Embriaguem-se
É
preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a questão. Para não
sentirem o fardo horrível do Tempo, que verga e inclina para a terra, é
preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E
se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um
fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer
quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro,
ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo
que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a
estrela, o pássaro, o relógio responderão: “É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se;
embriaguem-se sem descanso! Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.”
(Trad. de Leda Tenório da Motta, 1995)
O título da postagem foi proferido por um grande cientista e pesquisador brasileiro do uso das ditas drogas psicoativas pela humanidade, desde a aurora dos tempos, mas infelizmente, este sujeitinho ébrio não tomou o cuidado de anotar seu nome.
Saudações canalhas e cafajestes (e embriagadas)
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