“Sempre preparado para o fim, quando ele veio me pegou de surpresa.”
Charles Bukowski
Há poucas semanas, confirmei, por um amigo que não via há
tempos, o que tinha percebido há meses:
um notório bar, típico pé sujo do Centro, que muito frequentei e foi importante,
um marco em período repleto de acontecimentos e alegrias da minha vidinha,
fechou em definitivo. Esse boteco compareceu em muitas postagens desta
tranqueira, sendo que as últimas lamentavam a triste decadência que viveu,
provocada exclusivamente por seu proprietário, que permitiu que o tráfico de
drogas – feito por marginaizinhos dos mais baixos! – e a consequente violência
grassassem na porta e às vezes no interior do seu estabelecimento sem pudores,
em troca de uma porcentagem dos negócios ali fechados. A coisa ficou tão brava que toda turma da
qual eu era membro notório debandou e nunca mais lá foi ou sequer se aproximou.
Bem, conversando com outro amigo, que também não via há um bom tempo – e que
muito frequentou este bar comigo – percebemos que o fim desse lugar marca o fim
de um período, de um certo movimento humano de um grupo social no Centro; a conversa
fluiu e lembramos do fim de outro estabelecimento, também situado no Centro,
que também frequentamos. Este outro não era um bar, mas sim uma casa noturna de
rock, das mais ‘underground’ (ô palavrinha desgastada!), sujas, fuleiras – exatamente
como gostamos – e que também foi cenário de muitas postagens por aqui. E
durante a conversa lembramos de uma postagem que serviu de elegia a esta casa
noturna, feita em 2012, e da qual repito a música tema e a citação do Velho
Safado para a elegia a este outro buraco, em que tantas experiências vivemos.