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sábado, 18 de setembro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XI

" Se você quer conhecer sua namorada, case-se com ela; se quer conhecer sua esposa, separe-se dela."

Uma jóia de sabedoria, que me foi transmitida por um amigo de muitos anos, e que eu não encontrava há outros tantos, há pouco.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Raiva

     Olhar para os lados com displicência e naturalidade estudadas, agitar os cabelos e espalhar seu perfume e finalmente parar e olhar para a vítima da vez por uma fração de tempo suficientemente curta para poder negar, mais tarde, que olhou, que jogou charme.
     Ao serem questionadas porque o fazem tanto, com tanta graça e naturalidade, as mulheres sempre afirmam que é parte da natureza delas, que estão apenas expressando seu charme e feminilidade naturais, que após décadas, isto é, séculos e até milênios de repressão, perseguição, preconceitos e tudo mais finalmente têm a liberdade de viver e expressar a sensualidade e o charme e se nós homens implicamos com isso somos uns machistas, ignorantes, grosseiros, uns ogros malditos e que se levamos isso a sério e imaginamos que querem algo com nós ogros, canalhas, cafajestes, estamos imaginando coisas ou sendo inconvenientes e atirados...
     E ao abordá-la, o imbecil capturado com tanta facilidade por truques tão antigos e eficientes, muitas e muitas vezes recebe como resposta uma cara de virgem inocente atacada por estuprador demente, uma negação veemente de que olhou ou flertou, quando não a clássica " eu tenho namorado".
    Por que tanta raiva expressa na ladainha acima? Porque, mais uma vez, esse tão prosaico, eterno, mas muitas vezes enlouquecedor e revoltante joguinho, me apanhou, no último fim de semana. Não soube o nome da inocente menina que incomodei com minha desprezível e animalesca busca por companhia, beijos e sexo. Se o soubesse, o poria aqui, com as devidas homenagens. Mas soube (e me lembrei em seguida, enquanto virava a bebida garganta abaixo e curtia a fúria) o nome de outra moça, com quem travei contato, no mesmo  local, semanas antes: a você, cara Sarah(sim, é o nome verdadeiro),  linda mocinha de traços orientais, meus agradecimentos e  meu deslumbre, por ser o que tão poucas garotas jovens como você nesses tempos de desencontro e desentendimento são: decente, sem perfídias, admitir que gostou de mim quando cruzamos olhares, mas também admitir que foi engolfada pela noite e seus acasos e que quando eu a reencontrei era tarde demais, já estava envolvida por outro. Também espero que um dia nos vejamos de novo, em ocasião mais propícia, em que os beijos não serão jogados ao léu.

sábado, 4 de setembro de 2010

Os que contabilizam mulheres ( mais um da série texto fútil e inútil)

    Uma noites dessas, eu e meu amigo canalha, o parceiro de jornadas noturnas fornecedor número um de frases para esta tranqueira, estávamos em um bar de rock qualquer (sim, não direi o nome do recinto, pois seria uma pista para saber quem somos), no bulício da caça às fêmeas. No intervalo da ação, conversamos sobre as abobrinhas de sempre e, não perguntem porque, a conversa caiu nesses sujeitos que mantém listas, controle, contabilidade de quantas mulheres comeram ou apenas ficaram, o que fizeram com elas etc. Lembramos de um tipo que conhecemos há muito anos, esse era um verdadeiro artesão da coisa: além de manter um caderno (era pré-excel e internet) com nomes de todas que, digamos, "derrubou", dava nota à performance da moçoila...
    Bem, e daí?  Cada um emitiu sua opinião sobre a coisa e lembrei de anotar o assunto, para transformá-lo em postagem do Noites Cafajestes. Pedi papel e caneta para minha musa e pseudo-confidente que labuta no recinto, a deliciosa e famigerada n.19 (desistam de explicações sobre isso!!!) e fiz o rascunho que deu origem a essa postagem.
   Minha opinião sobre esse tipo de homem não é muito generosa, pelo contrário - e meu amigo é uma exceção ao tipo, cumpre registrar -  pois, na imensa maioria das vezes esses caras são uns babacas com compulsão de alardear que o registro de mulheres que ele comeu é gigantesco e não pára de crescer, além da compulsão de mostrar a lista ao primeiro tonto que se dispõe a levar ladainha desse tipo a sério, para, é claro, mostrar-se mais macho que todos ao redor.
   Eu,inclusive, durante anos joguei futebol com o provável exemplar supremo dessa raça, um idiota que dizia ter registrado em fotos TODAS as mulheres que comeu na vida e que os álbuns reuniam mais de duas mil  imagens. O mais irritante era o desespero dele em querer mostrar o tal álbum a todos os homens que ele conhecia, fossem amigos ou não. E se o sujeito se recusava ou mostrava desinteresse (como fiz, expressando mais,desprezo) ele revidava afirmando ser inveja de frustrados ... No comments, people.
    A verdade é que a maioria dos homens faz isso ou pensar em fazer, mas minha técnica é, acredito, sui generis: tenho compulsão de apanhar e guardar folhetos, prospectos, flyers, anúncios, ou seja, qualquer coisa de papel de todos os lugares em que adentro com intenções de lá arrebatar uma mulher. Se consigo o intento, até um simples beijinho de despedida após horas, guardo o papel anos afora e sem anotar nada, procuro lembrar que musa conheci/arrebanhei naquela lugar e naquela noite. Já tenho uma pilha incomensurável e acreditem, é muito mais divertido que anotar nome, tipo de beijo, envergadura da bunda, potência de sucção da chupeta, grau de intensidade do olhar de vadia, nível de umidade produzido por centímetro cúbico da xota em uma folha de papel ou arquivo digital.
    Pelo menos uma vez ao ano espalho a massa de celulose no chão de minha sala e me dedico a lembrar quem conheci em tal lugar e noite e o que aconteceu. Acreditem, é muito divertido e estimulante treinar a memória e o ego canalhistíco dessa forma,  pois quando a memória falha e se mistura mulheres com mulheres (nenhuma menção ao lesbianismo aqui, embora eu seja um imenso e taradíssimo fã dele!!), local  com  local as risadas são garantidas. E mulheres, passem a fazer o mesmo, garanto as propriedades desopiladoras dessa babaquice.