Essa ocorreu já há longo tempo, mas é atualíssima: uma noite, eu e um amigo, canalha, cafajeste e baixo como eu, estávamos pelo Centro, escolhendo o lugar que adentraríamos para nele exercitar nossa canalhice. Durante a peregrinação, contávamos um ao outro nossos últimos lances, enganações e patetadas com o mulherio. Foi espantoso como um adivinhava o desfecho, com detalhamento máximo: o que a amiguinha, a amante, a qualquer coisa, a quase nada que queríamos que fosse muito dizia, como ela reagia e como já estávamos pesada e terrivelmente escolados com as histerias, manias e táticas que usam e das quais também são vítimas: fingem odiar quando descobrem que o cara é enroscado, compromissado etc, mal escondendo o fascínio; se não gostam de nós ou da cantada, ao invés de serem honestas e diretas - acreditem, nós conseguimos aceitar um não simples e direto. Basta olhar para o próximo par de seios empinados e pontudos e esquecemos imediatamente que uma musa nos rejeitou - preferem dizer que não "rola" porque é namorada ou enrosco do dj da casa noturna; se não bancamos o cachorrinho babão e não mandamos dois torpedos para o celular, no dia seguinte, somos uns desprezíveis.
Bem, a nada brilhante e inevitável conclusão: não somente os homens são todos iguais, o mesmo pode e deve ser dito sobre as mulheres, essas cândidas, puras e elevadas vítimas de nós seres masculinos da lama. Ou: a espécie humana é sempre igual e digna de desprezo.
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