No começo de uma madrugada de sábado, após conseguir me desvencilhar de uma sujeita que infelizmente frequenta meu bar favorito, e esperava juras de amor eterno porque nos atracamos numa cama semanas antes, observei outra mulher, que aparece no referido bar esporadicamente; a moça em questão tinha talhado no olhar, expressão e trejeitos ansiedade, angústia e naquele momento representava à perfeição uma figura eterna na noite: a mulher toda segura de si, posa de devoradora de homens que os usa e descarta sem pudores e se divertindo com isso; mas um olhar mais atento revela carência e desespero. Olham para o fundo da noite, para as profundezas da cidade com aquele ar de mulher que no fundo (nem tanto!) esperam pelo príncipe encantado.
Putas noturnas cansadas de aventuras sexuais esperando a vidinha familiar confortável que as limpará de tudo!
Sempre com o cigarro na mão, olhar duro e seguro que revelava lampejos do oposto, digitando furiosamente no celular e olhando para a tela de minuto em minuto...
A carência e solidão da moça inspiradora dessa postagem pareciam crescer noite afora: com o olhar de desespero brilhando mais, até que sentou na calçada, fumando, e de repente sumiu e retornou meia hora mais tarde, cara lavada, sem maquiagem e calçando um tênis velho e confortável, ao invés do salto alto do começo da noite.
Mas claro, para não perder a pose nem deixar a máscara cair, passou a flertar e dispensar logo em seguida quase todos os homens que ainda estavam no bar; fui um dos poucos 'azarados' ou 'infelizes' (sim, as aspas são totalmente irônicas) a que ela não deu atenção, pois há tempos já deixou claro que não vai com minha cara.
Saudações canalhas e cafajestes
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