Reflexão surgida ao lembrar das noites mergulhadas na penumbra e névoa do porão favorito deste sujeitinho, noites que parecem tão distantes e se tornaram tão importantes e ansiadas, neste ano maldito:
mergulhados, todos nós no frenesi ritualístico de música, dança e sexualidade das pistas de dança penumbrosas durante as madrugadas, somos envolvidos por uma avassaladora e inebriante contradição:
a técnica imensa, avançada e até opressora da civilização tecnológica, que criou todo aparato de reprodução de música a altíssimos volumes, em um ambiente protegido e criado especialmente para isso, está a serviço, nesses espaços, dos instintos primais mais animais, básicos e atávicos que nos governam, incluindo o desejo de eternizar os prazeres e a vida sensorial (sim, paráfrase de Nietzsche, mas garanto que foi espontânea! Os leitores antigos sabem que sou um canalha culto).
Ou: a técnica suprema a serviço, em dados momentos e espaços, da carnalidade suprema.
Saudações canalhas e cafajestes e também alcoolizadas.
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