" A mulher procura o príncipe encantado e sempre acaba dando para o Shrek."
De um amigo, bem mais jovem que eu, mas profundamente versado na canalhice.
Noites cafajestes no Clube de Autores
sábado, 8 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Postagem não-planejada, insensata e inesperada
Hold me. Lay your shame away.
Show me where your love stay
Hold me. Lay your ghost away.
Show me for yourself.
You are lost and alone,
But a prisoner of your pride.
When the passions you ignore
You can never hide.
One of these days you're gonna find out,
'cause one of these days you're gonna try.
And what did I say
To make you wind up
With this spear of guilt inside.
Show me where your love stay
Hold me. Lay your ghost away.
Show me for yourself.
You are lost and alone,
But a prisoner of your pride.
When the passions you ignore
You can never hide.
One of these days you're gonna find out,
'cause one of these days you're gonna try.
And what did I say
To make you wind up
With this spear of guilt inside.
Essa canção pertence a certo agrupamento musical cujo nome, se revelado, causará espanto e indignação em quase todos os leitores (um grande amigo identificou sem dificuldades os "artistas" e já me congratulou pelo bom gosto...). mas foi impossível resistir ao impulso de mandar esse recado acima para certas damas, pois trata-se de um retrato perfeito de como muitas vezes castigam a si mesmas, com seus joguinhos criados e executados supostamente para castigar a nós, desprezíveis homens.
sábado, 18 de dezembro de 2010
As musas dessas noites e dias - parte III - A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998
Mesmo os escritores, redatores, os escribas em geral mais calejados e talentosos são frequentemente atormentados pela inquietante dúvida: como iniciar o texto, como fisgar o leitor já na primeira linha? Sou um escbriba calejado mas talento, como os leitores bem sabem, jamais se insinua no parco horizonte que esse blog desenha. E como, neste exato momento em que escrevo, uma chuva fria e triste cobre São Paulo, como a chuva que cobria a cidade na noite em que se passa o terceiro conto das Noites Cafajestes, que essa reminiscência sirva de introdução, inclusive e principalmente porque rememorar a musa inspiradora desse conto combina com essa tarde melancólica, cinzenta e amarga.
Cito diretamente a noite em questão, a começar pelo título, porque "A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998" é o mais autobiográfico dos contos do livro, ele é composto quase na totalidade por lembranças e pelo gosto de fel e raiva engolida à força que essas ainda provocam. Mudei somente os nomes das personagens; o protagonista, ainda que dono de uma loja de cds na Galeria do Rock e músico medíocre, é calcado ao máximo em minha aparência e personalidade, apesar de que não sou e jamais fui proprietário de loja de qualquer coisa e sou um músico horrível.
Eu estive na noite em questão do Free Jazz de 1998, em que ocorreu a primeira apresentação nas Terra Brasilis do Krafwerk e do Massive Attack; os aficcionados por música eletrônica sabem bem que evento memorável foi. Infelizmente, para mim ela ainda é memorável por outros aspectos e não entrarei em detalhes, sobre os eventos extra-shows, pois essa seção do blog não tem como função oferecer trailers verbais dos contos, mas tão somente executar uma exaltação distorcida às minhas "musas questionáveis" (mais um termo que tomo emprestado do grande Chuck, obrigado, cara!). Se está interessado, baixe o livro e leia, oras. Custa uma bagatela...
A moça retratada nessa história patética foi, pura e simplesmente, a paixão não-correspondida mais torta, patética, mal explicada e que mais deixou encruamentos não-resolvidos no desgastado coração deste sujeito.
Sim, fiquei perdidamente apaixonado por ela, minha relação amorosa oficial de então sofreu danos terríveis, não de imediato, mas no decorrer do tempo, conforme os estragos emocionais e mentais por ter sido usado de maneira tão rasa e tênue se aprofundavam, me estragando mais e mais.
Direto e preciso: essa mulher foi o melhor e mais bem acabado exemplar que encontrei, em toda minhas andanças pela vida e pelo universo feminino, da mulher que nunca superou o trauma de ter sido uma garotinha desprezada pelo pai e que como vingança, inconsciente ou não, tratou todos os homens que passaram por sua vida com o mesmo desdém e falta de amor com que o primeiro homem de sua vida a tratou. Em suma, uma vaca, uma biscate, uma manipuladora fria que apenas usou os homens para satisfazer seus interesses, sempre se insinuando, destroçando corações e rindo dos escombros que deixava para trás.
Como dotes físicos para deixar nós, macacos que somos, por completo no cio e imbecilizados, nunca lhe faltaram, podem imaginar o estrago que ela causou homerio a fora.
Sim, minha paixão não foi correspondida - jamais consegui dela sequer um simples roçar de lábios!
Não, nunca mais falei com ela, há mais de uma década que não trocamos uma palavra. Nesses anos encontrei-a por três vezes na noite de São Paulo; ambos estávamos acompanhados. Em todas, ela dirigiu-me um olhar de superioridade e de certa surpresa, eu tentei mostrar desprezo, mas só consegui trair a raiva e a frustração que ainda me atormentavam.
O Gran Finale: vocês que lêem o blog e porventura leram o livro devem ambos a essa Lilith pós-moderna: Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas teve sue gênese em uma tentativa desesperada de expurgar, de fazer catarse literária do amargor, da raiva e tudo mais que ela me causou. Pus-me a imaginar, incessantemente, como seria se ela tivesse me concedido seus favores e quais seriam os desdobramentos. Em certo tempo, essas idéias, imagens e situações me pesavam tanto que tinha de expulsá-las de minha cabeça e decidi escrever uma porção de contos, em que cada um seria desenvolvimento de uma das situações que eu tinha imaginado com ela. Quando iniciei de fato o trabalho, claro, o que parecia brilhante no interior de uma mente masculina atormentada mostrou-se risível e pueril no papel. Assim, somente duas daquelas histórias sobreviveram: o relato da " noite chuvosa de sábado, São Paulo, 1998" (esse, o título original do conto), em que ocorreu a já citada segunda noite do FreeJazz , noite em que tudo relatado acima ficou às claras, e o conto " Como a maternidade é maravilhosa (...) Ou: uma transa de despedida", em que levo ao extremo uma das elocubrações sobre como teria sido uma relação amorosa com ela.
Essa é, portanto, a maior e verdadeira musa das Noites Cafajestes e dos Dias Canalhas, pois a que, com sua existência sedutora e maléfica, inspirou o projeto.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Do blog do grande Chuck
Quando criei esse blog, estabeleci como uma de suas regras sagradas que não seria uma simples coleção de textos alheios, de material de outras fontes, pois julgava que minha vidinha, minhas reflexões e minha observação do patético espetáculo que é a patética raça humana me forneceriam material de sobra para alimentá-lo, julgamento que até o momento, creio, mostra-se correto, ao menos para produzir essas xaropadas obtusas. A seção " descobertas feitas em mesas de bar..." não pode ser considerada quebra à regra, pois são simples frases e pensamentos colhidos pelas noites e bares da vida.
Bem, finalmente, surge a oportunidade e o dever de quebrar a norma auto-imposta. Ocorre que meu ainda amigo virtual Chuck postou um texto sensacional em seu blog há algumas semanas, uma jóia que deveria ser ensinada a todos os garotos desse mundo, deveria ser entregue a eles juntamente com o material escolar a cada começo de ano, lido e pregado como a verdadeira peça de sabedoria que é, pelos professores de português e de educação moral e cívica, sociologia, filosofia...
Claro,escrevi para ele, solicitei autorização para a reprodução e o canalhão, ao saber quais meus intentos, autorizou de imediato,com votos de que seu texto espalhe muita indignação por aí.
Pois bem, chega de preâmbulos, após a linha de espaço abaixo, vem a destruição definitiva das biscas, digo das mulheres sabidas e modernas. Boa leitura, e que aquelas que merecem fervam de ódio.
Vocês sabem o que devem esperar encontrar numa revista de consultório de dentista, ou é Caras ou outra revista bunda de fofoca e celebitches, ou é uma daquelas revistas femininas idiotas tipo Nova ou algum outro manual de como ser uma bisca moderna.
Mesmo assim, em meio aquele tédio reinante, comecei a folhear um desses desperdícios de papel, que poderia ter sido muito melhor aproveitado na fabricação de bolachas porta-copos, daquelas que deixamos sob os copos de cerveja nos melhores botecos do ramo, e dentre inúmeras matérias do tipo “101 motivos para trair seu namorado” ou “Como é gostoso o meu vizinho!!”, encontrei a seguinte citação, em destaque garrafal bem no meio da página:
COMO MANTER UMA MULHER SATISFEITA SEXUALMENTE:
Acaricie, enalteça, mime, saboreie, massageie, conserte, acompanhe, cante,
cumprimente, apóie, alimente, acalme, perturbe, brinque, tranqüilize, estimule,
afague, console, abrace, ignore as gordurinhas, paparique, excite, pacifique,
proteja, telefone, adivinhe, beije, aconchegue, perdoe, ajude, divirta, seduza,
carregue, sirva, fascine, atenda, confie, defenda, vista, elogie, venere,
reconheça, exagere, agarre, entregue-se, sonhe, provoque, recompense, toque,
aceite, idolatre, adore.
Só faltou acrescentar que depois de tudo isso ela vai te achar um bunda-mole e dar para outro sujeito qualquer, com mais “pegada” (um dos termos favoritos das biscas modernas) e/ou saldo bancário maior, ou quem sabe uma profissão mais respeitável.
Por que no final das contas, parceiro, não importa o quanto você rale seu traseiro para agrada-las, o que importa é o seu potencial para resolver a carência física ou financeira delas.
domingo, 28 de novembro de 2010
E agora... porcos chauvinistas! Episódio de hoje: a classificação de uma vaca depende do olhar e principalmente dos interesses da vaca que a descreve
Um título quase quilométrico, para marcar o retorno de uma série do blog que estava no limbo.
Há alguns dias, em uma quarta à noite, eu voltava para casa, após contribuir com minha cota diária de tempo, vida e energia para o enriquecimento dos dignos capitalistas e para a manutenção da ordem social. Duas moças entraram no ônibus rindo e falando, muito e alto. Elas eram, sendo ofensivo e politicamente incorreto como sempre sou, duas barangas desprovidas de classe ou educação oriundas da terrinha, ou seja, duas "baianinhas" vulgares - xingamentos e ameaças para o e-mail, por favor - e era impossível ignorar a conversa que travavam; aliás, estou certo que quanto mais os outros passageiros lhes dessem atenção, mais felizes ficariam...
Bem, uma delas disparou a jóia: "minha filha, o amor é como a grama: você cuida, rega, dá atenção e carinho, e quando está bonito, forte e colorido, vem uma vaca e come". Anotei na cabeça a porção de sabedoria, decidido a postá-la aqui, claro que acompanhada de um comentário que esmigalharia a visão limitada que a impregna. O tempo passou, negligenciei minhas obrigações escribísticas mas eis que minha vida noturna forneceu o mote para inserir a frase em algo maior e mais profundo, e claro, dela desfazer e negar.
Ocorre, cara meia dúzia de leitores, que já algum tempo, quando dedico um fim de semana à caça, quando não tenho compromissos agendados com alguma dama, adotei um esquema um tanto fixo: sextas em certo ambiente especializado em rock, sábados em certo antro de heavy metal (ambos já comentados aqui, sem citar nomes, claro). Situam-se ambos no Centro da cidade e são próximos entre si - algum palpite? - E percebi que estabeleceu-se um padrão: quando me dou mal no primeiro, é certo, uma lei da física, que me darei bem no segundo.
Finalmente, o centro da postagem, a reflexão que destroça a frase de nossa amiguinha barangosa que adentrou o ônibus e essa história bem diante do Pateo do Colégio: o primeiro local é limpo, de "nível", frequentado por moças que abominam e desprezam o segundo, garotas de classe média e média baixa em busca do príncipe encantado que resolverá suas vidinhas, moças decentes que se horrorizariam com a sujeira e falta de classe e principalmente as "vagabundas" e "vacas" do metal que enchem, o segundo: fáceis, sem nível, e que dão para os roqueiros desprezíveis que surgem em hordas atrás delas, sem o mínimo decoro ou decência (leia-se, bancar a difícil, levar o cara a humilhar-se e fazer o valor de sua sagrada bucetinha parecer muito maior do que realmente é); o segundo já está delineado: um lugar baixo, sujo e vil, repleto de vacas. Ocorre que eu e meu amigo e parceiro mor nessas noitadas estamos seguidamente nos dando mal no primeiro e sendo muito felizes no segundo. E as alegações das ruminantes, digo, das moças que lá circulam, para recusarem um beijo, companhia e até um mísero endereço eletrônico, após nos provocar, fuzilar com olhares, sorrir e eventualmente até mesmo conversar por quase uma hora são as mesmas: "não fico na balada", " tenho namorado", " você é muito atirado" etc. Já na masmorra suja, é raríssimo isso ocorrer: se a garota não quer nada, expressa isso com prontidão.
Após essas pancadas, reerguimentos e noites infelizes e outras felizes, chega-se invariavelmente a uma conclusão: uma mulher é chamada pela outra de vaca somente se um interesse, recalque, hipocrisia ou algo ainda pior da primeira é ameaçado pela gula da ruminante, ou: a classificação de uma ruminante depende dos interesses e preconceitos da classificadora, nunca de precisão ou objetividade científica.
Saudações canalhas
sábado, 6 de novembro de 2010
Os segredos para ser um cafajeste-canalha bem sucedido - Item I: Ousadia
Nova série dentro dos textos do blog (sim, sei, já iniciei umas várias séries e as abandono. Reflexo dessa vida doida e caótica que todos nós enfrentamos). Vamos lá:
Foi há duas semanas. Tive folga no meu emprego na sexta (coisa tão rara quanto um papagaio albino do Himalaia).Assim, não poderia perder a oportunidade de desfrutar da noite de quinta de São Paulo. No começo do melhor período do dia liguei para um amigo canalha de longa data, dos tempos de faculdade (e pensar que já terminei esta há mais de dez anos, mas ainda sinto como se estivesse vivendo aqueles tempos. Jovialidade? Energia? Falta de maturidade?) e marcamos de dardejar pela Augusta, em busca de um bar, randevu, boteco, boate,qualquer coisa que exibisse o máximo possível de fêmeas por centímetro quadrado.
Ele logo definiu o antro, um lugar que é o ponto máximo de modernidade na lendária rua. Estacionou o carro e fomos até a porta averiguar. O preço era decente, o gênero musical daquela noite, uma das forças cósmicas que movem dois desprezíveis roqueiros beberrões e caçadores de ninfetas como nós noites afora. E a quantidade de exemplares do belo sexo (esse termo eu surrupiei de um livro-biografia-portfólio do grande HR. Giger, admito) que adentrava o lugar nos fez perder qualquer dúvida ou juízo em segundos!
Entramos, nos abastecemos de cerveja (caríssima, diga-se de passagem) e enquanto curtíamos a ótima seleção musical e o ambiente moderno e interessante, enlouquecíamos com o desfile de beldades que não cessava de entrar e embelezar o local. Uma logo chamou nossa atenção, mais que as outras (e a concorrência era brabíssima): uma coisinha, uma criaturinha linda, fresca como uma flor, de pele alva, cheia de curvas e espremida em um pretinho terrivelmente justo. Parecia estar acompanhada (impressão errada, como descobrirão) e desfilava de lá para cá. Por duas vezes, meu amigo disse: "ela olhou para você ao passar". Eu duvidei com veemência e sinceridade: uma linda menininha como aquela olhar para mim? Algum dia posto um texto que explique minha tese de que o verdadeiro canalha-cafajeste é modesto, nunca deve se achar o máximo e sempre procura eleger um amigo canalha como seu modelo, como o verdadeiro conquistador ao qual ele quer se equiparar. Achar-se o fodão é o começo do fim para o verdadeiro canalha. Ele sempre deve se julgar e proclamar ser apenas um sortudo, persistente e injustiçado, até que acredite nisso. Esse texto fica para outra ocasião, voltemos ao assunto desta postagem.
Passou-se algum tempo, o dj pôs uma música insinuante para tocar e o que ocorreu? A linda menininha de preto subiu num palquinho e começou a executar uma dança para lá de sensual ao redor de uma barra de pole dancing, com lingerie à mostra e tudo o mais. Era a go-go dancer da casa! Claro que todos os machos presentes pararam para babar, dezenas de olhares selvagens e imbecis para ela, que ria e ria de nós.
O show terminou, ela desceu do palco e recostou-se no balcão. Foi nesse momento que percebi: seu suposto acompanhante era um amigo e só. Não demorou e um cara alucinado abordou-a, e outro, e outro. Ela parecia ouvi-los, dar atenção, mas nada brotava dessas conversas. Então ela passou por nós e dessa vez não tive dúvidas. Virei-me para meu amigo e disse: " Incrível, mas você está certo, ela está olhando para mim!" Bem, só havia uma ação a executar, mas ponderei por um momento: essa garota é desejada por dezenas dos presentes, já recusou alguns, é uma estrela da casa noturna, por que quereria algo comigo? Serei só mais um panaca enchendo seu ouvido. Mas ou ouso, ou me lamento enquanto tomasse o rumo de casa. Fiz minha escolha e lá fui.
Bem caros leitores, pode-se cair no chauvinismo e no machismo barato e afirmar-se que a tal era uma menina fácil da vida fácil, que podem ter passado uns tantos como eu na vida dela nos últimos tempos ou somente nessa noite e que nada signifiquei, que tudo foi superficial. Mas o fato que esse texto registra e celebra é que posso afirmar que fui a uma casa noturna famosa e por algum curto e memorável tempo desfrutei da companhia e beijo de uma linda go-go dancer que brilha no local.
Saudações
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