Estive há dois dias no Museu da Língua Portuguesa, em companhia de alguns parentes interioranos, interessados em conhecer o local, e que pediram a este escriba, notório na família por residir no Centro e conhecer 'todos seus buracos e segredos', para lá levá-los e ciceroneá-los.
Bem, a exposição temporária da vez no Museu chama-se Poesia Agora, a qual possui uma sala muito interessante, cuja descrição surrupiei do próprio site da instituição e se encontra a seguir:
" Na Sala de Leitura/Escrita, o envolvimento
evolui para a autoria. 150 livros com diferentes palavras em suas
lombadas convidam as pessoas a montarem seus poemas, reordenando esses
livros. E a interação aumenta ao abrir esses livros, cada um com quatro
poemas e diversas páginas em branco, para os espectadores colocarem seus
versos."
Sei lá porque ou o que me inflamou, o fato é que apanhei de chofre um dos volumes e arrisquei a escrever uns versos, coisa que tentei pouquíssimas vezes em minha carreira escrivinhadora, sempre gerando 'textos' horrendos que eram imediatamente despedaçados. Uma rala inspiração bateu e fiz uma paródia da primeira estrofe da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias.
Provável que meus cinco ou seis leitores estão perplexos com meu lado versejador, e é por isso que posto a criação: ao terminar e ler o que garatujei na página em branco, fiquei igualmente perplexo. Segue o poemeto:
Minha São Paulo tem noites escuras
Onde brilham luzes de prédios à piá-piá
As luzes que aqui brilham
Não brilham angustiadas como as de lá
Ah,sim, apus, abaixo dele, o endereço desta tranqueira. Vejamos o que isso poderá gerar...
Saudações canalhas e cafajestes