Disse ele, do alto de seus vinte cinco anos trabalhando na noite, após certificar-se que a animosidade entre os dois machões vertendo testosterona se encerrara:
- Na verdade, a razão dessa briga é dor de corno, ou melhor, medo de ter dor de corno. Esse cara sabe que essa mina que sempre tá com ele aqui não é e nunca vai ser toda dele, ela dá mostras que está com ele por estar, para não ficar sozinha e se divertir um pouco. Já reparou como ela olha para os homens aos redor, mesmo com ele ao lado, estica o olhar e sempre tem um sorriso nos lábios? Se aparecer 'algo' melhor, ela larga dele na hora, e ele cada vez mais percebe isso; daí essa necessidade de brigar, de se mostrar 'mucho matcho'. Triste isso, meu amigo...
Enchi o copo com mais cerveja, tomei quase de um só gole e pus me a pensar nessa acurada observação, que me levou a uma velha e persistente ideia que regularmente volta à baila: como há tantas e desesperadas mulheres nesse mundo que ainda procuram o tal do príncipe encantado, continuam a acreditar nessa fábula nociva, mesmo já entradas em anos e supostamente mais sábias e céticas. Mas não, elas insistem: mesmo que se divirtam a rodo com os 'sapos' e 'vilões' que abundam mundo afora, guardam secretamente - não muito secreto, e eis a razão dessa esperança ser patética: quanto mais avança a idade dessas moças, mais desesperadas e bandeirosas elas se tornam nessa busca - a esperança que o 'príncipe', o 'varão', salvará suas pobres vidas, que ele surgirá resplandecente em um corcel(leia-se carrão) na mais próxima esquina movimentada. E essa busca cada vez mais insana leva a mais e mais agruras, tanto para elas quanto para os homens que cruzam seus caminhos, o que leva à inevitável conclusão: a crença no amor romântico tradicional, no casamento, na relação eterna, etc, etc, é uma peste que se abate sobre todos, homens e mulheres, vítimas que não se reconhecem nessa confusão de solidões, desejos e incompreensão.
Saudações canalhas e cafajestes
Enchi o copo com mais cerveja, tomei quase de um só gole e pus me a pensar nessa acurada observação, que me levou a uma velha e persistente ideia que regularmente volta à baila: como há tantas e desesperadas mulheres nesse mundo que ainda procuram o tal do príncipe encantado, continuam a acreditar nessa fábula nociva, mesmo já entradas em anos e supostamente mais sábias e céticas. Mas não, elas insistem: mesmo que se divirtam a rodo com os 'sapos' e 'vilões' que abundam mundo afora, guardam secretamente - não muito secreto, e eis a razão dessa esperança ser patética: quanto mais avança a idade dessas moças, mais desesperadas e bandeirosas elas se tornam nessa busca - a esperança que o 'príncipe', o 'varão', salvará suas pobres vidas, que ele surgirá resplandecente em um corcel(leia-se carrão) na mais próxima esquina movimentada. E essa busca cada vez mais insana leva a mais e mais agruras, tanto para elas quanto para os homens que cruzam seus caminhos, o que leva à inevitável conclusão: a crença no amor romântico tradicional, no casamento, na relação eterna, etc, etc, é uma peste que se abate sobre todos, homens e mulheres, vítimas que não se reconhecem nessa confusão de solidões, desejos e incompreensão.
Saudações canalhas e cafajestes
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