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sábado, 27 de outubro de 2012

Mais uma noite do caçador noturno Ou: canalha sim, mas com princípios

Afirmo com frequência a amigos de ambos os sexos e à maioria das mulheres que passam por minha vida que sou um canalha com princípios, com moral: não pratico a monotoni.., ops, a monogamia, não aceito cobranças ("oh, você não me liga há dois dias!", " ahhh! você fica com outras mulheres, cafajeste!!!"), ofereço tudo isso para a dama com quem divido horas e cama, mas estou sempre em busca de novas companhias, sempre querendo conhecer um pouco mais do mistério sem fim que são as criaturas do sexo feminino, porém sempre evito tratá-las como mero objeto ou ser sacana ou desrespeitoso.
Bem, alguns deles riem, as mulheres geralmente se indignam (por que será, hein?), uns poucos mostram-se intrigados e refletem sobre meu modo de vida, definido nessa formulação que aparenta ser contraditória. E curioso, sempre tenho oportunidades de demonstrar como esse termo, canalha com princípios, não é retórica barata, é uma prática. Segue um relato de uma ocasião, muito recente, em que fui canalha sim, mas honrado!
Uma dama com quem tenho travado ótimas conversas e intercursos íntimos vários pediu-me que a levasse até a entrada de uma famosa casa noturna, onde ocorreria o show de um grupo musical por ela muito estimado.Ocorre que a moça reside longe, muito longe do centrão, e como a apresentação se encerraria ainda durante a madrugada, ela ficaria ao relento, sozinha, desamparada, esperando o reinício das linhas de transporte público e solicitou que eu a recebesse em meu humilde lar, até que a alvorada rasgasse o horizonte. Claro que aceitei o pedido e a deixei na entrada do local, feliz e segura, e com horário para reencontrá-la, ali mesmo, marcado. Nas proximidades há outra casa noturna, na qual um grupo de rock pesado de ótima qualidade, seus membros são todos meus amigos, é uma das maiores atrações. Como tinham me convidado a adentrar o antro e se juntar a a eles no camarim e nas eventuais prezepadas noturnas, para lá rumei, com o intento de usar as cerca de três horas de que dispunha desfrutando da ótima companhia deles. 
E lá fomos nós. Uma rodada de abobrinhas e risadas proferidas no retiro dos grupos que se apresentam no lugar, passeio para observar a fauna local e ida ao fumódromo. Foi neste que  começou o evento que pôs meu caráter à prova...  Ocorreu que encontrei outro amigo lá, tão ou mais canalha que eu. Ele não demorou a anunciar: "estou com uma mina e tem uma amiga dela que está sozinha. Vamos lá, vou te apresentar pra essa!" Tremi diante a possibilidade, expliquei minha situação, que a moça que estava nas proximidades não poderia ser abandonada ou esquecida, que pintar algo com outra mulher era um péssimo evento naquela noite, mas meu amigo de vida noturna não me deixou argumentar muito, ele literalmente me puxou pelo braço e apresentou-me a tal garota, uma linda morena de cabelos encaracolados que, leitores, garanto que agiu assim ao sermos apresentados: seus olhos cintilaram ao me encarar, aproximou-se a ponto de roçar seus seios no meu tórax e anunciou, numa voz molhada de tão lânguida: "oi, meu nome é Celeste."(nome fictício e irônico, óbvio!!!!). 
Atraquei-me com a moça por sei lá quanto tempo até a consciência e os escrúpulos gritarem de que se eles não tomassem já, naquele instante, o controle de minha mente e principalmente de meu corpo, a coisa terminaria mal (ou muito bem, dependeria do ponto de vista). Assim, inventei uma desculpa qualquer, prometi voltar em minutos, e corri para o camarim. Assim que piso o local a namorada de um dos músicos me fuzila com a frase: "Senhor Alex B, não tem vergonha? A moça te esperando aqui perto e você de coxas atracadas com outra, aqui dentro!! ha ha ha ha!!" Pasmo, eu retruco: "Você viu?!!!" Ao que TODOS presentes respondem: " E quem não viu a cena? Quá quá quá!!!"
O que eu poderia ter feito, caros leitores? Ri com eles, tentei me explicar, me sentei num canto, esperei a hora soar, deixei o local, encontrei a dama titular da ocasião, rumei com ela para casa e tivemos um ótimo fim de noite.
Por que fui um canalha com princípios?Oras, porque se eu fosse um canalha qualquer, sujo e desprezível, baixo, teria partido para os finalmentes sexuais com a outra dama, a segunda da noite, e teria mandado à pqp a primeira. Mas o respeito, as regras falaram mais alto: marquei  algo com uma dama, abro mão de qualquer outra para manter meu compromisso!! Discordem, se forem capazes, de que isso é ser um canalha honrado e decente.    
Saudações canalhas e cafajestes              

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos -XXIX

"É possível cometer suicídio uma única vez."

Este escriba, ao ser perguntado se pretende casar-se de novo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mais uma noite do caçador noturno

Meio perdido, desorientado e inquieto, o caçador noturno perambulava pela noite de São Paulo, em busca de um substituto para seu antro favorito, tornara-se mais um saudosista daquele adorável lugar fétido, que tão bem casava com o conceito e atmosfera deste blog.
Seguindo indicações de amigos tão ou mais canalhas que ele, aportou em um galpão na zona oeste da cidade, que era ressuscitado pela segunda ou terceira vez, e para o qual muitas outras viúvas do antro também acorreram, incluindo as mulheres, segundo fontes confiáveis. Assim, adentrou aquele território da cidade um tanto boyzinho e bem diferente do centrão, onde ele reina, se perde e se acaba. aventura esta que arriscou acompanhado de companheiros de jornadas noturnas canalhistícas.    
Felizmente, o lugar em si nada tinha de classe alta ou decente, era um típico buraco do centro, situado em outro ponto da cidade, como ele bem iria descobrir.
O caçador noturno e seus companheiros dispersaram-se, cada um em busca de sua musa de uma noite. As opções, ele logo descobriu, era poucas e a maioria de baixa ou nenhuma qualidade, leiam-se atrativos físicos
 (tentem deduzir o que signifca a maioria de uma pequena quantidade), o que o levou a ousar mais uma vez, a atender, sem pestanejar, sua compulsão para buscar encrencas. Assim, lá foi ele abordar uma criatura de corpo e estilo atraentes e rosto diametralmente oposto a estes dois, uma criatura das trevas com qual já trocara algumas palavras em outras noites no extinto antro favorito, palavras que não se coagularam em atos, para sua sanidade e bem-estar, ele descobriria nesta noite...
Em pouco minutos de conversa ele descobriu coincidências preocupantes para ele e empolgantes para ela; o que tornou a criatura-fêmea muito mais receptiva e aberta, tanto que o caçador noturno percebeu que estava tornando-se caça, pois a boca da candidata a musa aproximou-se bastante da sua, a ponto de ele receber, vindo das profundezas da cavidade oral cada vez mais úmida e ansiosa, um odor típico da boca de carnívoros, de devoradores, que aniquilou por completo sua confiança, pose e lábia, um aroma que lembrou-lhe que o mal, a perdição e o arrependimento eterno residem na noite da cidade, e que enganam os incautos por meio de belos corpos e belos rostos (bem, neste caso, só havia o primeiro belos). Assim, o  caçador noturno conhecia uma versão literalmente putrefata da eterna capacidade feminina de fazer o mais rodado cafajeste se sentir um menininho assustado, pois desabou de todo e percebeu que provocara uma criatura por demais pesada para poder enfrentar.
Da melhor maneira que pôde, aproveitando-se da intervenção de um ser que se assemelhava a uma amiga da entidade, desvencilhou-se dela e seguiu noite adentro, vagando pela casa noturna como se perseguido por uma sombra maligna, enquanto aguardava o início da apresentação de um excelente grupo cover e quem sabe encontrando uma musa de uma noite que afastasse a atmosfera de pestilência que sentia rondá-lo. 
Claro que essa busca foi inútil: nada conseguiu e a alta e esguia fêmea trajada em couro, bafejando seus poderes das trevas, sem trocadilhos, aparecia aqui e ali, estendendo-lhe a mão, tentando continuar a conversa...
Ao encontrar seus companheiros de noitada, no local reservado para consumo de bastonetes cancerígenos, relatou sua história. Um deles, profundamente versado na artes e práticas do ocultismo, transmitiu-lhe a seguinte lição de sabedoria:
 - Quando invocar um demônio, tenha certeza de que seu conhecimento de magia e o círculo mágico que traçou sejam fortes o suficiente para contê-lo. Saber uma ou duas coisas sobre um demônio, incluindo seu nome, não basta para dominá-lo.
Ou: você invoca o mal e depois não tem força nem coragem suficiente para domá-lo?
Esta a lição da vez que este canalha lhes passa por meio deste relato.

Saudações canalhas e cafajestes

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos -XXVIII

"A ciência está errada, existe geração espontânea: minhocas e caraminholas surgem na cabeça das mulheres a partir de nada."

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ainda lamentando-se pelo fim do antro favorito

"Sempre preparado para o fim, quando veio, me pegou de surpresa."

Charles Bukowski

domingo, 22 de julho de 2012

Quando é preciso ser homem

Estava prestes a retomar uma série antiga, dos primórdios do blog, que recebeu até o momento somente o texto de estréia, mas um acontecimento da última noite me obriga a adiar essa retomada.
Fui a uma conhecida e badalada festa de rock de São Paulo, com dois amigos. Um, recente, amigo de outros amigos meus e com o qual travei amizade imediata, há menos de ano, após sermos apresentados e um identificar o outro como canalha de estampa, claro. O outro, amigo de muitos anos, colaborador contumaz desta tranqueira (a postagem anterior é registro de uma conversa com este).
Entramos, após uma pequena e desprezível treta com a criatura escrota e obesa que se diz "hostess" da casa, curtimos o som (ótimo, rock´n´roll de primeira, no talo), bebericamos um pouco e partimos para o ataque, mesmo ao percebermos que a casa noturna e a festa já viveram noites melhores.
Meu amigo mais recente foi mesmerizado pelos encantos de uma roqueira muito bonita, estilosa, muito produzida, alta e com um belo corpo. Trocando em miúdos: uma autêntica equina, uma exuberância de mulher. Aproximou-se, pediu para conversar, entabularam conversa. Enquanto isso eu  e o outro cafajeste partimos em busca de nossas musas de uma noite.
Idas e vindas, abordagens, conversas, um trombando o outro pelos corredores, fumódromo e pista. Eis, mais de uma hora depois, que o amigo recente nos procura cuspindo fogo, os olhos cintilando de raiva:
"Cara, tô muito puto com aquela vaca! (quando  a mulher muda de família mamífera e migra de equino para bovino tão rápido, cumpre deduzir que a treta foi feia!) Ela sumiu após conversarmos um pouco, disse que ia ao fumódromo. Achei ela perto do palco dançando, um tempo depois, e fui direto: disse que gostei dela e que queria ficar, claro. Ela enrolou um pouco, daí disse que estava louca por uma bebida e pediu para eu pagar uma. Fui ao bar e peguei uma das mais caras. Pus a bebida na mão dela, conversamos mais um minuto, daí a vaca sumiu de novo, já faz tempo, sem sequer me dar uma resposta!"
Caros leitores, o relato de nosso amigo acendeu a fúria de seus companheiros canalhas. A falta de honestidade da garota, diga-se de breve passagem, uma marca muito difundida e detestável das mulheres jovens contemporâneas, não poderia ficar incólume; logo o trio nos pusemos a discutir o que ele faria ao encontrá-la (porque iriamos encontrar a bovina de belas ancas, ah, se iríamos!):encher um copo de água e arremessar no lindo rostinho? Chegar já chamando-a de puta e interesseira? Aproximar-se, pedir explicações e daí disparar os xingamentos? Ele decidiu pela ação mais fria, calculada e a que um homem de verdade deve executar num casos desses e fomos em busca da moçoila, a qual tive a honra de encontrar, conversando com um pequeno séquito de amiguinhos abicholados. Combinamos previamente que ele a abordaria e nós ficaríamos nas proximidades; caso as "amiguinhas" intervissem nós dois as afastaríamos, expondo que a coisa tinha de ser resolvida entre os dois.
Foi um espetáculo deveras interessante: meu amigo, com expressão de rosto e voz calmas, nomeando a garota de nomes e termos que vocês podem deduzir. E ela, aparentando resignação, concordando com curtos movimentos de cabeça. Por fim, o final triunfante: a garota abriu a bolsa e devolveu a meu amigo a honra dele, encarnada no valor que ele dispendeu com a bebida. Eu e o amigo antigo acompanhamos tudo com olhos e atenção de águias.
Finda a missão, cumprimentamos nosso irmão canalha, que, satisfeito e realizado, agradeceu nossa obrigação de o auxiliarmos; meu amigo mais antigo, o mestre dos canalhas, disse que o amigo mais recente tornara-se seu novo herói e que vagabas daquele naipe tem de ser tratadas dessa forma.
Não creio ser necessário discorrer muito sobre moral e significado da história, mas é fora de dúvida que um homem de verdade tem de assim fazer em certas ocasiões e que o evento valeu a noite.

Saudações canalhas e cafajestes, orgulhoso de ser o que é e de ter os amigos que tem.