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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A eterna camaradagem masculina


Esta postagem está diretamente relacionada à penúltima postagem(Uma noite daquelas): a noite em questão foi tão repleta de entreveros, tensões e desfiles do ridículo da condição humana que comentei na tarde seguinte, com um dos principais colaboradores desta tranqueira: esta noite renderá pelo menos três postagens para o Noites Cafajestes! Pois vamos à segunda delas.  
Ocorre, caros leitores, que lá pelas tantas dessa mesma madrugada fatídica, todos nós(a turma mais próxima dos frequentadores do bar, a dita 'elite' do lugar) cansados de ter cuidar e lidar com aquelas pombas-giras que eram nossas conhecidas bêbadas e desvairadas,  apenas as deixamos com suas loucuras e nos reunimos na porta do bar, para simplesmente relaxar(o que era nosso objetivo inicial ao cair para o bar...). Uma vez lá, bebendo e fumando, um dos membros da rodinha, antigo 'ficante' de outra doida alcoolizada que também testou nossa mais que escassa e rala paciência nessa noite desditosa - quando eram um casal, protagonizaram uma postagem ilustrada por uma jukebox, lembram dessa? - virou-se para mim e deu um conselho com toda a seriedade e tom amigável:  
- Cara,  vi você conversando com ela, se você pretende pegar essa mina - e apontou para a criatura, que estava a uns poucos metros de nós, chapada e perturbada, soltando frases desconexas e amparada por uma amiga, uma ruivinha deliciosa - aviso: trate de comer ela quando estiver sóbria, pois bêbada, como está agora, a mina é o demônio!! E contou duas situações pós-sexo que viveu com a 'dama', de arrepiar todos os pelos do corpo, situações que espero um dia ser capaz de aqui relatar...
Agradeci efusivamente o aviso e expliquei que ele cometeu um pequeno erro de avaliação: eu estava de olho na amiguinha dela, a ruivinha e que ajudei esta a amparar a doida repleto de segundas intenções. Pois ele também deu indicações que a mocinha também exala o perfume de encrenca...
Caros leitores, é recompensador, nos infunde um pouco de fé na humanidade(pois está quase impossível esperar algo de bom de nossos semelhantes) receber uma porção da boa, velha e por que não inextinguível camaradagem masculina, o senso de irmandade entre nós canalhas, que quando menos se espera manifesta-se e previne (nós)ssos irmãos das encrencas que sempre nos espreitam noites e  bares afora.

Saudações canalhas e cafajestes   

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Elas voltaram!!




Os três ou quatro leitores assíduos do blog talvez se lembrem de uma postagem de cerca de três anos, em que enalteci a descoberta tardia de uma escola de balé situada quase em frente ao prédio em que este sujeitinho se recolhe após e antes de suas incursões noturnas, postagem em que celebro a beleza da mulher e a graça, leveza e elegância das mulheres bailarinas que eu via nas raras noites em meio de semana em que estava presente na minha toca, as belas moças saltitando pelo salão da escola, de minha janela.
Pois bem, o tempo passou, o país foi se deteriorando mais e mais, a economia afundou e a escola de balé fechou as portas, ou quase isso, para desalento deste canalha, que não mais podia contemplar aquelas beldades. 
Mais eis que para minha surpresa, nesta semana estou recolhido ao lar em um começo de noite, preparando mais um emocionante artigo institucional de encomenda para uma publicação empresarial idiota, a contragosto, para fechar o orçamento do mês e ouço sons familiares, vindos da rua:uma voz feminina autoritária mas envolvente, música clássica e sons ritmados de passos, dança... Abro a janela da sala sôfrego e lá estão elas, a minha frente, de volta!! Não sei o que se passou, porque a interrupção das atividades da escola e quando retornaram, o que importa é que o lindo bando de ninfas saltitantes mais uma vez estão a dar algum colorido e graça a certas noites desbotadas da vida deste sujeitinho.

Saudações canalhas e cafajestes  

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Uma noite daquelas (para algumas pessoas)


Uma frequentadora assídua do bar favorito na Rua Angústia deste escriba (também frequentador assíduo) estava particularmente perturbada e perturbadora naquela noite de sábado; cada vez mais dada ao álcool  nos últimos tempos (consta que tem baixado no ilustre estabelecimento quase toda noite, se embriagando com frequência exagerada) e cada vez menos controlada,  estava, como se diz em bom português ‘tomada pela pomba gira’, o que  preocupou e demandou atenção e cuidados de todos nossa turma, a dita elite do bar, que estava acomodada em uma mesa nos fundos mais escuros, como convém à turma mais sábia e respeitada de qualquer bar.
Mal adentrei o bar e sentei na referida mesa, percebi o estado preocupante da dama e a preocupação dos demais membros da mesa. E dado que todos nós somos seguidores fieis e inflexíveis da máxima “podemos ficar putos da vida com a pessoa, secretamente pensar: ‘morre, porra!’. Mas nunca abandonamos um amigo que está mal ou chapado, na noitada”, ficamos de olho na moça, tentamos acalmá-la, controlar seu consumo de beberagens(inútil esta ação, claro), seguimos como podemos seus passos – em dado momento, ela disparou rua acima, trêmula e lá fomos, eu e uma garota de nossa turma, persegui-la, apanhá-la, acalmar a moçoila (missão impossível) e trazê-la de volta ao bar e a nossa vigilância! Em meio a essas filigranas irritantes, por fim conseguimos arrancar a razão de tanto desatino: um sujeito mal ajambrado, sempre mal vestido (e aparentemente sempre as mesmas roupas), sempre com o mesmo papo em um português trôpego, em suma, um verdadeiro ‘zé ruela’, eis a causa de tanto desvario da moça, que o criticava e xingava com gosto, entre nós, que formamos uma roda ao seu redor, enquanto não tirava os olhos do moçoilo, que estava com um amigo tão desprezível quanto ele a meras duas mesas de distância, disparando olhares e sorrisinhos debochados para nossa amiga, claro...
A noite seguiu, cada um de nós ia à porta fumar um cigarro, pegar bebida, esticar as pernas, admirar a fauna noturna, sempre nos revezando, para não deixar a doida sozinha, pois a qualquer momento ela poderia perder de vez as poucas estribeiras e protagonizar uma parte dois dos eventos da semana anterior, no mesmo bar, quando tentou espancar algumas garotas que estavam apenas conversando com o dito cujo...(soube dessa patuscada enquanto dividia um cigarro com uma das garotas, na calçada).
Por fim, uma das duas garotas presentes na roda, mais velha e experiente, conseguiu acalmar de fato a moça e arrancou dela o motivo de tanta óbvia raiva e inexplicável fascínio pelo sujeitinho, confissão que não foi nada difícil para ela extrair, diga-se, pois eu estava ao lado e ouvi tudo:
Acontece(u), caros leitores, que o tipinho, por mais tosco que seja, mandou bem em um encontro sexual entre ele e a moça descontrolada: nas palavras dela, não conseguia tirá-lo da cabeça e ficava doida de ciúme ao vê-lo apenas olhando para outra mulher porque ele foi, apenas, um dos únicos homens que a fez gozar (o último a conseguir a proeza, para ser exato) e ela, mesmo sabendo ser ele um idiota vulgar que não vale nenhuma preocupação ou crise de dor de cotovelo, com o qual é impossível ter um relacionamento de fato, simplesmente não conseguia evitar de ser tomada pelas baixarias.
Bem, caros leitores, esse relato pode, e espero, gerará outras postagens para esta tranqueira, há vários temas encalacrados nele que merecem ser desenvolvidos em textos exclusivos, mas por hora, encerro com uma reflexão, baixa, barata, mas sincera, como todas as postagens neste blog.
Desde a adolescência, sempre neguei, desprezei e combati os chamados ditos e máximas populares, para mim, eles não são porções concentradas da sabedoria humana e da experiência de vida vivida, mas acima disso, puras e simples formas das pessoas burras e com preguiça de pensar(a esmagadora maioria da patética espécie humana, cumpre sempre registrar) continuarem burras e manter seus danificados cérebros parados e enferrujando, nada além de um recurso para evitarem sair da mesmice e de ver o mundo com olhos realmente abertos. Continuo a acreditar nisso, mas não sou dogmático, a vida e o que fazemos com o que ela nos trazem situações e eventos que nos levam, se não somos burros e preguiçosos de pensar, a rever, mesmo que parcialmente, nossas convicções e conceitos, assim, me peguei, ao final dessa noite mezzo patética, mezzo irritante, a concluir que uma certa máxima que ouvi demais, na adolescência e começo da primeira juventude, tem sim uma porção de verdade e não é de todo lenda nem tão somente expressão do velho chauvinismo masculino. Os leitores por acaso conhecem a expressão ‘amor de pica, fica.’? Então...
Saudações canalhas e cafajestes