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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Postagem não-planejada, insensata e inesperada

Hold me. Lay your shame away.
Show me where your love stay
Hold me. Lay your ghost away.
Show me for yourself.

You are lost and alone,
But a prisoner of your pride.
When the passions you ignore
You can never hide.
One of these days you're gonna find out,
'cause one of these days you're gonna try.
And what did I say
To make you wind up
With this spear of guilt inside.

Essa canção pertence a certo agrupamento musical cujo nome, se revelado, causará espanto e indignação em quase todos os leitores (um grande amigo identificou sem dificuldades os "artistas" e já me congratulou pelo bom gosto...). mas foi impossível resistir ao impulso de mandar esse recado acima para  certas  damas,  pois trata-se de um  retrato perfeito de como muitas vezes castigam a si mesmas, com seus joguinhos criados e executados supostamente para castigar a nós, desprezíveis homens.

sábado, 18 de dezembro de 2010

As musas dessas noites e dias - parte III - A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998

Mesmo os escritores, redatores, os escribas em geral mais calejados e talentosos são frequentemente atormentados pela inquietante dúvida: como iniciar o texto, como fisgar o leitor já na primeira linha? Sou um escbriba calejado mas talento, como os leitores bem sabem, jamais se insinua no parco horizonte que esse blog desenha. E como, neste exato momento em que escrevo, uma chuva fria e triste cobre São Paulo, como a chuva que cobria a cidade na noite em que se passa o terceiro conto das Noites Cafajestes, que essa reminiscência sirva de introdução, inclusive e principalmente porque rememorar a musa inspiradora desse conto combina com essa tarde melancólica, cinzenta e amarga.
Cito diretamente a noite em questão, a começar pelo título, porque  "A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998" é o mais autobiográfico dos contos do livro, ele é composto quase na totalidade por lembranças e pelo gosto de fel e raiva engolida à força que essas ainda provocam. Mudei somente os nomes das personagens; o protagonista, ainda que dono de uma loja de cds na Galeria do Rock e músico medíocre, é calcado  ao máximo em minha aparência e personalidade, apesar de que não sou e jamais fui proprietário de loja de qualquer coisa e sou um músico horrível.
Eu estive na noite em questão do Free Jazz de 1998, em que ocorreu a primeira apresentação nas Terra Brasilis do Krafwerk e do Massive Attack; os aficcionados por música eletrônica sabem bem que evento memorável foi. Infelizmente, para mim ela ainda é memorável por outros aspectos e não entrarei em detalhes, sobre os eventos extra-shows,  pois essa seção do blog não tem como função oferecer trailers verbais dos contos, mas tão somente executar uma exaltação distorcida às minhas "musas questionáveis" (mais um termo que tomo emprestado do grande Chuck, obrigado, cara!). Se está interessado, baixe o livro e leia, oras. Custa uma bagatela...
A moça retratada nessa história patética foi, pura e simplesmente, a paixão não-correspondida mais torta, patética, mal explicada e que mais deixou encruamentos não-resolvidos no desgastado coração deste sujeito.
Sim, fiquei perdidamente apaixonado por ela, minha relação amorosa oficial de então sofreu  danos terríveis, não de imediato, mas no decorrer do tempo, conforme os estragos emocionais e mentais por ter sido usado de maneira tão rasa e tênue se aprofundavam, me estragando mais e mais. 
Direto e preciso: essa mulher foi o melhor e mais bem acabado exemplar que encontrei, em toda minhas andanças pela vida e pelo universo feminino, da mulher que nunca superou o trauma de ter sido uma  garotinha desprezada pelo pai e que como vingança, inconsciente ou não, tratou todos os homens que passaram por sua vida com o mesmo desdém e falta de amor com que o primeiro homem de sua vida a tratou. Em suma, uma vaca, uma biscate, uma manipuladora fria que apenas usou os homens para satisfazer seus interesses, sempre se insinuando, destroçando corações e rindo dos escombros que deixava para trás.
Como dotes físicos para deixar nós, macacos que somos, por completo no cio e imbecilizados, nunca lhe faltaram, podem imaginar o estrago que ela causou homerio a fora.
Sim, minha paixão não foi correspondida - jamais consegui dela sequer um simples roçar de lábios!
Não,  nunca mais falei com ela, há mais de uma década que não trocamos uma palavra. Nesses anos encontrei-a por três vezes na noite de São Paulo; ambos estávamos acompanhados. Em todas, ela dirigiu-me um olhar de superioridade e de certa surpresa, eu tentei mostrar desprezo, mas só consegui trair a raiva e a frustração que ainda me atormentavam.
O Gran Finale: vocês que lêem o blog e porventura leram o livro devem ambos a essa Lilith pós-moderna: Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas teve sue gênese em uma tentativa desesperada de expurgar, de fazer catarse literária do amargor, da raiva e tudo mais que ela me causou. Pus-me a imaginar, incessantemente, como seria se ela tivesse me concedido seus favores e quais seriam os desdobramentos. Em certo tempo, essas idéias, imagens e situações me pesavam tanto que tinha de expulsá-las de minha cabeça e decidi escrever uma porção de contos, em que cada um seria desenvolvimento de uma das situações que eu tinha imaginado com ela. Quando iniciei de fato o trabalho, claro, o que parecia brilhante no interior de uma mente masculina atormentada mostrou-se risível e pueril no papel. Assim, somente duas daquelas histórias sobreviveram: o relato da " noite chuvosa de sábado, São Paulo, 1998" (esse, o título original do conto), em que ocorreu a já citada segunda noite do FreeJazz , noite em que tudo relatado acima ficou às claras, e o conto " Como a maternidade é maravilhosa (...) Ou: uma transa de despedida", em que levo ao extremo uma das elocubrações sobre como teria sido uma relação amorosa com ela.
Essa é, portanto, a maior e verdadeira musa das Noites Cafajestes e dos Dias Canalhas, pois a que, com sua existência sedutora e maléfica, inspirou o projeto.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Do blog do grande Chuck

Quando criei esse blog, estabeleci como uma de suas regras sagradas que não seria uma simples coleção de textos alheios, de material de outras fontes, pois julgava que minha vidinha, minhas reflexões e minha observação do patético espetáculo que é a patética raça humana me forneceriam material de sobra para alimentá-lo, julgamento que até o momento, creio, mostra-se correto, ao menos para produzir essas xaropadas obtusas. A seção " descobertas feitas em mesas de bar..." não pode ser considerada quebra à regra, pois são simples frases e pensamentos colhidos pelas noites e bares da vida. 
Bem, finalmente, surge a oportunidade e o dever de quebrar a norma auto-imposta. Ocorre que meu  ainda amigo virtual Chuck postou um texto sensacional em seu blog há algumas semanas, uma jóia que deveria ser ensinada a todos os garotos desse mundo, deveria ser entregue a eles juntamente com o material escolar a cada começo de ano, lido e pregado como a verdadeira peça de sabedoria que é, pelos professores de português e de educação moral e cívica, sociologia, filosofia...
Claro,escrevi para ele, solicitei autorização para a reprodução e o canalhão, ao saber quais meus intentos, autorizou de imediato,com votos de que seu texto espalhe muita indignação por aí. 
Pois bem, chega de preâmbulos, após a linha de espaço abaixo, vem a destruição definitiva das biscas, digo das mulheres sabidas e modernas. Boa leitura, e que aquelas que merecem fervam de ódio.
   
Vocês sabem o que devem esperar encontrar numa revista de consultório de dentista, ou é Caras ou outra revista bunda de fofoca e celebitches, ou é uma daquelas revistas femininas idiotas tipo Nova ou algum outro manual de como ser uma bisca moderna.

Mesmo assim, em meio aquele tédio reinante, comecei a folhear um desses desperdícios de papel, que poderia ter sido muito melhor aproveitado na fabricação de bolachas porta-copos, daquelas que deixamos sob os copos de cerveja nos melhores botecos do ramo, e dentre inúmeras matérias do tipo “101 motivos para trair seu namorado” ou “Como é gostoso o meu vizinho!!”, encontrei a seguinte citação, em destaque garrafal bem no meio da página:


COMO MANTER UMA MULHER SATISFEITA SEXUALMENTE:
Acaricie, enalteça, mime, saboreie, massageie, conserte, acompanhe, cante,
cumprimente, apóie, alimente, acalme, perturbe, brinque, tranqüilize, estimule,
afague, console, abrace, ignore as gordurinhas, paparique, excite, pacifique,
proteja, telefone, adivinhe, beije, aconchegue, perdoe, ajude, divirta, seduza,
carregue, sirva, fascine, atenda, confie, defenda, vista, elogie, venere,
reconheça, exagere, agarre, entregue-se, sonhe, provoque, recompense, toque,
aceite, idolatre, adore.


Só faltou acrescentar que depois de tudo isso ela vai te achar um bunda-mole e dar para outro sujeito qualquer, com mais “pegada” (um dos termos favoritos das biscas modernas) e/ou saldo bancário maior, ou quem sabe uma profissão mais respeitável.

Por que no final das contas, parceiro, não importa o quanto você rale seu traseiro para agrada-las, o que importa é o seu potencial para resolver a carência física ou financeira delas.