Noites Cafajestes à venda

Noites Cafajestes está de novo à venda, agora no site da Amazon Brasil: clique no link abaixo, e digite o nome do livro na pesquisa loja kindle, no alto da página.
Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

domingo, 28 de setembro de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XLIII

"De fato, a única mulher da qual um homem poderá ouvir, em toda sua vida, a frase 'odeio quando você tem razão', é de uma filha. De esposa, namorada, amante, caso? Nunca, esqueça!"

Dois amigos canalhas, durante uma noitada etílica, ao comentar o pequeno causo que ocorreu a um outro meu amigo (o qual eles não conhecem). Este último simplesmente incutiu confiança na filha de pouco menos de dez anos  a andar de bicicleta sem o apoio das famigeradas rodinhas... Ela negou, estrilou, disse que não era capaz e ele insistiu até ela tentar, e claro, conseguir sem grandes tombos. Após  a alegria da conquista e cobrir o pai de afagos a menina disparou a frase acima, a partir da qual meus outros dois amigos forjaram essa jóia de sabedoria.

Saudações canalhas e cafajestes

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pensata

" Você não se separa, vira homem liberto: casamento é escravidão."

José Ramos Tinhorão, musicólogo, pesquisador, intelectual marxista e, claro, grande homem, definindo o que é se livrar do matrimônio (que rima com manicômio, repararam?)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

As brincadeiras que o acaso arquiteta



Fim de tarde de domingo, o sujeito adentra um supermercado na zona oeste da cidade, lá pelos lados da USP, acompanhando uma dama que causa nele frêmitos e suspiros de lobo no cio, dama sabedora dessas reações, que brinca com isso e, todos os sinais indicam, está prestes a "ceder seus favores a ele" (essa expressão é ótima). Ambos entraram no ilustre centro comercial em busca de vinho e alguns pertences para um jantarzinho a dois que a moça sugeriu no recôndito de seu elegante e discreto lar. Claro que o sujeito topou, certo de que a comilança evoluiria para outras atividades mais, digamos, mais físicas, carnais.
Bebida e ingredientes na cesta, a fila menos gigantesca é escolhida e lá estão os dois pombinhos ansiosos para alcançarem a alcova e se embriagarem de vinho e prazer. Eis que o canalha que vos escreve sente algo estranho, uma sensação incômoda, nada boa, vinda de algum plano interior ignoto da sabedoria insconciente glandular da raça masculina (pode resumir a baboseira anterior em intuição masculina, se preferir, e acreditar que isso existe, caro leitor). Ele gira a cabeça em um movimento lento e inseguro, temendo o que encontrará... e vê, dois caixas adiante, ajeitando apressada na esteira rolante os itens que atulham um carrinho de compras, a mulher que foi sua paixão mal-resolvida mais sofrida, duradoura, infeliz, desgraçada, patética, inspiradora de noites e noites de bebedeiras amargas pelo centro afora, maldita... a lista de epítetos não teria fim, se deixasse as más lembranças me dominar.  Lá está ela, a mulher manipuladora que causou um estrago insondável neste sujeitinho calejado. Quase nada envelheceu, cabelos um tanto curtos demais para minha preferência, corpo até que em forma. O olhar continua firme, meio duro, as roupas é que eram casuais até demais para uma ida ao supermercado mais próximo num fim de tarde.
O sujeitinho permanece estático por um instante, até lembrar que está acompanhado de outra mulher muito mais jovem e interessante que aquela, põe as compras na sacola, paga e não resiste a uma nova olhada, claro. Dessa vez os olhares dele e da fria manipuladora se encontram, ele aguenta o confronto um único segundo, então a razão clama para ele se desvencilhar dela, antes que esse encontro infausto ferre seus planos sexuais para mais tarde. Antes de voltar-se de uma vez para sua acompanhante, não consegue deixar de balbuciar o nome da infeliz, no que a sua companhia dispara:
- Você disse algo?
Ele responde, com voz inaudível, que apenas estava cantarolando um heavy metal qualquer, pega-a pelo braço, pára o primeiro táxi e ruma para sua felicidade noturna transitória.

Bem, vejamos, caro leitor que acompanhou essa ladainha barata até essa linha: bastaria termos visitado o mercado meros cinco minutos antes ou depois do horário em que isso ocorreu; o sujeitinho não ter querido bancar o legal e ao invés de aceitar a primeira sugestão da moça, na seção de vinhos,  ter debatido um tantinho que fosse outras opções de bebida; serem menos seletivos e entrarem em qualquer fila; ele ser um pouco mais sem noção que o habitual e sugerir que acompanhassem o final do jogo de futebol na churrascaria próxima, enquanto viravam copos de chope, antes de irem às compras; um reservatório de combustível de um satélite espião russo qualquer perdido na estratosfera arremeter contra o solo nas cercanias e causar uma confusão e pânico dos diabos; enfim, bastaria um único evento de uma infinidade de possibilidades se concretizar para ele ser poupado daquilo. Mas não, lá vem o acaso para tentar estragar a  já e sempre conturbada vida amorosa e sexual do cafajeste. Por sorte, foi apenas uma brincadeira dessa força incompreensível, cega e cruel, que em nada perceptível prejudicou o encontro.

PS: se querem saber um pouco mais dessa dama, e de sua importância para este blog e para o livro Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas, sugiro que procurem a segunda (e até o momento última) postagem da série As musas desses dias e noites, publicada em dezembro de 2010, em meados do referido mês.      

Saudações Canalhas e Cafajestes

sábado, 6 de setembro de 2014

A morte (mais uma) da Augusta

Essa postagem sem dúvida terá um ar de retomada ou paráfrase da série Sobre a Impermanência das Coisas do Mundo, publicada há poucos meses, e a hipótese faz sentido em dado aspecto: os cenários dessa série se situam, quase todos, na tal rua capital da devassidão de São Paulo - não caros leitores, não concordo com esse rótulo idiota, típico de jovenzinho idiota de classe média metido a "radical" e "moderno"; A devassidão verdadeira é sorrateira, insinuante, e quando se percebe domina pessoas e lugares sem  precisar que sejam apropriados ou especiais para isso; não, tapadinhos que precisam de um cenário "foda" para sentirem algo, a luxúria, a lubricidade, a putanhagem, a devassidão, se preferirem o termo, é uma força maior e mais antiga que nós patéticos humanos e não precisa que erijamos um altar ou local especial para suas manifestações. Ah, a velha e eterna presunção dos homens.
Do que tratávamos mesmo?
O que se passa, célere e pesado, um vagalhão imenso que parece se mover e não se mover, simultaneamente, pois é um movimento de idiotas rua afora que parece não ter fim, uma massa que sempre se move e sempre se renova de jovens idiotas, é que a rua Augusta vive mais uma de suas crises. Não de público ou de dinheiro circulando (certamente esses dois elementos estão aos borbotões, veja-se o movimento, o barulho que vaza da ilustre rua para as vizinhanças em qualquer dia da semana). A crise é de inteligência, de pessoas interessantes com quem conversar e passar as horas noturnas quando o que se busca é isso mesmo: uma boa conversa, um pouco de iluminação que revele os limites e estupidez do interlocutor e o ajude a crescer um pouco, em termos mentais, buscam-se seres que renovem o natimorto interesse de um misantropo pessimista como este que vos escreve pela rastejante humanidade. Pois o fato, caros leitores, é que a rua foi tomada por hordas e mais hordas de idiotas, tapados, semi-analfabetos, daltônicos culturais (obrigado pelo termo, grande amigo Chuck!), tipinhos sem noção em geral, uma turba de gente que parece nunca ter lido um único bom livro em toda sua vidinha medíocre, que nunca refletiu sobre si e o mundo ao redor, cujo único alimento(?) para suas mentes(?) defuntas é o maldito celular com conexão 3, 4 ou 25G , o caralho que seja, do qual jamais desgrudam, que é absolutamente incapaz de entabular uma conversa viva e linear; para completar a trama macabra - afirmo isso há anos: o mal está à solta em São Paulo e não se manifesta na forma de seres sobrenaturais! - vários desses idiotas pertencem às mais novas tribos urbanas que vicejam nas noites paulistanas, como os patéticos 'góis' , além de um sem-fim de  filhinhos e filhinhas de papai bem arrumados que estudam felizes numa faculdade particular de grife, paga pelo papai, claro!, e outros inclassificáveis de tão baixos e sem personalidade.
Sem dúvida alguém pensará: Alex B, um velhaco rodado como você espera encontrar inteligência nu lugar tão degradado? Sim, espero e até há pouco encontrava; o pensamento autêntico sempre foi raro nesse logradouro, mas era encontrado após alguma garimpagem e refino de escória; nela passei bons e ótimos momentos e entabulei por horas grandes e memoráveis papos. Ocorre  é que a raridade desses momentos e de pessoas sapientes atingiu um píncaro excruciante. Talvez parte desse sentimento hipertrofiado deva ser atribuído apenas a mim, que por algumas razões que sequer merecem ser nesta tranqueira comentadas, tão comezinhas  e bestas são, me joguei em excesso na Augusta nos últimos tempos, me esquecendo um tanto que há (muita) vida longe  dela. 
A decisão: bem longe dela ando ultimamente, sabe-se lá por quanto tempo.

P. S. 1: sim, gastei parte do meu vocabulário neste texto; como uma forma de protesto/contraposição à indigência cultural e linguística dos seres retratados na postagem, abusei o quanto pude de termos cultos ou eruditos;
P.S. 2: não pretendo e não me alongarei, recuso a me explicar longamente quando porventura sôo ofensivo às minorias, quando pareço " politicamente incorreto" - na verdade aprecio ser ofensivo, como bem sabem; mas minha referência jocosa aos tais 'gói' recebe alguma explicação:
Não sou contra gays, não sou homofóbico, tenho conhecido e amigos homossexuais, viados e lésbicas  (mesmo!), mas essas bichinhas  merecem ser zoadas e muito, pois a autodefinição delas é um perfeito retrato da idiotice e "pensamento" raso que tomou o  mundo: quer dizer que beijar, alisar, chupar, etc outro homem não faz do sujeito viado? Se apenas  não dá a bundinha, então não é bicha, é um ser moderno fluido e indefinível, "antenado" a seu tempo? Quá quá quá: cara, vocês são viados! 
Podem me acusar do que for, à vontade. Eu sei o que sou e estou satisfeito com isso, ao contrário dessas bonecas...

Saudações canalhas e cafajestes