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Observação feita pelo companheiro número um de canalhices, durante nossa última incursão a nosso porão favorito de São Paulo, ao flagrarmos um intrépido rapaz arrebatar uma moça com os braços e tascar-lhe um intenso beijo. O detalhe é que a moça, destituída de maiores ou de qualquer encanto (entenderam, caros leitores?), tinha nos assediado de maneira um tanto assertiva pouco antes. A cena, portanto, nos causou uma sensação que fundia alívio com aflição.
Soube anteontem que Paulo Vanzolini faleceu, o maior zoólogo especialista em répteis desse país (talvez do planeta) e compositor de sambas, nessa ordem - como ele fazia questão de reiterar - outra figura humana que sempre admirei muito, outro mestre intelectual e de vida para mim (os leitores que conhecem minha identidade compreenderão sem dificuldade o porquê dessa admiração).
Confesso, leitores, fiquei e ainda estou mal com a notícia, outro dos poucos grandes homens desse país se foi. Como li naquele jornaleco que é a falha(sic) de São Paulo - aliás, foi um dos únicos textos decentes que li naquela porcaria em anos: "Parecia um homem simples, que amava coisas que importam - mulheres, amigos, a ciência, a noite, a boêmia."
Pois é isso que busco e procuro ser desde sempre, um homem simples que ama as mulheres, os amigos, a ciência, a noite e a boêmia, e por isso ele é o mestre, e à lembrança dele é esta postagem e o vídeo abaixo, da canção mais conhecida dele, um dos hinos de São Paulo, e que certamente causará estranheza em vários dos leitores que já deduziram ser esse tipinho um headbanger convicto. Ora, danem-se rótulos e regras! Ronda é música, é arte, é vida vivida, isso é que importa.