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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Postagem não-prevista

A última postagem desta tranqueira terminava com aviso de um possível recesso do blog até o início de 2023; no entanto a vida ainda pode ter lances inesperados e estimulantes e a inspiração surgir quando menos se espera.

Este escriba encontrou-se esta semana com uma grande amiga e ex-caso; não nos falávamos há mais de mês. A conversa foi descontraída, alegre, profunda e rasa, tudo isso simultaneamente e muito misturado, como uma boa conversa entre dois amigos deve ser. 

Em um dos momentos de alguma seriedade, ela relatou que visitara os pais poucas semanas antes e notou como o bairro, a cidade em que eles vivem - sua cidade natal, cumpre notar - se tornou estranha a ela, como não mais sente-se parte daquele ambiente provinciano, paralisado e sufocante e que ela, assim como eu, optou por sair de lá e viver no bulício do Centro de São Paulo para experimentar horizontes mais amplos e experiências e vivências com gente mais diversa e em um meio mais variado, ainda que mais caótico, para fugir daquela mesmice existencial.

Repassamos e refletimos um pouco nossa escolha e não demoramos a concluir que foi muito acertada. Em dado momento ela perguntou, em tom de total deboche e ironia, se eu não me arrependia de ter 'abandonado e renegado minhas raízes' ? (Ha ha ha !)

Respondi de imediato, de 'prima', como se diz:

"Querida 'X', algumas raízes devem ser arrancadas e mortas sem dó, pois são raízes de nada mais que ervas daninhas; outras, no máximo, merecem ser mantidas cercadas e vigiadas, podem continuar vivas, mas sem se reproduzir ou se espalhar!"

Este escriba deseja a seus parcos leitores boas festas, um 2023 mais auspicioso e humano e prudentemente não anunciará recesso ou pausa para alguma semana qualquer do início do próximo ano; sabe-se lá o que pode pintar nos próximos dias!

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CXXIII

"O que faz pensar incomoda."

Afirmação nada original, mas profunda, eterna, necessária, que sempre deve ser repetida aos quatro ventos e enfiada a marteladas na cabeça dos humanos imbecis (só 90% da espécie, no mínimo!), que surgiu mais numa vez na cabeça e lábios deste escriba, em uma noitada em seu bar favorito, durante uma epifania alcoólica na qual, ao ter uma revelação mística arrebatadora sobre juventude, sobre manter a juventude eterna no espírito e que amadurecimento na verdade é isso, amadurecer é manter o espírito sempre jovem, esse pensamento brilhante foi formulado.

Este blog - provavelmente, talvez, quem sabe - entrará em recesso de fim de ano e voltará a ter postagens no começo do próximo ano, a não ser que a suprema e maravilhosa Calíope abençoe este sujeitinho com um raio brilhante e avassalador de inspiração que, conjugado a alguma experiência notívaga-sexual-alcoólica transcendental, o façam correr para o teclado ainda na próxima semana.

Saudações canalhas e cafajestes

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

A experiência... a sabedoria... o medo!!!

 Introduções e preâmbulos longos e sofisticados - enrolação, em suma - não são necessários. Tudo que precisa ser dito, antes do núcleo dramático-macabro desta postagem é que este escriba estava passando mais uma noitada em seu bar favorito e sendo, digamos, 'corjetado' por uma senhora já adiantada um tanto em anos e desprovida de quaisquer encantos (se teve algum, em alguma era pretérita, o que duvido muito). Ele fugia dos ataques e investidas da senhora (dama é um adjetivo que não lhe cabia) com aquela mistura de desinteresse e educação que ele acha ser muito sagaz e da qual se orgulha(...). 

Até que no fim da noite, encostado no balcão, pagando as despesas etílicas da noitade, a mulher faz uma derradeira tentativa, se achega mais uma vez (!) e, após agradecer numa fala trôpega, bêbada que estava, por este escriba só ter colocado 'sonzera' na juxebox do estabelecimento, tentou retribuir e aproximou sua boca ressecada e bafejando álcool dos lábios deste desaventurado ser...

Caros leitores, o movimento sutil, preciso e rápido ao extremo que executei para evitar o beijo foi de deixar um ninja estupefato. A 'dama', desconsolada, não fez nova tentativa - Comus e Baco sejam louvados! - e afastou-se cabisbaixa. A balconista assistiu a cena impávida e após eu concluir o pagamento, comentou, entre sorrisos: 

- Coisas da noite, né 'X'?

O colaborador-mor desta tranqueira, ao ouvir este relato, concluiu/comentou:

 - Só a experiência de muitas noites permite executar esse movimento ninja e fugir das assombrações da própria noite!

P. S. : este evento se soma a outros recentes que claramente  denunciam a este sujeito: na competição amorosa-sexual das noites paulistanas, ele está sendo passado para trás, dado que está se tornando um 'tiozão' aos olhos da mulheres mais jovens e está atraindo a atenção, cada vez mais e pelo visto apenas, de mulheres que ele ainda não incluiu em seu rol de possibilidades. Ou em poucas palavras: só mulheres mais velhas, da faixa etária dele ou quase, estão se engrançando e as mais novas o ignoram mais e mais. 

Um assunto delicado, profundo e extenso, que cedo ou tarde, terá de ser abordado da maneira devida aqui, nesta tranqueira, por mais que eu queira evitá-lo ou fingir que  não está acontecendo...

Saudações canalhas e cafajestes 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

"Não há nada de natural em ficar sóbrio"

 

Caros leitores, aprendam: a pergunta certa a ser feita a um bebedor contumaz não é "Por que você bebe?", e sim " Você vive neste mundo, nesta época e ainda passa parte do tempo sóbrio??!!" Como escreveu um dos gênios da nossa espécie, Charles Baudelaire: 

 Embriaguem-se

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: “É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso! Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.”

 (Trad. de Leda Tenório da Motta, 1995)

O título da postagem foi proferido por  um grande cientista e pesquisador brasileiro do uso das ditas drogas psicoativas pela humanidade, desde a aurora dos tempos, mas infelizmente, este sujeitinho ébrio não tomou o cuidado de anotar seu nome.

Saudações canalhas e cafajestes (e embriagadas)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

O tempo e a vida são inevitáveis Ou: cedo ou tarde, isso iria acontecer

 

Esta postagem é o retorno à tranqueira de um amigo deste escriba que protagonizou algumas outras narrativas e há tempos não aparecia. Trata-se do divorciado, pai de dois filhos, que tenta equilibrar, manter em uma coisa racional, pacata e equilibrada a relação, divisão de tempo, entre sua atenção aos filhos e uma conturbada vida amorosa (e se os parcos leitores lembram, ele quase nunca consegue essa proeza, óbvio!).

Pois bem, recentemente, ele relatou a este sujeitinho que vos escreve um evento que não fez parte de suas agruras habituais derivadas das quixotescas tentativas de dar, igualmente, atenção a filhos e eventuais namoradas que aceitam se relacionar com o um homem que tem prole gerada em um relacionamento anterior (é, ele ainda acredita que essa fantasia é possível!) Do que se tratou?

Um de seus filhos pura e simplesmente o abordou e contou que durante uma de suas recentes (e primeiras) andanças noturnas com amigos por São Paulo, experimentou a bebida maldita, a desgraça, a praga conhecida como corote. O choque foi grande mas em seguida a razão o dominou e ele, refeito, perguntou a seu rebento, tremendo de medo, o que achou da iguaria. A resposta veio pronta e ligeira:

"- Uma porcaria! Horrível! Detestei!"

Meu amigo sentiu um alívio e bem-estar como há tempos não sentia. Após relatar o evento e beber mais um longo gole de bebida, refletiu, com a sabedoria de sempre:

"viver é isso, a passagem do tempo e os acontecimentos da vida são inevitáveis. Os filhos serão atirados com a cara lavada e desprotegida contra ambos, cabe aos pais prepará-los para lidar bem com isso, nada mais."

Saudações canalhas e cafajestes