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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Raiva

     Olhar para os lados com displicência e naturalidade estudadas, agitar os cabelos e espalhar seu perfume e finalmente parar e olhar para a vítima da vez por uma fração de tempo suficientemente curta para poder negar, mais tarde, que olhou, que jogou charme.
     Ao serem questionadas porque o fazem tanto, com tanta graça e naturalidade, as mulheres sempre afirmam que é parte da natureza delas, que estão apenas expressando seu charme e feminilidade naturais, que após décadas, isto é, séculos e até milênios de repressão, perseguição, preconceitos e tudo mais finalmente têm a liberdade de viver e expressar a sensualidade e o charme e se nós homens implicamos com isso somos uns machistas, ignorantes, grosseiros, uns ogros malditos e que se levamos isso a sério e imaginamos que querem algo com nós ogros, canalhas, cafajestes, estamos imaginando coisas ou sendo inconvenientes e atirados...
     E ao abordá-la, o imbecil capturado com tanta facilidade por truques tão antigos e eficientes, muitas e muitas vezes recebe como resposta uma cara de virgem inocente atacada por estuprador demente, uma negação veemente de que olhou ou flertou, quando não a clássica " eu tenho namorado".
    Por que tanta raiva expressa na ladainha acima? Porque, mais uma vez, esse tão prosaico, eterno, mas muitas vezes enlouquecedor e revoltante joguinho, me apanhou, no último fim de semana. Não soube o nome da inocente menina que incomodei com minha desprezível e animalesca busca por companhia, beijos e sexo. Se o soubesse, o poria aqui, com as devidas homenagens. Mas soube (e me lembrei em seguida, enquanto virava a bebida garganta abaixo e curtia a fúria) o nome de outra moça, com quem travei contato, no mesmo  local, semanas antes: a você, cara Sarah(sim, é o nome verdadeiro),  linda mocinha de traços orientais, meus agradecimentos e  meu deslumbre, por ser o que tão poucas garotas jovens como você nesses tempos de desencontro e desentendimento são: decente, sem perfídias, admitir que gostou de mim quando cruzamos olhares, mas também admitir que foi engolfada pela noite e seus acasos e que quando eu a reencontrei era tarde demais, já estava envolvida por outro. Também espero que um dia nos vejamos de novo, em ocasião mais propícia, em que os beijos não serão jogados ao léu.

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