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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Inspiração Ou: sempre afiado, graças à beleza e à graça femininas

Este canalha estava em um de seus bares favoritos, o já várias vezes citados um dos últimos refúgios do rock no Centro de São Paulo e na Rua Angústia restantes, junto a ele um de seus companheiros perenes de noitadas e colaborador assíduo desta tranqueira. Era começo de noite, não haveria música ao vivo naquela exata noite e o lugar ainda estava vazio, assim o dono nos franqueou o acesso a seu computador laptop, devidamente ligado ao sistema de som, para bancarmos os djs e botarmos o melhor do rock para animar o ambiente, talvez atrair os transeuntes a entrar, beber e ouvir a boa música. Recebemos a missão sem pestanejar e executamos com louvor. Eis que as pessoas entravam, paravam para prestar atenção no que partia dos alto-falantes, pediam cerveja, até que um grupo formado por um casal e duas garotas orientais, uma delas na flor da idade, entrou, sentou-se próximo a nós, passou a ouvir atentamente a música que escolhíamos; não demorou a entabularem conversa e pedirem sugestões de casas noturnas com rock tocado por músicos, ao vivo; demos sugestões e enfatizamos que o próprio bar em que estávamos, na maioria dos fins de semana, abriga ótimos shows. Bastou isso para uma das duas orientais, a mais jovem delas, uma linda mocinha puros frescor e juventude mal entrada nos 19 anos, se tanto, se animar e pedir para colocarmos no som 'rock dos bons', pois disse conhecer quase nada do gênero. Como não reagir com entusiasmo a um pedido tão sincero feito por uma linda mocinha que exala inocência e desejo de descobrir  as delícias da vida?
Corri ao aparelho e tasquei um clássico dos The Doors, que a linda menina de olhos puxados reconheceu. Animada, se pôs a requebrar timidamente, enquanto trocava algumas palavras amáveis com este escriba, que respondia com educação e galhardia, cortejando-a de modo leve. Nisso, reparei que meu amigo nos olhava com um sorriso zombeteiro, que me intrigou.
Tenho de ser fiel aos fatos e registrar que esse papo não gerou nada mais substancioso, agradável ou memorável: o grupo decidiu ou tinha de seguir noite afora; agradeceram as sugestões, nos cumprimentaram. A mocinha se despediu com calma e naturalidade e eu, sem exageros na voz e gestos beijei-lhe sua mão e recomendei que voltasse outra noite ao bar.
Assim que o grupo ganhou a rua, meu companheiro de canalhices caiu na risada e após se refazer disse:
"Impressionante como sua verve de conversinha de canalha, quando parece enferrujada e esquecida ressurge tão afiada como sempre. Você reparou como galanteou a menina com uma leveza e tato que só canalhas de verdade conseguem ? Fez graça sem assediar ou xavecar de fato, tentando animá-la a ficar? Você é o canalha dos canalhas!"
Caí em mim, caí nas risadas também, ao tomar consciência do que ele disse, de como esse já velhusco cafajeste lançou mão de suas habilidades sem dificuldade e comentei:
"Também, com uma gracinha como essa a sua frente, querendo ser iniciada no rock, que cafajeste não afia ao máximo sua verve?"

Saudações canalhas e cafajestes

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