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terça-feira, 18 de junho de 2019

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XCIV

"Um guerreiro viking jamais teme sujar sua espada de sangue!"

De um dos principais colaboradores desta tranqueira, para comentar um evento recente que este escriba viveu: convidou uma bela moça, com que trava relações carnais, etílicas e intelectuais regulares, a ir mais uma vez a sua casa. A moça a princípio resistiu, disse que não era uma boa ideia, por 'estar naqueles dias' mas este sujeito, com lábia e paciência, convenceu-a. Ao contar o ocorrido, meu amigo saiu-se com esta pérola de canalhice e pensamento neo-pagão, digna de ser registrada aqui com todas as honras. 

segunda-feira, 10 de junho de 2019

O tempo é implacável (mas nós nos viramos bem, por enquanto)


Como este escriba anunciou na postagem de 14 de maio último, segue o texto que de certa maneira a completa:
 
Umas duas ou três horas após o breve diálogo que travei com meus dois companheiros canalhas, estava este sujeitinho para lá e para cá na casa noturna, apreciando a programação musical dos vários ambientes, vendo o movimento e sendo visto e claro, apreciando a beleza feminina que desfilava em múltiplas variedades. 
Eis que, ao passar diante o banheiro feminino, vi duas garotas na flor da juventude para ele se dirigindo, uma delas tagarelando frases meio desconexas, que correu para o toalete, esbaforida. O instinto canalha me levou a se dirigir para a outra moça e perguntar:
- Sua amiga está bem? Precisam de ajuda?
- Ela é assim mesmo, nunca está realmente bem. - respondeu entre risos.
E entabulamos uma conversa; não mais que três minutos foram necessários para a moça anunciar:
- Ai, moço, acho que quero te beijar!
Claro que atendi o desejo da moça sem titubeios. Moça que mostrou sabedoria e fez a pergunta mortífera após consumada a sessão de carícias labiais, pergunta cuja resposta, se imprópria, poderia estragar tudo e impedir a beijação:
- Posso perguntar uma coisa? Quantos anos você tem?
Caros leitores, quase nunca minto  a idade. Mas não consegui ser honesto nessa ocasião: disparei '42' (menti para menos), perguntei a dela e esperei sua reação, que sorriu, percebeu minha estudada cara de vexado e respondeu:
- Tenho 19, mas tudo bem, já fui apaixonada por um cara de 50, nenhum problema com sua idade. 
E providencialmente a amiga surgiu, nos despedimos e cada um tomou seu caminho na noite.
 
Bem, caros leitores, o que essa minúscula experiência noturna ensina? Dada a frequência com que as mulheres andam a perguntar a idade a este sujeito, na maioria das vezes à queima-roupa, já no início do papo, e que são sempre as mais jovens que o fazem com mais interesse e rapidez, esta historinha é apenas mais uma lembrança que o tempo passa sem misericórdia para todos, que este escriba já adentrou o grupo dos tiozões de meia-idade, aos olhos das moças jovens, e acima de tudo, avisa, aconselha, clama:
aproveitem sua juventude,  enganem o tempo e as convenções sociais o quanto puderem, desfrutem de suas capacidades e habilidades ao máximo, pois um dia seremos relegados ao nada seleto grupo dos 'velhos safados', objeto de risadas e desdém. 

Saudações canalhas e cafajestes

terça-feira, 4 de junho de 2019

Os(As) jovens são realmente a salvação do mundo!



Conheço um punhado considerável de pessoas interessantes, aquele tipo de ser humano que estimula o intelecto de quem convive com ela,  que desperta o pensamento e a inteligência de quem com ela confabula, dada a inteligência que essa pessoa exala e também conheço uma expressiva leva de gente que causa reações mais ou menos extremadas naqueles com quem convive, que acende o pior ou o melhor de nós, dado usar o que ela tem de melhor ou pior (incluindo usar sua cegueira e fanatismo – mais adiante ficará claro porque me referi exatamente a essas entidades bestiais e não outras).
Bem poucas são as pessoas que causam os dois tipos de reação: são inteligentes a ponto de querer sua companhia mais vezes e também são por vezes cegas e fanáticas para também, por vezes, desejarmos que ela se mude para a mais distante e congelada lua do sistema solar...
Uma das únicas pessoas da categoria acima que conheço é uma ativista feminista, nos trombamos em redações de jornais e sites de notícias, convenções sobre jornalismo cultural, eventos sociais de gente ‘criativa, essas maravilhas da modernidade... Ficamos um tanto amigos, fizemos trabalhos juntos e permanecemos nos falando, anos afora, às vezes mais, às vezes menos (não, caros leitores, não desfrutei dos favores da moça, embora adoraria tê-lo feito: ela é uma lésbica linda e totalmente convicta de sua sexualidade). Sua inteligência e sagacidade são estimulantes – e sua visão tapada e estreita do que é ser feminista e das relações heterossexuais – sobre as quais ela não tem vivência alguma, cumpre lembrar! – é de ferver o sangue de raiva.
Eu seguia a moça nas ditas redes sociais, mas por pelo menos duas vezes cliquei um belo ‘deixar de seguir’ e não vi suas postagens por um ano ou mais, pois caros leitores, essa mulher não é uma feminazi(sim, eu uso o termo; se o  julga grosseiro, favor procurar postagem antiga em que defendo o uso dele para certas tipinhas) mas bate na trave com uma frequência perturbadora.
Pois eis que resolvi voltar a acompanhá-la na principal das redes sociais e com que topo, assim que acessei seu perfil? Uma postagem em que ela afirma que uma série de tv de enorme sucesso em todo este planetinha, que encerrou-se este ano, há poucas semanas, ‘queimou o filme’ com ela, que passou a considerar a série um poço de sexismo fétido e apologia à violência contra a mulher, objetificação desta, etc, etc, por causa de uma cena, de uma temporada de anos antes, em que um dos principais casais da série está a sós, o sujeito dá um tapa na bunda da moça...que gosta e pede mais.
Foi demais para este sujeito quase sem paciência com a ridícula espécie humana: cliquei ‘deixar de seguir’ mais uma vez e continuei cuidando de minha vidinha.  Mas os deuses da luxúria, da boêmia e da canalhice não me deixariam desolado e descrente por muito tempo: não mais que dois dias depois, topei com uma postagem, na mesma rede social, que expressa com todas as letras o que qualquer homem de verdade já aprendeu, faz e deve fazer e o que toda mulher de verdade e bem resolvida gosta e pede: uma postagem de uma mocinha de apenas 18 aninhos, estagiária de uma das redações de notícias para as quais colaboro com regularidade, postagem que exala sabedoria e viço ao afirmar, sem peias ou pudores politicamente corretos, que ‘mulher quer carinho, beijo, mas também que puxão no cabelo e uns tapas na bunda, enquanto é pega por trás.’
Caros leitores, fiquei inebriado e esperançoso, ao ser mais uma vez lembrado que essas feministas azedas que parecem não ter experiência de vida alguma e que, na ânsia de combater o sexismo, machismo, etc, acabam sendo tão moralistas quanto os moralistas que dizem combater, devido a sua total incompreensão das nuances e riquezas do sexo e do erotismo, não são todas as mulheres do mundo, muito menos a vanguarda das mulheres. Não! O futuro pertence às mocinhas safadas, sem medo, que sabem o que querem.  E minha confiança na juventude foi renovada.

Saudações canalhas e cafajestes
          

terça-feira, 28 de maio de 2019

Experiência Noturna Ou: nenhuma experiência é páreo para a malícia da mulher


O rock ´n´roll rolava (aliteração primária, admito) a toda no último grande reduto da boa música na Rua Angústia;  rock acústico mas tocado com técnica, entrega e alto volume por um dos melhores músicos que se apresentam naquele bar. Este escriba acompanhava atento, sentado em uma mesa bem próxima, junto com outros dois membros da elite do microcosmo social do boteco em questão. A noite avançava, a música mais e mais poderosa, a bebida sendo consumida.
Eis que, ao final da primeira parte do show( show mesmo, sem imprecisão ou exagero: o cara estava detonando), surgem duas moças, saltitantes e sorridentes, já conhecidas de muitos ali. Uma delas, acompanhante, ficante, ou seja lá o que for do músico... e um flerte já um tanto antigo deste canalha que vos escreve, a qual já protagonizou postagem nesta tranqueira.   
Conversa vai e vem, os casais se juntam, mais bebida, o ritmo da noite.  O músico faz sua primeira pausa. A madrugada já ia um tanto alta quando o escriba se encosta no balcão para se abastecer de mais cerveja. Quem surge a seu lado, sorrindo, cintilante, linda?  Ela mesma, ficante ou sei lá o que do astro. Cumprimenta-me pelo nome e puxa uma conversa que já sinalizava coisas, toda entusiasmada, me tratando com uma intimidade até então rara...Mas não demorou a ela partir para os braços de seu verdadeiro interesse.
A noite ia para seus estertores, o bar se esvaziava, a apresentação se tornou um karaokê alcoolizado entre amigos e casais.  A moça sai das mãos habilidosas do músico, senta-se a meu lado e – já visível e por completo alcoolizada  - retoma a conversa, exaltando o cara, dizendo como ele é demais e se perguntando porque não assume de vez esse relacionamento, perguntando  a mim o que acho. Eu, tonto com tanta beleza, charme e perfídia, decido entrar no jogo e disparo:
– Acho que se eu fosse homem de verdade tomaria você dele!
Ela sorri, entre lisonjeada e encabulada, e responde que não pertence a homem nenhum, para ser de um e ‘tomada’ por outro.  Sem se abalar, respondo que foi apenas um modo de dizer, um galanteio mais ousado. E se manda para os braços do astro da noite mais uma vez...
Avancemos a narrativa até o que realmente importa, pulemos um período em que nada digno de registro e alcancemos o clímax : o finalmente fim da noite, todos nós já meio acabados, bêbados, claro. O músico, ainda animado, atendia aos pedidos dos amigos, tocando com quase a mesma gana do começo da noite. Eis que a linda moça, que ainda tinha ânimo para dançar, me puxa para perto e me põe para dançar ao som tocado e cantando por seu caso, que estava bem a nossa frente, e sem mostrar a mínima perturbação. Após alguns rodopios, ela se liberta, sorri um sorriso de despedida e se atraca mais uma vez com o cara. Mal tenho tempo de ponderar sobre, do alto de mais de 45 anos, ainda me envolver em intriguinhas e joguinhos dignos de adolescentes desajeitados com hormônios em fúria: um conhecido, também frequentador do bar, e que estava um pouco acompanhando a apresentação, um tanto mais circulando, fumando, etc, surge, percebe minha expressão facial e pergunta se estou bem. Digo que estou muito bem, chego mais perto e falo:    
– Estou bem, mas cara, tenho de dizer algo:  junte um ser demoníaco, manipulador, tinhoso (a mulher) e um ser que é idiota por natureza ( o homem) e você terá no mínimo cenas cômicas ou encrenca na certa, o que é mais provável.
A namorada dele, que tinha se juntado a nós um átimo antes de eu responder, riu e disse:
– É, eu vi as coisas demoníacas que tavam rolando com você. Toma cuidado! Ha ha ha.
Nos despedimos e cada um rumou para seu refúgio. 

Saudações canalhas e cafajestes

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Mais porções de sabedoria




Como este escriba está passando por uma espécie de bloqueio criativo - e também por uma fase de marasmo existencial, que na verdade é causa do dito bloqueio - segue, para esta tranqueira ao menos aparentar atividade, dois trechos lapidares da introdução do mestre e imortal João Antônio para seu não menos magistral e imortal livro Malagueta, Perus e Bacanaço, um dos mais perfeitos e inebriantes retratos de um Centro de São Paulo que não mais existe, mas que quixotes patéticos como eu continuam a buscar, em suas andanças noturnas por esse Centro.
Dois trechos que sintetizam perfeitamente o que é ser boêmio e deliberadamente fora da normalidade medíocre, ser o que os mortos-vivos que rastejam pela cidade chamam de 'derrotados, 'perdedores' (Nos orgulhamos de sermos assim considerados por vocês, gente que 'venceu na vida'!)
Os trechos:

"Parece-me que tenho um das mais puras bossas para a malandragem, entre as muitas que vi. Mas nunca vi ninguém com tanta vocação de otário."
"(...) Os porres resolvem o problema do dono do bar. E certos vícios, com autenticidade, são até virtude."

Saudações canalhas e cafajestes  

terça-feira, 14 de maio de 2019

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XCIII

Estava este escriba no seu porão favorito, junto de seus velhos amigos e dois colaboradores mor desta tranqueira. Eis que uma musicista bem reputada em certa cena roqueira 'underground' da cidade, nossa conhecida, passa, nos cumprimenta e segue adiante. Teço comentários mais que elogiosos a ela, digo que se ela desse 'trela', se facilitasse, corresponderia com alegria e entusiasmo. Pois um dos dois, aquele que me conhece há mais tempo(são quase trinta anos de amizade e noitadas e beberagens juntos) me interrompe e pergunta:
- Vem cá, essa mina já não tem mais de 40 anos?
- 42 para ser exato, por quê?
E ele dispara a observação certeira, fatal, a frase a ser registrada, o centro dessa postagem:
- Ela não é muito velha para seus padrões?
Meu outro amigo desata a rir, nós dois o acompanhamos e por um momento, caros leitores, me senti o canalha dos canalhas.  E um acontecimento posterior, no mesmo local, na mesma noite, a ser relatado por aqui em breve, confirmaria a imagem que meu amigo pintou deste sujeitinho.

Saudações

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Inspiração Ou: sempre afiado, graças à beleza e à graça femininas

Este canalha estava em um de seus bares favoritos, o já várias vezes citados um dos últimos refúgios do rock no Centro de São Paulo e na Rua Angústia restantes, junto a ele um de seus companheiros perenes de noitadas e colaborador assíduo desta tranqueira. Era começo de noite, não haveria música ao vivo naquela exata noite e o lugar ainda estava vazio, assim o dono nos franqueou o acesso a seu computador laptop, devidamente ligado ao sistema de som, para bancarmos os djs e botarmos o melhor do rock para animar o ambiente, talvez atrair os transeuntes a entrar, beber e ouvir a boa música. Recebemos a missão sem pestanejar e executamos com louvor. Eis que as pessoas entravam, paravam para prestar atenção no que partia dos alto-falantes, pediam cerveja, até que um grupo formado por um casal e duas garotas orientais, uma delas na flor da idade, entrou, sentou-se próximo a nós, passou a ouvir atentamente a música que escolhíamos; não demorou a entabularem conversa e pedirem sugestões de casas noturnas com rock tocado por músicos, ao vivo; demos sugestões e enfatizamos que o próprio bar em que estávamos, na maioria dos fins de semana, abriga ótimos shows. Bastou isso para uma das duas orientais, a mais jovem delas, uma linda mocinha puros frescor e juventude mal entrada nos 19 anos, se tanto, se animar e pedir para colocarmos no som 'rock dos bons', pois disse conhecer quase nada do gênero. Como não reagir com entusiasmo a um pedido tão sincero feito por uma linda mocinha que exala inocência e desejo de descobrir  as delícias da vida?
Corri ao aparelho e tasquei um clássico dos The Doors, que a linda menina de olhos puxados reconheceu. Animada, se pôs a requebrar timidamente, enquanto trocava algumas palavras amáveis com este escriba, que respondia com educação e galhardia, cortejando-a de modo leve. Nisso, reparei que meu amigo nos olhava com um sorriso zombeteiro, que me intrigou.
Tenho de ser fiel aos fatos e registrar que esse papo não gerou nada mais substancioso, agradável ou memorável: o grupo decidiu ou tinha de seguir noite afora; agradeceram as sugestões, nos cumprimentaram. A mocinha se despediu com calma e naturalidade e eu, sem exageros na voz e gestos beijei-lhe sua mão e recomendei que voltasse outra noite ao bar.
Assim que o grupo ganhou a rua, meu companheiro de canalhices caiu na risada e após se refazer disse:
"Impressionante como sua verve de conversinha de canalha, quando parece enferrujada e esquecida ressurge tão afiada como sempre. Você reparou como galanteou a menina com uma leveza e tato que só canalhas de verdade conseguem ? Fez graça sem assediar ou xavecar de fato, tentando animá-la a ficar? Você é o canalha dos canalhas!"
Caí em mim, caí nas risadas também, ao tomar consciência do que ele disse, de como esse já velhusco cafajeste lançou mão de suas habilidades sem dificuldade e comentei:
"Também, com uma gracinha como essa a sua frente, querendo ser iniciada no rock, que cafajeste não afia ao máximo sua verve?"

Saudações canalhas e cafajestes