Noites Cafajestes à venda

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Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Breve relato de um incidente na noite

Uma grande amiga deste cafajeste e canalha decide comemorar seu aniversário no porão favorito dele, dela, de toda laia  que integram. Essa laia em peso, além de alguns amigos e conhecidos 'normais' dela, comparecem. No início da noitada  o cafajeste é apresentado a uma linda amiga da aniversariante. Em meio ao burburinho, beberagem, conversas para lá e para cá, olhares, todo o  frenesi da casa noturna lotada, trocam poucas palavras e somente isso e logo vão cada um para um canto.
A noite ainda não atingiu a metade muito menos o auge, e este escriba encontra a moçoila meio abandonada em um dos balcões do porão. Rápida mas sutilmente ele surge a seu lado e enceta um papo, papo que se estende por uns bons vinte minutos ou mais, mantido por vivo interesse de ambos, entremeado de roçadas de mãos e braços suaves, de ambas partes, olhares cada vez mais firmes e próximos, atingindo um ponto de tensão que exige uma ação do canalha - e ele age. E a mocinha repele a ação e exclama:
"-Ai, quer dizer que você é desses?!"
A frase atinge o caçador noturno como uma rajada de um poder paralisante. Ele toma fôlego, acalma a moça garantindo que para ele o não de uma mulher significa não, não a tocará sem desejo expresso dela e tenta retomar a conversa, inclusive para descobrir razões da recusa, mas após umas falas desconexas a moça desliza pista escura afora, levando a irmã pelo braço(outra beldade, aliás).
Caros leitores, caras possíveis leitoras, essa frase é uma arma à prova de falhas para desconcertar e irritar um homem. Vinte minutos de conversa, roçar de pele, olho no olho e ao tentar consumar a coisa a moça posa de virgem inocente que não sabia de nada?
Sim, sou desses!! Desses que apreciam muito mulheres e expressam isso com assertividade.

Saudações canalhas e cafajestes

Atualização que acrescenta uma sugestão de resposta à pergunta cretina da moça pura e inocente, sugestão feita pelo amigo e colaborador mor desta tranqueira. Segundo ele, eu deveria ter respondido com estas palavras: "Sim, sou desses, sou dos melhores!"

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Texto curto, fútil, inútil, sincero e sob efeito de uma substância

O que seria da humanidade se não existisse o álcool?

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Vingança



Cena 1: No escritório do advogado
Sala de reuniões do escritório do advogado, que está prestes a entregar ao vingador que vingará sua própria honra, destruída por uma mulher maligna até no nome, o instrumento da tão aguardada vingança

- Aqui está, cópia autenticada do documento assinado pela juíza, nos conformes.
Ele toma o papel das mãos do advogado - que lhe parece, neste momento, um verdadeiro salvador, seu messias particular - e pergunta, ansioso como um menino que finalmente ganhou o brinquedo pelo qual esperou por todo um ano:
- É isso? Com este papel posso fazer aquilo que quero fazer, estou amparado para dar àquela vaca o que ela merece?
- Sim, está, pode fazer aquilo. Mas eu repito: do jeito que aquela jararaca é, ela pode muito bem te tascar um processo por abuso ou danos morais, embora não tenha chance de vencer. Ela bem merece  o que pretende, mas vai ficar ainda mais enfurecida.
- Deixe estar, ela me processar será um preço pequeno perto da satisfação que terei. Além disso, um eventual processo significará mais honorários para você, para me tirar dessa. - Apertou efusivamente a mão do profissional do direito e deixou o escritório, o prédio e o bairro, ansioso por chegar a sua casa e preparar o cenário de sua desforra.

Cena 2: Na cama
Quarto de dormir e de praticar ódio do casal, o próprio está na cama, a convite dele, para surpresa dela:
- Hmmm, mas como você está safado hoje! O que deu em você?
- Quem vai dar é você, meu amor! Dar tudo para mim, incluindo essa bundinha deliciosa - tasca um tapa estralado nos glúteos de sua consorte.
- Uau! Quer comer minha bunda?! Finalmente! Adorei, afinal, que homem de verdade que não traça o anel da sua mulher? Sempre quis e você fugia da coisa.
- Cala a boca e fica logo de quatro!
- Ai, que delícia!  
(Omissão do trecho mais pornográfico, não por moralismo, claro - Alex B é inimigo de morte de qualquer moralismo, como bem sabem - apenas por que a passagem é previsível e óbvia. Sexo narrado em detalhes pode se tornar uma narrativa enfadonha se o autor é um medíocre, como este que vos escreve)
Corta para mais de uma hora adiante.
O casal está estirado na cama, ambos fumando e olhando para o teto. Ela ostenta um ar de alegria, feliz por ter sido usada e abusada como nunca fora antes pelo marido. Ele tem um sorriso enigmático e meio sacana nos lábios. 
Após encará-lo por algum tempo, ela acaricia as partes dele e questiona:
- Afinal, o que você tem? Me comeu de todos os jeitos com uma vontade que nem parece sua. Chegou a dizer, na nossa última transa, que já faz meses, que me comer fazia você se sentir como um michê que transa por dinheiro com uma mulher que lhe dá nojo e agora... isso. O que deu em você, afinal?
Ele a encara por quase um minuto, um olhar tão firme e pétreo que a arrepia. Então responde, com uma calma gélida:
- Não é o que deu em mim, é o que deram para mim que teve esse efeito.
O olhar de curiosidade e alegria despenca do rosto da moça e dá lugar a uma expressão de medo.  
- Do que você está falando, hein, seu merda?
- Disso aqui, sua vaca. -  E sem pressa alguma abre a gaveta do criado-mudo ao lado, tira uma folha de papel dobrado e entrega a ela.
- O que é isso?!
- Abra e leia, sua puta.
O título do documento, no alto, já diz tudo àquela sujeita que desde a tensa adolescência se especializou em ser amada e odiada pelos homens em curtíssimos intervalos de tempo:
"Alvará de Separação de Corpos" ???!!!, "insuportabilidade da união", "justos motivos"! - O que significa isso, filhodaputa???!!
-Significa que nós estamos legal e oficialmente separados, como a juíza determinou, baseada nas provas sobre seu caráter e conduta, e que você pode pegar sua trouxa e se mandar para a casa do desgraçado do seu primo, que tá te comendo há meses, como descobri e registrei com provas filmadas e que não tenho mais que aguentar você me humilhar, tentar me espancar ou pôr nossos filhos contra mim.     
- Então você me comeu não foi por tesão, foi para...
-Me vingar de você, te foder do jeito que gosta, abusar de você, te iludir que eu ainda te queria, que eu era um corno manso, para em seguida ter minha desforra.
E as ardências que fustigavam todos os orifícios do corpo da sujeita, até um instante antes os prazerosos ardores de ter sido muito bem comida, tornam-se insuportáveis queimações, a dor da humilhação, e ela chora, ela chora, enquanto ele ri, ri, ri. E repete, entre risos:
- Agora, fora daqui!! Vai para a casa de seu primo escroque e magnata e suma da minha vida!!

(Sim, pela primeira vez uma postagem do Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas é um conto com diálogos e tudo mais. Essa narrativa é baseada em acontecimento real protagonizado por um grande amigo deste escriba. Os diálogos são fictícios, mas os acontecimentos e a sequência em que estão arranjados são absolutamente fidedignos à realidade. Tive acesso até à carta de alforria do rapaz, para consulta e assim dar maior verossimilhança a esta peça de canalhice e vingança masculina.)

Fecho desnecessário mas ao qual não resisti: mulheres falsas, desonestas e que se comprazem em humilhar os homens, cuidado!! Na noite mais escura, na alcova mais solitária, a vingança está sendo tramada contra vocês!!!

Saudações canalhas, cafajestes e exultantes 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXIII

"A mulher é o ser mais maravilhoso do mundo, mas se o homem não se cuidar, ela se torna o predador dele."   

De autoria do dono de um dos únicos bares da rua Angústia ainda frequentáveis - o mais legal, na verdade - durante uma conversa com o próprio, em frente ao próprio bar.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mais uma noite do caçador noturno


Há menos de duas semanas o caçador noturno se dirigiu a seu território de caça favorito, a selva noturna escura mais importante de toda sua vida noturna de caçador, desde sempre.  Uma certa dama, com quem já tivera contatos íntimos  em outros tempos, um tanto recentes, anunciou que lá estaria, enfatizando que dessa vez 'iria mesmo' pois já cancelara uma mancheia de cafés à tarde e cervejadas ainda mais recentemente. O caçador noturno, cético e calejado como é, entrou na selva noturna deixando todas as expectativas para trás, que se dissipassem no mundo exterior àquela dimensão paralela que é essa selva e principalmente seu porão, pois isso sempre tornava a caçada mais interessante, uma experiência real, mesmo que não proveitosa.
Pois bem,  mal chegou e encontrou a moça, que conversava animada com um sujeito. Ele entregou a encomenda que ela lhe fizera (especulem à vontade sobre isso, pois nunca saberão do que se trata!! Ha ha ha), o sujeito se afastou com discrição e uma conversa animada se instalou entre o caçador e a moça que de presa, como já devem ter deduzido, nada tinha... Conversa animada, mas que não levaria a um novo intercurso, como os constantes olhares da moça aos cantos e certos subtextos em suas falas indicavam. O tempo passou, pegaram bebidas e foram à pista de dança, por sugestão do caçador. Uma vez lá, após duas músicas a moça se afastou rapidamente, tragada pelas sombras daquele modo que somente quem frequenta essa pista escura e abissal pode entender. O caçador não se enfureceu ou lamentou, afinal, a moça já dera todas as mostras de ser um verdadeiro 'bagre ensaboado'[1], assim ele vagou às tontas pelos cantos e ambientes do território de caça, esvaziando cerveja após cerveja, desfrutando a música, dirigindo olhares às damas – nem tão damas assim, se me entendem – até que topa com um conhecido seu: nada menos que fodelão bola-murcha, que inclusive estrelou uma postagem nesta tranqueira, em 2015, com este título. O sujeito nada demorou para regurgitar sua ladainha de sempre sobre infindáveis conquistas amorosas, comer todas, etc, etc. Mas eis que desta vez algo ficou claro: o papudo rapaz não considera este escriba um ‘ouvido de penico’ para suas invenções. Não! Para ele, o caçador noturno é um igual, um companheiro-em-armas, ele considera que somos os fodelões mor das noites do Centro. Ha ha ha ha...
O tagarela rapaz estava acompanhado de um amigo, que o caçador já conhecia de outras noitadas, um cara sem pose, amigável, afável, o oposto de bola-murcha em suma. Logo passamos a avaliar as mulheres e discutir as possibilidades. O amigo aponta uma garota de cerca de 20 anos, muito bem-feita de rosto e corpo, belos olhos azuis e um ar de pateta daqueles. Segundo ele, a moça era uma menininha deslumbrada metida a poderosa com quem ele tivera uma conversa desconexa pouco antes, na qual ela posava de ‘muito lôca, bebo todas, tô sempre zoada no rolê’, etc. Pois eis que a moçoila se achega a nós no balcão, cumprimenta o rapaz (o amigo, não o bola-murcha), que nos apresenta a moça, que apresenta a nós sua amiga, uma mocinha na flor da idade, uma garota de não mais de 19 anos, tomada de compreensível timidez ao ser apresentada aos três velhacos, inclusive e principalmente porque a amiga (a tal ‘porra-louca’) pôs-se a enaltecer os dotes da garotinha: ‘gente, minha amiga não é linda? Olha que rostinho de boneca, que pele de pêssego(sua mão deslizava pelo rosto da mocinha enquanto ela dizia essa frase, isto não é ficção ou distorção do que aconteceu!!!). A menina ruborizou-se ao máximo e saiu de cabeça baixa.
Dei um jeito de me desvencilhar daquela patuscada, vaguei, vaguei, até me dirigir ao fumódromo para consumir um bastonete cancerígeno. Quem estava lá? Exato!! Bola-murcha e o amigo gente-boa e sentadas em uma mesa, porra-louca e amiguinha ninfeta.  Troquei palavras rápidas com os rapazes e me aproximei das moças. Pedi licença, sentei-me e tentei entabular uma conversa com a mocinha, pois a porra-louca tinha se mostrado uma anta, com todo respeito que os nobres mamíferos da família tapiridae merecem. O que aconteceu? Sim, porra-louca re-recitou a cantilena sobre a beleza da amiga, com direito a mais carícias suaves no rosto dela, com tal insistência que a garota ficou ainda mais constrangida e tornou impossível qualquer ação do caçador, cuja paciência dissolveu-se no ar com a fumaça de seu cigarro: disse boa noite, pegou mais uma cerveja, bandolou mais um e tanto decidiu tomar seu lugar na fila do caixa, certo que a noite terminara.
Quem estava logo a sua frente na fila? Porra-louca e pele de pêssego, óbvio. E bola-murcha e gente-boa pouco atrás dele. Eis que este escriba tem uma ideia besta, mas cuja execução seria um fechamento digno para tal noite. Assim, ele vira-se para gente-boa e dispara: ‘me acompanhe, fique perto, que vou dizer uma coisinha para essa tonta.’ Os olhos do cara brilham e ele me segue. Assim que as duas beldades pagam sua conta este sujeitinho se aproxima, se despede de ambas, enlaça porra-louca pela cintura com seus braços, encara seus olhos – muito bonitos, justo confirmar – e diz com todas as letras que ele não queria ficar com a menininha tímida, mas com ela, que seu intento era ela. E aproxima seus lábios dos dela, que apavorada afirma ter namorado (Claaaroooo!!!) e dirige um desesperado olhar de socorro ao gente-boa, que assiste à cena rindo com gosto.
Como sou um canalha com princípios, não forcei a barra: libertei a moça de meu abraço e ela desapareceu  pela porta com a amiga, apressada como uma chapeuzinho vermelho perseguida pelo lobo mau (a blusa que vestia era vermelha, eu garanto!!!).
Dirigi mais um olhar à testemunha da palhaçada, que me cumprimentou e me parabenizou, entre risos.
Uma última observação, caros leitores: não sou afeito a declarar minhas intenções para as mulheres de modo muito assertivo e explícito, principalmente no começo da conversação. Sou muito mais de criar clima, sugerir, insinuar, de modo que a ficada, a pegação, seja uma consequência natural de uma situação que é conduzida em um crescendo, da qual ambos não queriam nem possam escapar. Pois bem, essa pirralha bêbada não mereceu nada disso. Chegar com tudo e dizer ‘quero ficar com você!” é tudo que ela mereceu.
Saudações canalhas e cafajestes                        


[1] Gíria que a polícia e a bandidagem paulistanas usaram muito, principalmente entre os anos 40 e 60, para se referir a indivíduos escorregadios, difíceis de serem pegos por quem quer que fosse. Encontrada em um dos grandes livros do grande Marcos Rey, cronista definitivo da boêmia paulistana deste período.   

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXII

"Só o adúltero é um adulto"

Pensata recolhida em uma noite qualquer, ouvida no balcão de um bar qualquer

domingo, 4 de setembro de 2016

Diálogo ocorrido durante uma tarde chuvosa qualquer, em uma alcova qualquer

- Ei, ouça!
- O quê?
- Periquitos cantando lá fora, que bonitinhos!
- Meu amor, a única voz a que presto atenção, neste momento, é a voz deliciosa e úmida que sua periquitinha faz ao friccionar minha coxa contra ela!

Saudações canalhas e cafajestes