Escrito encontrado em um muro no bairro da Pompéia.
Saudações canalhas e cafajestes
Como todo bom canalha e cafajeste, sou um inveterado admirador da série de tv Dois Homens e Meio, a qual descobri de fato muuuuito tardiamente (durante o maldito e mefítico ano de 2020, para ser exato). Maratonei os oito primeiros anos durante aqueles dias e noites trancado em casa, a ponto de ter usado vários de seus diálogos e frases impagáveis para manter esta tranqueira ativa naquele ano malfadado e ter que me conter para esta não se tornar um simples compilado das joias de canalhice proferidas e cometidas por Charlie Harper.
Pois bem, volta e meia retorno à série e recentemente topei com uma cena e fala que não resisti a postar aqui.
Em um episódio qualquer, alguém diz ao canalha mor, o mestre dos cafajestes, que 'o casamento não é algo superficial'. Imediatamente me veio um complemento a essa frase clichê, ou seja, o que vem a seguir, abaixo, não é fala da série, mas pensamento deste sujeitinho:
De fato, ele (o casamento) não é superficial, é algo muito profundo, escuro, uma fossa abissal onde entidades e coisas muito sombrias e medonhas esperam para abocanhar os dementes que ousam se aventurar lá e acabar com eles!
Saudações canalhas e cafajestes
"Estarmos bêbados às quatro da manhã, em um dado bar, é uma realidade drástica mas inevitável e necessária!"
Uma colega de copo, que já protagonizou postagens nesta tranqueira.
Conversa entre um homem e uma mulher, em um lugar não identificado, em uma situação a ficar incógnita:
Ela: - Você sempre fala a coisa errada!
Ele: - Obrigado, é um dom que tenho e treino sempre!
Não peçam explicações, como sempre! - Cheguem a suas conclusões.
Saudações canalhas e cafajestes
"Os homens são uns canalhas, e as mulheres, psicóticas."
Apenas um trechinho de Timequake, essa obra-prima deste gênio, Kurt Vonnegut, um dos livros de ficção científica mais criativos e malucos já escritos e que também é uma das mais amargas, incisivas e engraçadas críticas ao mundo moderno, relações homem-mulher, casamento, ególatras do meio literário, a imbecilidade do poder e a inutilidade da ciência e o que mais os caros leitores pensarem.
Pode ser encontrado no Estante Virtual por uma bagatela, menos de vinte paus; então, nada de desculpas, tratem de lê-lo!
Livro tão diferente que é impossível resumi-lo, assim, cito apenas uma tirada que percorre a narrativa - e torna-se mais cínica e engraçada a cada aparição no texto:
"Tlintlim?"
Saudações canalhas e cafajestes
O verdadeiro canalha, o homem de verdade, aproveita a oportunidade assim que ela surge, se joga na vida sem pestanejar; ele dispara a frase matadora, o elogio inesperado, desconcertante e criativo, faz a ação inusitada e bela, corteja a mulher no calor do momento combinando ímpeto e estratégia, não deixa a oportunidade escapar, durante aquele breve e delicioso momento em que homem e mulher se olham e a tensão sexual corre por eles e entre eles como um raio de poder divino; um elogio certeiro para a elegância da moça ao fazer algo banal como descer uma escada ou passar por uma cortina num movimento de voluta sedutora, a resposta enigmática e provocadora dela, que pede uma ação, uma resposta e voilà!
E não peçam explicações a respeito, claro!
Saudações canalhas e cafajestes
"O que seria de nós, sem nossas ilusões?"
Este escriba, bastante sóbrio, entre amigos, celebrando uma verdade simples, direta, que parece banal, mas muito importante e que deve ser lembrada.
Saudações canalhas e cafajestes