular para onde ela os arrastaria.

Mas o ponto final da caminhada/teste é atingido: a esquina da Paulista com a Consolação, ponto da cidade e da vida noturna que, segundo meu amigo, continua um dos sítios máximos da noite desta cidade incessante: perante eles desfilavam mendigos, noias e drogados, jovenzinhos bêbados em turma, casais gays se pegando, tudo que se via na cidade à noite pré-pandemia como se esta não existisse estava ali aos montes e desfilando. Ele confessou: por instantes, curtiu, reviveu a cidade à noite antes da praga virótica.

Sentaram-se num dos bancos da tal Praça do Ciclista e conversa vai, conversa vem,  ele, cada vez mais impaciente e tomado de furor, sugere, insinua, indica irem para o embate sexual, até que, passada as três horas da madrugada, ela dispara: 

- Tá bom, vamos para o motel!

Segundo meu amigo/colaborador desta tranqueira, o final da noite foi glorioso e compensou todas suas paciência e esforço. E a moral da história se impõe por si, sem delongas ou palavras vazias revestidas de falsa profundidade, pois ela a moral já é profunda de per si

Nós homens com mais de 30 anos fazemos e aguentamos absurdos para desfrutar do corpo e dos favores de uma novinha.

 

Saudações canalhas e cafajestes