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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Ainda sobre homens frouxos Ou: cenas horríveis e patéticas na noite


Ao final da histórica centésima postagem da série Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos avisei que o evento inspirador da pensata em questão era tamanho que inspirou ao menos outras duas postagens, cujo germe, a ideia inicial, foi registrada no  calor daquele momento em outros papéis à mão, para posterior escrivinhação. Pois bem, segue o primeiro destes textos, o qual não se centra em reflexões e/ou elucubrações sobre os acontecimentos pantomínico-trágicos cometidos pelo frouxo (doravante será chamado Frouxo) e a louca (doravante será chamada Louca), mas se resume a relatar as cenas presenciadas por este desesperançado escriba.

Cena 1: este sujeito e seu parceiro habitual de beberagens e noitadas chegam a seu bar favorito, cumprimentam seus conhecidos/companheiros de copo habituais e o dono do bar, pegam suas bebidas e se misturam às rodas presentes. Não muito tempo depois, estamos em um quarteto, discutindo animados qual o melhor álbum do Black Sabbath. Eis que Louca e Frouxo surgem a nossa frente, no balcão, e pedem por mais bebida para o dono do bar, dinheiro na mão. Impávido, o sábio e calejado proprietário anuncia que não venderá mais álcool para ela naquela noite (e não era 1 da manhã...).  O casal, após algum tempo se encarando e trocando cochichos, começa a discutir entre si, xingos e ofensas chegam esparsos a nossos ouvidos, até que ela dá um berro, aponta para os quatro homens a sua frente (nós) e proclama:
- Você não é homem de verdade, você é um frouxo! E quer saber? Tá cheio de macho aqui, se quiser, dou para qualquer um deles agora!
O  sangue em nossas veias, apesar de já bem alcoolizado, gelou e a encaramos, aparvalhados. Mais tarde, comentando a cena, todos admitiram que tiveram ganas de responder a mesmíssima coisa à 'dama':
' E por acaso nós somos loucos ou burros de pegar uma chave de cadeia como você?' Mas claro, a prudência e o bom senso nos mantiveram calados.        
Caros leitores, a expressão de derrotado, de pobre infeliz que carrega todo peso do mundo e de uma vida fodida de péssimas escolhas, que formou-se como que a golpes de facão no rosto de  Frouxo, após tamanha humilhação, foi realmente de causar pena.

Cena 2: cerca de uma hora mais tarde, estamos na calçada do bar, admirando o movimento da noite, secando as meninas que passavam na esperança de algum sorriso e possibilidades amoroso-sexuais. Eis que ouvimos mais um berro, num timbre infelizmente já familiar e olhamos para abaixo, de onde a algaravia provinha. Há uns 15 metros abaixo de nós Louca segurava e puxava a gola da camiseta de Frouxo, que desesperado tentava livrar-se das garras da harpia e dizia: 
- Me deixa, me solta! Tenho direito de ir embora!!!
Ao ver mais essa situação nossa piedade se esvai, damos às costas e tratamos de cuidar de nossas vidinhas. Mas eis que outro berro rasga a noite e Frouxo surge em louca escapada, rua acima, tirando 'fina' dos carros que lotam a rua, arriscando a vida sem pudores. E Louca, atrás dele, aos urros: 
- 'X', 'X'  volta aqui desgraçado!!!
E ambos desaparecem rua acima, rumo à parte mais alta do Centro, rumo ao inferno, à puta que os pariu! E assim expresso:
- Tomara que esses dois infelizes fiquem se perseguindo e só voltem para cá daqui um ano ou mais!
Tomamos grandes goles de nossas cervejas e retornamos, um pouco a custo, a nossos interesses.

P. S. (ou cena pós-créditos, para soar moderninho...): 

Cerca de dez dias depois retornei ao bar para outra noitada, mas antes, parei no mercadinho mais próximo para comprar uma cerveja mais forte e complexa, do tipo que o bar em questão raramente vende. Estava a poucos metros do comércio, quem está ao lado da porta deste, conversando calmos, com ares de muita intimidade?

Caros leitores, aguardem o próximo texto sobre essa saga de ridículo, horror e falta de vergonha na cara.

Saudações canalhas e cafajestes

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