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domingo, 28 de novembro de 2010

E agora... porcos chauvinistas! Episódio de hoje: a classificação de uma vaca depende do olhar e principalmente dos interesses da vaca que a descreve

Um título quase quilométrico, para marcar o retorno de uma série do blog que estava no limbo.

Há alguns dias, em uma quarta à noite, eu voltava para casa, após contribuir com minha cota diária de tempo, vida e energia para o enriquecimento dos dignos capitalistas e para a manutenção da ordem social. Duas moças entraram no ônibus rindo e falando, muito e alto. Elas eram, sendo ofensivo e politicamente incorreto como sempre sou, duas barangas desprovidas de classe ou educação oriundas da terrinha, ou seja, duas "baianinhas" vulgares - xingamentos e ameaças para o e-mail, por favor - e era impossível ignorar a conversa que travavam; aliás, estou certo que quanto mais os outros passageiros lhes dessem atenção, mais felizes ficariam...
Bem, uma delas  disparou a jóia: "minha filha, o amor é como a grama: você cuida, rega, dá atenção e carinho, e quando está bonito, forte e colorido, vem uma vaca e come". Anotei na cabeça a porção de sabedoria, decidido a postá-la aqui, claro que acompanhada de um comentário que esmigalharia a visão limitada que a impregna. O tempo passou, negligenciei minhas obrigações escribísticas mas eis que minha vida noturna forneceu o mote para inserir a frase em algo maior e mais profundo, e claro, dela desfazer e negar.
Ocorre, cara meia dúzia de leitores, que já algum tempo, quando dedico um fim de semana à caça, quando não tenho  compromissos agendados com alguma dama, adotei um esquema um tanto fixo: sextas em certo ambiente especializado em rock, sábados em certo antro de heavy metal  (ambos já comentados aqui, sem citar nomes, claro). Situam-se ambos no Centro da cidade e são próximos entre si - algum palpite? - E percebi que estabeleceu-se um padrão: quando me dou mal no primeiro, é certo, uma lei da física, que me darei bem no segundo. 
Finalmente, o centro da postagem, a reflexão que destroça a frase de nossa amiguinha barangosa que adentrou o ônibus e essa história bem diante do Pateo do Colégio: o primeiro local é  limpo, de "nível", frequentado por moças que abominam e desprezam o segundo, garotas de classe média e média baixa em busca do príncipe encantado que resolverá suas vidinhas, moças decentes que se horrorizariam com a sujeira e falta de classe e principalmente as "vagabundas" e "vacas" do metal que enchem, o segundo: fáceis, sem nível, e que dão para os roqueiros desprezíveis que surgem em hordas atrás delas, sem o mínimo decoro ou decência (leia-se, bancar a difícil, levar o cara a humilhar-se e fazer  o valor de sua sagrada bucetinha parecer muito maior do que realmente é);  o segundo já está delineado: um lugar baixo, sujo e vil, repleto de vacas. Ocorre que eu e meu amigo e parceiro mor nessas noitadas estamos seguidamente nos dando mal no primeiro e sendo muito felizes no segundo. E as alegações das ruminantes, digo, das moças que lá circulam, para recusarem um beijo, companhia e até um mísero endereço eletrônico, após nos provocar, fuzilar com olhares, sorrir e eventualmente até mesmo conversar por quase uma hora são as mesmas: "não fico na balada", " tenho namorado", " você é muito atirado" etc. Já na masmorra suja, é raríssimo isso ocorrer: se a garota não quer nada, expressa isso com prontidão.
Após essas pancadas, reerguimentos e noites infelizes e outras felizes, chega-se invariavelmente a uma conclusão: uma mulher é chamada pela outra de vaca somente se um interesse, recalque, hipocrisia ou algo ainda pior da primeira é ameaçado pela gula da ruminante, ou: a classificação de uma ruminante depende dos interesses e preconceitos da classificadora, nunca de precisão ou objetividade científica.

Saudações canalhas 
 

sábado, 6 de novembro de 2010

Os segredos para ser um cafajeste-canalha bem sucedido - Item I: Ousadia

Nova série dentro dos textos do blog (sim, sei, já iniciei umas várias séries e as abandono. Reflexo dessa vida doida e caótica que todos nós enfrentamos). Vamos lá:

Foi há duas semanas. Tive folga no meu emprego na sexta (coisa tão rara quanto um papagaio albino do Himalaia).Assim, não poderia perder a oportunidade de desfrutar da noite de quinta de São Paulo. No começo do melhor período do dia liguei para um amigo canalha de longa data, dos tempos de faculdade (e pensar que já terminei esta há mais de dez anos, mas ainda sinto como se estivesse vivendo aqueles tempos. Jovialidade? Energia? Falta de maturidade?) e marcamos de dardejar pela Augusta, em busca de um bar, randevu, boteco, boate,qualquer coisa que exibisse o máximo possível de fêmeas por centímetro quadrado. 
Ele logo definiu o antro, um lugar que é o ponto máximo de modernidade  na lendária rua.  Estacionou o carro e fomos até a porta averiguar. O preço era decente, o gênero musical daquela noite, uma das forças cósmicas que movem dois desprezíveis roqueiros beberrões e caçadores de ninfetas como nós noites afora. E a quantidade de exemplares do belo sexo (esse termo eu surrupiei de um livro-biografia-portfólio do grande HR. Giger, admito) que adentrava o lugar nos fez perder qualquer dúvida ou juízo em segundos!
Entramos, nos abastecemos de cerveja (caríssima, diga-se de passagem) e enquanto curtíamos a ótima seleção musical e o ambiente moderno e interessante, enlouquecíamos com o desfile de beldades que não cessava de entrar e embelezar o local. Uma logo chamou nossa atenção, mais que as outras (e a concorrência era brabíssima): uma coisinha, uma criaturinha linda, fresca como uma flor, de pele alva, cheia de curvas e espremida em um pretinho terrivelmente justo. Parecia  estar acompanhada (impressão errada, como descobrirão) e desfilava de lá para cá. Por duas vezes, meu amigo disse: "ela olhou para você ao passar". Eu duvidei com veemência e sinceridade: uma linda menininha como aquela olhar para mim? Algum dia posto um texto que explique minha tese de que o verdadeiro canalha-cafajeste é modesto, nunca deve se achar o máximo e sempre procura  eleger um amigo canalha como seu modelo, como o verdadeiro conquistador ao qual ele quer se equiparar. Achar-se o fodão é o começo do fim para o verdadeiro canalha. Ele sempre deve se julgar e proclamar ser apenas um sortudo, persistente e injustiçado, até que acredite nisso. Esse texto fica para outra ocasião, voltemos ao assunto desta postagem.
Passou-se algum tempo, o dj pôs uma música insinuante para tocar e o que ocorreu? A linda menininha de preto subiu num palquinho e começou a executar uma dança para lá de sensual ao redor de uma barra de pole dancing, com lingerie à mostra e tudo o mais. Era a go-go dancer da casa! Claro que todos os machos presentes pararam para babar, dezenas de olhares selvagens e imbecis para ela, que ria e ria de nós.
O show terminou, ela desceu do palco e recostou-se no balcão. Foi nesse  momento que percebi: seu suposto acompanhante era um amigo e só. Não demorou e um cara alucinado abordou-a, e outro, e outro. Ela parecia ouvi-los, dar atenção, mas nada brotava dessas conversas. Então ela passou por nós e dessa vez não tive dúvidas. Virei-me para meu amigo e disse: " Incrível, mas você está certo, ela está olhando para mim!" Bem, só havia uma ação a executar, mas  ponderei por um momento: essa garota é desejada por dezenas dos presentes, já recusou alguns, é uma estrela da casa noturna, por que quereria algo comigo? Serei só mais um panaca enchendo seu ouvido.  Mas ou ouso, ou me lamento enquanto tomasse o rumo de casa. Fiz minha escolha e lá fui.
Bem caros leitores, pode-se cair no chauvinismo e no machismo barato e afirmar-se que a tal era uma menina fácil da vida fácil, que podem ter passado uns tantos como eu na vida dela nos últimos tempos ou somente nessa noite e que nada signifiquei, que tudo foi superficial. Mas o fato que esse texto registra e celebra é que posso afirmar que fui a uma casa noturna famosa e por algum curto e memorável tempo desfrutei da companhia e beijo de uma linda go-go dancer que brilha no local. 
Saudações         

domingo, 24 de outubro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XII

" A idiotice é sempre muito popular entre as mulheres"

Frase de minha lavra, criada após muito tempo observando o desfile de beldades acompanhadas de goiabas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Saturday night feeling

Modern Day Delilah lyrics
[Verse]
I still remember when I saw your face across the room
Told me to take you but the price of love would seal my doom

[Pre-Chorus]
I know the way you made the others break
But loving me would be your first mistake

[Chorus]
Same old way, same old ways
Modern Day Delilah
Each time you learn to give
Queen to slave
Modern Day Delilah

Listen

[Verse]
You lived your glory in a liars haze you called the truth
The same old story of a social plan from wasted youth

[Pre-Chorus]
You thought that you could bring me to my knees
But whos the one whos crying baby please

[Chorus]
Same old way, same old ways
Modern Day Delilah
Each time you learn to give
Queen to slave
Modern Day Delilah

[Bridge]
Just like the trigger of a loaded gun
You were the reason for the damage done
Too many lovers like a hunters prey
Not today

[Solo]

[Pre-Chorus]
I know the way you made the others break
But loving me would be your last mistake
Each time you learn to give

[Chorus]
Same old ways
Modern Day Delilah
Shame, shame, shame on you girl
Queen to slave, come on now
Modern Day Delilah
Yeah, yeah, each time you learn to give
Same old way, same old ways
Not today
Delilah
Queen to slave, loves decayed
Delilah

sábado, 16 de outubro de 2010

Homenagem

   Acabo de chegar a minha casa, ligo o computador para olhar e-mails e portal de notícias antes dos devidos preparativos e rituais para mergulhar na noite e me deparo com péssima notícia, das piores em muito tempo: faleceu o grande José Ângelo Gaiarsa, o maior pensador libertário que este paiseco, centro mundial da hipocrisia e do falso-moralismo, já teve. Não me alongarei em tecer loas e descrever a  obra desse herói, desse gênio, que apontou armas e mais armas, devidamente carregadas e preparadas, contra esse câncer, essa desgraça, essa maldição, essa maldita e abominável fonte de neurose, sofrimento e abuso que é a família-burgueso-cristã, tão defendida e seguida à risca por nossos papais de família decentes que durante o dia zelam pela retidão moral dos filhos e da sociedade e durante a noite se acabam nos dotes dos travestis, e pelas mamães de família e senhoras solteironas que abafam suas frustrações e desejos carnais ora sorvendo os líquidos produzidos pelas vaginas das sobrinhas e empregadas, ora se deliciando com as secreções dos sobrinhos e subalternos.
   Gaiarsa disparou até o fim contra essa instituição abjeta e podre, que já deveria estar enterrada bem fundo, para seu odor pestilento não incomodar mais àqueles que querem se libertar de todo o mal e obtusidade que ela causou e ainda causa.
   Se querem realmente conhecer a obra dele e crescerem como seres humanos, viverem uma vida plena, sem as ridículas amarras morais que a cultura judaico-cristã nos impige há milênios, leiam sua extensa obra e tentem aplicá-la a suas vidas. Ah, sim,um aviso: antes que alguém, algum desfensor das minorias ou ativista peça meu IP e endereço ao Blogger para me processar, aviso que não sou anti-semita,anti-judeu, nada disso: sou um ateu-libertário-anarquista que vocifera contra um dos elementos formadores da patética cultura ocidental, somente isso.
   Findo aqui essa minúscula homenagem a um dos meus mestres intelectuais, pois quem acompanha este blog há algum tempo sabe  que ele é uma ineficaz e infinitesimal empreitada contra o estrago que os ditos valores familiares e morais fazem em nossos corpos e mentes, e que tudo que ataco aqui, o brutal desentendimento entre homens e mulheres que nos assola e nos massacra, é fruto maligno dessa cultura.
Saudações.
 



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Texto bukowskiano Ou: noturnidade sobre o ódio

  Ontem e hoje à noite eu atravessava a principal avenida da cidade, nessa noite de julho em outubro, e enquanto os edíficios, regulares e impassíveis, sólidos e perfeitos passavam por mim, ou eu passava por eles, sua imensidão e regularidade, suas formas geométricas pareciam se fundir com o ar gelado, como se um fosse exalação do outro, como se o ódio que eu sentia e a fria desumanidade que se apossara de mim, um desejo mecânico e desapaixonado de impingir dor, sofrimento e vingança fossem provocados por eles, ou se todos - frio da noite, edifícios de ar inumano, ódio - se fundissem numa só coisa, como se a frieza se tornasse tudo que existe.
   E assim aprendi que a chamada desumanidade, a frieza, ou o "mal" (outra palavra pueril e idiota que abomino por ser tão rasteira, limitada e limitadora) não são a negação do humano, a derrota dos bons sentimentos para o que é mal e oposto à doce e tola teoria do bom e velho Rousseau. Não, este filósofo barato da noite nega tudo isso e afirma: tornar-se um monstro desumano é a última ação desesperada de resistência que é possível para aqueles que não tem outra escolha, que têm diante de si serem destruídos ou destruírem, é um grito desesperado de uma humanidade esmagada. E todos temos de fazer escolhas. 
  Assim, não sejamos obtusos ou moralistas diante dos frios e insensíveis, pois eles são uma forma extremada e incompreensível de humanidade.

Post Scriptum:   esse textinho acima, à primeira leitura parece fugir do tema maior e praticamente único deste blog, a saber, refletir sobre as relações homem versus mulher contemporâneas e detoná-las (as mulheres e as relações), mas adivinhem qual o sexo da criatura que inspirou essa pérola de mediocridade linguística e literária?  

sábado, 2 de outubro de 2010

Mulheres, essas criaturas misteriosas e seus poderes que nos desconcertam

 O grande Chuck postou um texto no seu blog, há poucos dias, em que discorre sobre um tipo de maluca que ele  (e eu) temos grande dom de atrair: esotéricas (exo-histéricas?) que afirmam existir profundas, inescapáveis e magníficas conexõese entre elas e o felizardo que a encontra, que nossos destinos foram traçados nas estrelas e que devemos ficar juntos para todo o sempre (brrrrrrrrrrrrrr) conhecimento esse que lhes foi agraciado por meio de suas conexões cósmicas desenvolvidas via leitura de revistas e livros que são depositários de conhecimentos arcanos e profundos, mas que são encontrados, à venda por bons pares de reais, em qualquer comércio do setor livreiro e via cursos caros ministrados por mestres interessados apenas em espalhar conhecimento e sabedoria, apesar de cobrarem 300 pilas por mês, no mínimo. Bem, essa espécie do bestiário feminino moderno tem um apreço especial por caras como nós, canalhas céticos, curtidos, rodados nas desventuras da vida.
  O parágrafo acima já deixa claro o que penso e como reajo a esse tipo de dama. Como diz um dos meus mestres, o grande Pica Pau de Walter Lantz, " vudu é pra jacu!", no entanto, hoje tive uma experiência pequena mas bem estranha, e pior, a mulher envolvida na situação é ainda mais cética e descrente dos mistérios entre a Terra e o céu do que este que vos escreve.
  A dama em questão é muito, mas muito, muitíssimo importante em minha vida, tanto que nem quero entrar em detalhes, meus amigos que conhecem minha verdadeira identidade sabem quem ela é.
  Infelizmente, por uma dessas maldades da vida estamos separados por alguns milhares de quilômetros, ela atualmente vive em outro continente e nos vemos pouquíssimo.Claro, apesar do amor imenso e sincero que há entre nós, cada um tem uma vida "particular"(ô termozinho besta!), afinal somos feitos de carne e osso, vida que procuramos manter distante do conhecimento do outro e mantemos.
  Hoje nos falamos pelo telefone, como fazemos pelo menos uma vez por semana (sim, a conta anda bem cara...) e ela perguntou, no tom entre jocoso e enciumado com que sempre pergunta, o que ando aprontando, minhas mais recentes aventuras noturno-etílico-sexuais, as quais neguei, é claro. Em seguida, perguntou se eu pretendo viajar durante o feriado de finados, pois tem planos de tomar um avião e vir à Terra Brazilis somente para me ver. Respondi, um tanto espantado, claro que não, pois como ela bem sabe, somente um evento cataclísmico para me tirar de São Paulo e do Centro da cidade. Ela, num tom de deboche desconfiado ainda maior, disse um tradicional "sei" e emendou: " vai saber se você não recebeu um convite para uma viagem imoral, para encontrar uma dessas safadas que pega por aí na casa dela lá no interior, ou algo assim". Fiquei mudo, olhei para o bocal do aparelho tomado por uma expressão de chimpanzé lobotomizado e balbuciei uma negativa. 
  Caros leitores, poucos dias antes, finalmente tinha conseguido falar, via telefone, com uma linda mocinha que mora no interior do Estado e que vem regularmente à São Paulo, sua cidade natal. Conheci-a numa dessas visitas, em um dos meus bares de rock favoritos e logo tivemos, passados poucos minutos, digamos, um contato mais íntimo, após o qual trocamos telefones e juras de novo encontro. Houve alguns desacertos internéticos e telefônicos, mas por fim nos falamos, um bastante empolgado com o outro. E o que a mocinha me disse, ao final? Que quando eu quisesse, poderia visitá-la e ficar na sua casa em São Carlos, onde estuda. Disse isso há dois dias, dois dias antes de minha amada e musa, há algumas horas, soltar tal míssil de esperteza e sagacidade.
   Alguém pode oferecer uma explicação para esse fenônemo que não seja baseada em misticismo, caro ou barato? 
 Saudações canalhas.