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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Texto bukowskiano Ou: noturnidade sobre o ódio

  Ontem e hoje à noite eu atravessava a principal avenida da cidade, nessa noite de julho em outubro, e enquanto os edíficios, regulares e impassíveis, sólidos e perfeitos passavam por mim, ou eu passava por eles, sua imensidão e regularidade, suas formas geométricas pareciam se fundir com o ar gelado, como se um fosse exalação do outro, como se o ódio que eu sentia e a fria desumanidade que se apossara de mim, um desejo mecânico e desapaixonado de impingir dor, sofrimento e vingança fossem provocados por eles, ou se todos - frio da noite, edifícios de ar inumano, ódio - se fundissem numa só coisa, como se a frieza se tornasse tudo que existe.
   E assim aprendi que a chamada desumanidade, a frieza, ou o "mal" (outra palavra pueril e idiota que abomino por ser tão rasteira, limitada e limitadora) não são a negação do humano, a derrota dos bons sentimentos para o que é mal e oposto à doce e tola teoria do bom e velho Rousseau. Não, este filósofo barato da noite nega tudo isso e afirma: tornar-se um monstro desumano é a última ação desesperada de resistência que é possível para aqueles que não tem outra escolha, que têm diante de si serem destruídos ou destruírem, é um grito desesperado de uma humanidade esmagada. E todos temos de fazer escolhas. 
  Assim, não sejamos obtusos ou moralistas diante dos frios e insensíveis, pois eles são uma forma extremada e incompreensível de humanidade.

Post Scriptum:   esse textinho acima, à primeira leitura parece fugir do tema maior e praticamente único deste blog, a saber, refletir sobre as relações homem versus mulher contemporâneas e detoná-las (as mulheres e as relações), mas adivinhem qual o sexo da criatura que inspirou essa pérola de mediocridade linguística e literária?  

sábado, 2 de outubro de 2010

Mulheres, essas criaturas misteriosas e seus poderes que nos desconcertam

 O grande Chuck postou um texto no seu blog, há poucos dias, em que discorre sobre um tipo de maluca que ele  (e eu) temos grande dom de atrair: esotéricas (exo-histéricas?) que afirmam existir profundas, inescapáveis e magníficas conexõese entre elas e o felizardo que a encontra, que nossos destinos foram traçados nas estrelas e que devemos ficar juntos para todo o sempre (brrrrrrrrrrrrrr) conhecimento esse que lhes foi agraciado por meio de suas conexões cósmicas desenvolvidas via leitura de revistas e livros que são depositários de conhecimentos arcanos e profundos, mas que são encontrados, à venda por bons pares de reais, em qualquer comércio do setor livreiro e via cursos caros ministrados por mestres interessados apenas em espalhar conhecimento e sabedoria, apesar de cobrarem 300 pilas por mês, no mínimo. Bem, essa espécie do bestiário feminino moderno tem um apreço especial por caras como nós, canalhas céticos, curtidos, rodados nas desventuras da vida.
  O parágrafo acima já deixa claro o que penso e como reajo a esse tipo de dama. Como diz um dos meus mestres, o grande Pica Pau de Walter Lantz, " vudu é pra jacu!", no entanto, hoje tive uma experiência pequena mas bem estranha, e pior, a mulher envolvida na situação é ainda mais cética e descrente dos mistérios entre a Terra e o céu do que este que vos escreve.
  A dama em questão é muito, mas muito, muitíssimo importante em minha vida, tanto que nem quero entrar em detalhes, meus amigos que conhecem minha verdadeira identidade sabem quem ela é.
  Infelizmente, por uma dessas maldades da vida estamos separados por alguns milhares de quilômetros, ela atualmente vive em outro continente e nos vemos pouquíssimo.Claro, apesar do amor imenso e sincero que há entre nós, cada um tem uma vida "particular"(ô termozinho besta!), afinal somos feitos de carne e osso, vida que procuramos manter distante do conhecimento do outro e mantemos.
  Hoje nos falamos pelo telefone, como fazemos pelo menos uma vez por semana (sim, a conta anda bem cara...) e ela perguntou, no tom entre jocoso e enciumado com que sempre pergunta, o que ando aprontando, minhas mais recentes aventuras noturno-etílico-sexuais, as quais neguei, é claro. Em seguida, perguntou se eu pretendo viajar durante o feriado de finados, pois tem planos de tomar um avião e vir à Terra Brazilis somente para me ver. Respondi, um tanto espantado, claro que não, pois como ela bem sabe, somente um evento cataclísmico para me tirar de São Paulo e do Centro da cidade. Ela, num tom de deboche desconfiado ainda maior, disse um tradicional "sei" e emendou: " vai saber se você não recebeu um convite para uma viagem imoral, para encontrar uma dessas safadas que pega por aí na casa dela lá no interior, ou algo assim". Fiquei mudo, olhei para o bocal do aparelho tomado por uma expressão de chimpanzé lobotomizado e balbuciei uma negativa. 
  Caros leitores, poucos dias antes, finalmente tinha conseguido falar, via telefone, com uma linda mocinha que mora no interior do Estado e que vem regularmente à São Paulo, sua cidade natal. Conheci-a numa dessas visitas, em um dos meus bares de rock favoritos e logo tivemos, passados poucos minutos, digamos, um contato mais íntimo, após o qual trocamos telefones e juras de novo encontro. Houve alguns desacertos internéticos e telefônicos, mas por fim nos falamos, um bastante empolgado com o outro. E o que a mocinha me disse, ao final? Que quando eu quisesse, poderia visitá-la e ficar na sua casa em São Carlos, onde estuda. Disse isso há dois dias, dois dias antes de minha amada e musa, há algumas horas, soltar tal míssil de esperteza e sagacidade.
   Alguém pode oferecer uma explicação para esse fenônemo que não seja baseada em misticismo, caro ou barato? 
 Saudações canalhas.

sábado, 18 de setembro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XI

" Se você quer conhecer sua namorada, case-se com ela; se quer conhecer sua esposa, separe-se dela."

Uma jóia de sabedoria, que me foi transmitida por um amigo de muitos anos, e que eu não encontrava há outros tantos, há pouco.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Raiva

     Olhar para os lados com displicência e naturalidade estudadas, agitar os cabelos e espalhar seu perfume e finalmente parar e olhar para a vítima da vez por uma fração de tempo suficientemente curta para poder negar, mais tarde, que olhou, que jogou charme.
     Ao serem questionadas porque o fazem tanto, com tanta graça e naturalidade, as mulheres sempre afirmam que é parte da natureza delas, que estão apenas expressando seu charme e feminilidade naturais, que após décadas, isto é, séculos e até milênios de repressão, perseguição, preconceitos e tudo mais finalmente têm a liberdade de viver e expressar a sensualidade e o charme e se nós homens implicamos com isso somos uns machistas, ignorantes, grosseiros, uns ogros malditos e que se levamos isso a sério e imaginamos que querem algo com nós ogros, canalhas, cafajestes, estamos imaginando coisas ou sendo inconvenientes e atirados...
     E ao abordá-la, o imbecil capturado com tanta facilidade por truques tão antigos e eficientes, muitas e muitas vezes recebe como resposta uma cara de virgem inocente atacada por estuprador demente, uma negação veemente de que olhou ou flertou, quando não a clássica " eu tenho namorado".
    Por que tanta raiva expressa na ladainha acima? Porque, mais uma vez, esse tão prosaico, eterno, mas muitas vezes enlouquecedor e revoltante joguinho, me apanhou, no último fim de semana. Não soube o nome da inocente menina que incomodei com minha desprezível e animalesca busca por companhia, beijos e sexo. Se o soubesse, o poria aqui, com as devidas homenagens. Mas soube (e me lembrei em seguida, enquanto virava a bebida garganta abaixo e curtia a fúria) o nome de outra moça, com quem travei contato, no mesmo  local, semanas antes: a você, cara Sarah(sim, é o nome verdadeiro),  linda mocinha de traços orientais, meus agradecimentos e  meu deslumbre, por ser o que tão poucas garotas jovens como você nesses tempos de desencontro e desentendimento são: decente, sem perfídias, admitir que gostou de mim quando cruzamos olhares, mas também admitir que foi engolfada pela noite e seus acasos e que quando eu a reencontrei era tarde demais, já estava envolvida por outro. Também espero que um dia nos vejamos de novo, em ocasião mais propícia, em que os beijos não serão jogados ao léu.

sábado, 4 de setembro de 2010

Os que contabilizam mulheres ( mais um da série texto fútil e inútil)

    Uma noites dessas, eu e meu amigo canalha, o parceiro de jornadas noturnas fornecedor número um de frases para esta tranqueira, estávamos em um bar de rock qualquer (sim, não direi o nome do recinto, pois seria uma pista para saber quem somos), no bulício da caça às fêmeas. No intervalo da ação, conversamos sobre as abobrinhas de sempre e, não perguntem porque, a conversa caiu nesses sujeitos que mantém listas, controle, contabilidade de quantas mulheres comeram ou apenas ficaram, o que fizeram com elas etc. Lembramos de um tipo que conhecemos há muito anos, esse era um verdadeiro artesão da coisa: além de manter um caderno (era pré-excel e internet) com nomes de todas que, digamos, "derrubou", dava nota à performance da moçoila...
    Bem, e daí?  Cada um emitiu sua opinião sobre a coisa e lembrei de anotar o assunto, para transformá-lo em postagem do Noites Cafajestes. Pedi papel e caneta para minha musa e pseudo-confidente que labuta no recinto, a deliciosa e famigerada n.19 (desistam de explicações sobre isso!!!) e fiz o rascunho que deu origem a essa postagem.
   Minha opinião sobre esse tipo de homem não é muito generosa, pelo contrário - e meu amigo é uma exceção ao tipo, cumpre registrar -  pois, na imensa maioria das vezes esses caras são uns babacas com compulsão de alardear que o registro de mulheres que ele comeu é gigantesco e não pára de crescer, além da compulsão de mostrar a lista ao primeiro tonto que se dispõe a levar ladainha desse tipo a sério, para, é claro, mostrar-se mais macho que todos ao redor.
   Eu,inclusive, durante anos joguei futebol com o provável exemplar supremo dessa raça, um idiota que dizia ter registrado em fotos TODAS as mulheres que comeu na vida e que os álbuns reuniam mais de duas mil  imagens. O mais irritante era o desespero dele em querer mostrar o tal álbum a todos os homens que ele conhecia, fossem amigos ou não. E se o sujeito se recusava ou mostrava desinteresse (como fiz, expressando mais,desprezo) ele revidava afirmando ser inveja de frustrados ... No comments, people.
    A verdade é que a maioria dos homens faz isso ou pensar em fazer, mas minha técnica é, acredito, sui generis: tenho compulsão de apanhar e guardar folhetos, prospectos, flyers, anúncios, ou seja, qualquer coisa de papel de todos os lugares em que adentro com intenções de lá arrebatar uma mulher. Se consigo o intento, até um simples beijinho de despedida após horas, guardo o papel anos afora e sem anotar nada, procuro lembrar que musa conheci/arrebanhei naquela lugar e naquela noite. Já tenho uma pilha incomensurável e acreditem, é muito mais divertido que anotar nome, tipo de beijo, envergadura da bunda, potência de sucção da chupeta, grau de intensidade do olhar de vadia, nível de umidade produzido por centímetro cúbico da xota em uma folha de papel ou arquivo digital.
    Pelo menos uma vez ao ano espalho a massa de celulose no chão de minha sala e me dedico a lembrar quem conheci em tal lugar e noite e o que aconteceu. Acreditem, é muito divertido e estimulante treinar a memória e o ego canalhistíco dessa forma,  pois quando a memória falha e se mistura mulheres com mulheres (nenhuma menção ao lesbianismo aqui, embora eu seja um imenso e taradíssimo fã dele!!), local  com  local as risadas são garantidas. E mulheres, passem a fazer o mesmo, garanto as propriedades desopiladoras dessa babaquice.  
   

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Novo blog nos links

Meu amigo que mais colabora com essa tranqueira me indicou um ótimo blog, encontrado durante peregrinações internéticas. E ainda me chamam de canalha é obra de outro nobre membro da nossa estirpe. Dêem uma olhada à direita e prestigiem mais esse compêndio de sabedoria masculino-canalha-noturna.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre a última noivinha satânica

  Alguns amigos e leitores pedem esclarecimentos sobre a última noivinha satânica que encontrei. Vamos a eles.
  A moçoila era das mais bonitas, estilosas e sensuais que circulam naquela verdadeira masmorra, naquele antro de perdidas, loucas, problemáticas, malucas, piriguetes... a lista de termos seria imensa. 
  Pele clara, cabelos negros encaracolados, olhar perigoso e atraente, decote indecente (leia-se delicioso), ela era tudo que um sujeito como eu procura pela noite. A conversa foi meio tortuosa e em dado momento a musa simplesmente sumiu, para reaparecer duas horas mais tarde. Nesse meio tempo, passei cantada em duas amigas dela (claro que só soube que as três se conheciam após perpetrar a burrada).
  Ao ressurgir, estava sóbria como uma noviça recém-ordenada, ao passo que quando a abordei estava chafurdando na bebida. Prefiro não registrar minhas especulações do que ela aprontou ou sofreu, para estar tão recomposta, naqueles 120 minutos... 
  A conversa, nesse segundo encontro, progrediu bem, a dama da noite caiu nos meus braços, mas, epa! nada de beijos de boca aberta, nada de línguas se atracando. Um mal sinal, convenhamos, quando seu  par não permite esse contato mais profundo. 
  Adiantemos a narrativa e vamos ao clímax(que não houve).
  O expediente da masmorra terminara, seguranças pediam para os últimos bêbados e malucos voltarem para seus tristes lares ou o que quer que fosse. A essa altura eu e a musa já tinhamos nos entendido sobre o próximo movimento, mas ela insistia em irmos para minha casa (localizada bem longe dali). Eu sugeri, da maneira mais gentil  e suave que posso, um hotel dentre as várias opções nas proximidades. Diante a insistência cega dela, perguntei o porquê e fui atingido por uma bomba de neutrôns de milhares de megatons: o que realmente queria não era transar, mas o depois, "dormir juntinhos" e ao acordar ter um café da manhã romântico e passar horas na minha casa, pois já tinha se amasiado várias vezes no decorrer de seus menos de 30 anos e estava em busca do próximo companheiro...
  O que fiz? Caros leitores, o que fariam diante de uma chave de cadeia como essa proclamando suas intenções com tamanha naturalidade e convicção? Fiz o que tinha de fazer: assim como ela, desapareci sem deixar rastro.
   Encerro o relato com perguntas sinceras: esse tipo de mulher realmente crê que os homens que somem, que não querem compromisso, que são uns galinhas e imaturos etc, não valem nada? Esse comportamento não é de apavorar até o mais vivido dos machões e canalhas? Um homem que foge desse tipo de encrenca pode ser condenado?