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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mais uma noite do caçador noturno

Meio perdido, desorientado e inquieto, o caçador noturno perambulava pela noite de São Paulo, em busca de um substituto para seu antro favorito, tornara-se mais um saudosista daquele adorável lugar fétido, que tão bem casava com o conceito e atmosfera deste blog.
Seguindo indicações de amigos tão ou mais canalhas que ele, aportou em um galpão na zona oeste da cidade, que era ressuscitado pela segunda ou terceira vez, e para o qual muitas outras viúvas do antro também acorreram, incluindo as mulheres, segundo fontes confiáveis. Assim, adentrou aquele território da cidade um tanto boyzinho e bem diferente do centrão, onde ele reina, se perde e se acaba. aventura esta que arriscou acompanhado de companheiros de jornadas noturnas canalhistícas.    
Felizmente, o lugar em si nada tinha de classe alta ou decente, era um típico buraco do centro, situado em outro ponto da cidade, como ele bem iria descobrir.
O caçador noturno e seus companheiros dispersaram-se, cada um em busca de sua musa de uma noite. As opções, ele logo descobriu, era poucas e a maioria de baixa ou nenhuma qualidade, leiam-se atrativos físicos
 (tentem deduzir o que signifca a maioria de uma pequena quantidade), o que o levou a ousar mais uma vez, a atender, sem pestanejar, sua compulsão para buscar encrencas. Assim, lá foi ele abordar uma criatura de corpo e estilo atraentes e rosto diametralmente oposto a estes dois, uma criatura das trevas com qual já trocara algumas palavras em outras noites no extinto antro favorito, palavras que não se coagularam em atos, para sua sanidade e bem-estar, ele descobriria nesta noite...
Em pouco minutos de conversa ele descobriu coincidências preocupantes para ele e empolgantes para ela; o que tornou a criatura-fêmea muito mais receptiva e aberta, tanto que o caçador noturno percebeu que estava tornando-se caça, pois a boca da candidata a musa aproximou-se bastante da sua, a ponto de ele receber, vindo das profundezas da cavidade oral cada vez mais úmida e ansiosa, um odor típico da boca de carnívoros, de devoradores, que aniquilou por completo sua confiança, pose e lábia, um aroma que lembrou-lhe que o mal, a perdição e o arrependimento eterno residem na noite da cidade, e que enganam os incautos por meio de belos corpos e belos rostos (bem, neste caso, só havia o primeiro belos). Assim, o  caçador noturno conhecia uma versão literalmente putrefata da eterna capacidade feminina de fazer o mais rodado cafajeste se sentir um menininho assustado, pois desabou de todo e percebeu que provocara uma criatura por demais pesada para poder enfrentar.
Da melhor maneira que pôde, aproveitando-se da intervenção de um ser que se assemelhava a uma amiga da entidade, desvencilhou-se dela e seguiu noite adentro, vagando pela casa noturna como se perseguido por uma sombra maligna, enquanto aguardava o início da apresentação de um excelente grupo cover e quem sabe encontrando uma musa de uma noite que afastasse a atmosfera de pestilência que sentia rondá-lo. 
Claro que essa busca foi inútil: nada conseguiu e a alta e esguia fêmea trajada em couro, bafejando seus poderes das trevas, sem trocadilhos, aparecia aqui e ali, estendendo-lhe a mão, tentando continuar a conversa...
Ao encontrar seus companheiros de noitada, no local reservado para consumo de bastonetes cancerígenos, relatou sua história. Um deles, profundamente versado na artes e práticas do ocultismo, transmitiu-lhe a seguinte lição de sabedoria:
 - Quando invocar um demônio, tenha certeza de que seu conhecimento de magia e o círculo mágico que traçou sejam fortes o suficiente para contê-lo. Saber uma ou duas coisas sobre um demônio, incluindo seu nome, não basta para dominá-lo.
Ou: você invoca o mal e depois não tem força nem coragem suficiente para domá-lo?
Esta a lição da vez que este canalha lhes passa por meio deste relato.

Saudações canalhas e cafajestes