Este escriba, mais uma vez, compartilha com seus cinco, seis leitores suas experiências e impressões sobre lugares, estabelecimentos da cidade de São Paulo, para assim quem sabe ajudar o nobre seguidor desta tranqueira a ter uma experiência noturna o mais prazerosa possível.
O edifício da foto acima é um dos mais famosos da cidade e de todo o país: o mais que famigerado Copan, localizado no Centrão, próximo à Praça da República, Rua da Consolação, etc. Desnecessário se alongar. Vamos ao que interessa.
O térreo da nobre construção, suas ruas internas e o entorno, nos últimos anos, vivem uma intensa movimentação e surgimento de bares, restaurantes, lojas diversas; tudo claro, bem 'hipster', 'modernoso', 'prafrentex', num clima e estética bem lacradores e 'santa ceciliers' (maioria dos frequentadores desses novos 'empreendimentos'). Os caros leitores podem deduzir o que penso disso tudo, mesmo sendo, em termos políticos-sociais, um progressista e defensor convicto de causas progressistas-libertárias...
Bem, mas há um estabelecimento no Copan anterior a essa onda modernosinha que resiste firme e forte, passou por maus momentos durante a pandemia, em 2020, óbvio, mas resistiu e voltou ao de antes: cheio e movimentado. Trata-se de um restaurante/bar (e pelo visto também balada/pista de dança) localizado bem na fachada, na área frontal do prédio, que, em várias noites da semana, recebe grupos musicais (vamos chamá-los assim, por falta de termo ofensivo o suficiente para descrevê-los) na sua parte superior, que aliás nomeia o lugar (a tentação de postar foto destacando a placa na fachada que mostra o nome do estabelecimento foi grande, mas o receio de dores de cabeça foi maior).
Ocorre, caros leitores, que desde sempre, desde a primeira vez que passei defronte à noite e reparei no evento musical, e isso já faz uns anos, o cenário macabro é o mesmo: na parte inferior do restaurante, um clima de pré-balada, 'jovens dinâmicos'(como diz o colaborador-mor desta tranqueira) com cara de animação e hormônios em fúria e música ao vivo rolando no piso acima. Mas as mulheres que enchem o lugar nessas noites tão animadas são, segundo definição não deste porco chauvinista e canalha, mas sim de minha melhor amiga, que algumas vezes, passando por ali comigo também presenciou a cena, 'um bando dessas típicas barangas na faixa dos 30, que camelam nos escritórios do centro, loucas, desesperadas para arrumar um namorado/marido' (ha ha ha!!!)
E a música, a música, leitores....
Sempre conjuntos cover de péssima qualidade, tocando (leia-se, piorando o que já é ruim) o melhor do cancioneiro popularesco-bregoso que o brasileiro médio adora. Na última vez que passei diante este verdadeiro portal para as trevas, há duas noites, o grupelho em ação realizava a proeza de tornar ainda mais insuportável um 'crássico' de um grupo amado por esses analfabetos culturais que infestam o Centro, São Paulo, o país, o tal de Roupa Nova (Argh!!!Vade retro!). E claro, um bando de bruacas ensandecidas podia ser visto pelas amplas janelas, pulando e cacarejando ao som. Confesso que tive ímpeto de gritar alguma tiração/piada cruel na direção do evento, mas fui contido pela clássica expressão, que me veio à mente: "melhor não, vai que é doença!"
Então, caros leitores, a dica é essa: se você estiver em busca de algum lugar pela noite do Centro de São Paulo com música ao vivo e mulheres disponíveis a aventuras amorosas e tiver o mínimo de bom gosto, amor próprio e ser pouco afeito a ressaca moral no dia seguinte, fique beeeem longe desse lugar!
Mas, claro, se o leitor é um autêntico 'guerreiro noturno', afeito a emoções realmente fortes e experiências extremas, então a dica ganha outro sentido...
Saudações canalhas e cafajestes