O episódio aconteceu com um amigo, professor de ensino médio, jovem e canalha como eu. É uma bela ilustração de como nós machos podemos ter toda nossa força, alegria, auto-confiança e tudo mais que nos faz se sentir capaz de enfrentar o mundo com as mãos nuas destruído em poucos segundos, com uma ação mínima ou pouquíssimas palavras.
A escola em que ele expira pecados, tentando enfiar conhecimento e cidadania na cabeça de uma garotada que quer ser burra e animalesca (desculpem por ofender os animais), preparou uma comemoração/homenagem para duas professoras, muito queridas por toda comunidade escolar, uma vez que ambas tinham acabado de receber o comunicado de oficialmente aposentadas. Meu amigo, que é músico, juntamente com mais alguns professores e um grupo de alunos também instrumentistas, preparou apresentação musical, discurso, faixas com frases afetuosas e tudo mais. A homenagem se daria no pátio da escola, que possui um palco de médio porte.
Chega o grande dia, os alunos são encaminhados para o pátio, as professoras, incluindo as homenageadas, se perfilam diante o palco, os músicos e oficiantes estão a postos. Após duas falas ( uma delas, intragável, segundo ele, pura pieguice moralista), é hora da música. Ele se posiciona diante o microfone, faz um teste rápido, olha para o resto do grupo, dirigindo aquele olhar de "vamos lá!" e eis que um quarteto de lindas mocinhas na flor da idade, todas suas alunas, irrompe num coro ensandecido: " Fulano, tesão, bonito e gostosão! Fulano, tesão, bonito e gostosão!"
Ele se perde por momentos, tomado por devaneios eróticos. Como qualquer macho, de qualquer idade, condição ou categoria, diante de tal furor, mesmo que de brincadeira, põe-se a imaginar-se possuindo aquelas lindas ninfetas, uma a uma, ou todas de uma vez. Ele já tinha notado que pelo menos duas delas tinham acentuada queda por ele, mas tal demonstração pública faria qualquer macho, repito, sentir-se pronto a possuir todo o mulherio que surgisse a sua frente.
Sua imaginação libidinosa toma asas... afinal, são todas alunas de terceiro ano de ensino médio, que em breve deixarão a escola e duas já ostentam dezoito aninhos. Se agir direito, o risco de encrenca é quase zero. Sim, meu amigo, nesse momento, deixou de raciocinar, somente a libido o governa agora.
O clímax? Os demais músicos, todos homens, talvez tomados de inveja, talvez para avacalhar, talvez para dar uma lição a seu professor que estava se julgando o comedor, talvez por pura viadagem, interromperam os delírios sexuais do fodelão: o cercaram e enquanto o abraçavam e o apertavam gritavam: "professor, nós te amamos!!!!"
Liberto daquilo após alguns segundos, tudo que ele consegue fazer em seguida é voltar ao microfone e balbuciar: " essa foi uma das coisas mais nojentas que já me aconteceu."
A homenagem prosseguiu normalmente e conforme o roteiro estabelecido, apesar do professor-galã ter errado várias passagens e desafinado muito.
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