Prédio no centro de São Paulo, um tanto decadente - 'vivo', ocupado, mas um pouco mal cuidado - ganha em seu térreo um desses restaurantes/bares moderninhos cuja clientela é a fauna que empesteou parte do Centro (hipsters, lacradores, 'santaceciliers [argh!], etc, o que, claro, teria o 'revitalizado' - outra palavrinha que a tal modernidade tornou ridícula e asquerosa). Este tipinho, passando em frente, descobre o novo templo gastronômico e estuda o local, com seus mau humor e misantropia usuais. Eis que ele percebe algo: uma das pichações que cobrem a fachada do prédio é perfeitamente legível e está situada bem acima do luminoso, fofo e bonitinho estabelecimento, como que zombando deste, afirmando que certas coisas 'ruins' 'sujas', 'antigas' do Centro de São Paulo são eternas e sobreviverão a essa modernidade limpinha, insípida e sem vida verdadeira, como a reiterar que o Centro existe para muito mais que esses ditadores do bem imaginam. Claro que saquei do celular na hora e registrei uma foto, para adicioná-la ao blog.
Uma simples olhada na foto e o caro leitor encontra o texto. Uma olhada mais atenta e demorada na foto completa rende material para uma bela análise semiótica.
Saudações canalhas e cafajestes
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