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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Luzes da cidade

 


 Há alguns dias, conversando com o colaborador-mor desta tranqueira enquanto caminhávamos pelo Centro, em direção a um boteco bom e barato que descobrimos, passamos pelo início da rua da Consolação; era começo de noite e em determinado momento a traseira do Copan esteve bem visível, a nossa direita. Parei, apontei e perguntei se já tinha reparado como essa região da cidade é rica em janelas e fachadas iluminadas por luzes de cores intensas como vermelho vivo, rosa, roxo etc. De súbito, um turbilhão de lembranças, cenas, falas, pensamentos irrompeu no meu deteriorado cérebro; tentei organizar a massa de memórias da melhor forma possível. Ao chegarmos ao bar, sentarmos na mesa de plástico com cadeiras idem (bar raiz, como se diz!) e a Heinekein gelada aportar, pus me a discorrer sobre o significado dessas fachadas animadas que pululam no Centro há tanto tempo, mais especificamente, sobre algo que ouvi algumas vezes, dito por caras mais velhos e supostamente mais experientes e rodados que eu, naqueles anos em que eu era apenas um moleque da periferia, cheio de energia e entusiasmo e deslumbrado com as descobertas que fazia da vida, incluindo a região central da cidade: essas janelas e fachadas de salas com luzes vermelhas ou rosa ou lilás eram indicativo claro de que ali morava mulher ou viado. E se você conquistasse  a simpatia de uma dessas mulheres, fosse convidado para visitar o apartamento dela e, principalmente, ao chegarem, ela acendesse a tal luz de cor intensa, associada a paixão, volúpia, sensualidade, o sexo estava garantido!

Pois imaginem o êxtase e alegria deste escriba quando isso aconteceu pela primeira vez, como ele se sentiu o fodão, macho, pronto para encarar o mundo e todas suas imensas possibilidades (claro que essa cena em especial se repetiu bem menos do que ele previu, logo ele aprendeu que essas cores não são de fato garantia absoluta de nada e que surpresas  - boas ou más - nada tem a ver com gamas cromáticas) 

Tudo isso contei para meu amigo, entremeado de comentários cínicos e desconsolados de ambos. Por fim, perguntei a ele, que morou boa parte da vida no Centro e para lá retornou recentemente, se concordava com essa pequena sabedoria canalha, se, diante da experiência dele, procedia essa observação sobre cores de luzes em apartamentos de mulheres livres e desimpedidas que habitam no Centro. Ao que ele respondeu:

- Seu eu concordo? Sabe a 'Y', com quem estou saindo? Então, ela mora não muito longe, lá na Santa Cecília. Primeira vez que fui no apartamento dela, sabe o que ela fez, assim que entramos? Acendeu uma luz vermelha no quarto, que deu um tom bem sensual, e me arrastou para lá!

E brindamos ao momento de camaradagem e sabedoria masculinas, felizes de saber que um conhecimento ancestral da raça continua ativo e sendo passado adiante.

Saudações canalhas e cafajestes 

      


Um comentário:

  1. Falando em bom e barato, uma sugestão: https://m.youtube.com/@amarretadoazarao1448

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