Noites cafajestes no Clube de Autores
segunda-feira, 23 de abril de 2018
terça-feira, 17 de abril de 2018
O deus dos canalhas, conquistadores baratos, cafajestes, conversinhas
Como os deuses principais, os senhores da maioria dos panteões de divindades indo-européias(deuses hindus, gregos, romanos, eslavos, etc), ele é mulherengo e conquistador insaciável; mas nenhum deles se equipara ao senhor de Asgard em termos de tramoias mirabolantes para seduzir mulheres mortais, semideusas e outras criaturas do sexo feminino. A lábia desse senhor, sua capacidade de engabelar a mais esperta e desconfiada das mulheres com belas palavras, é incomparável. Para confirmar, procurem ler a história de como ele se apropriou do hidromel da poesia e a partir de então, sempre que precisarem de inspiração para conquistar os favores de uma dama, erga seu copo de bebida, irmão canalha, e brade a plenos pulmões:
"Odin blessadur!"
P. S. :essa postagem foi inspirada por uma prazerosa noite de sábado recente, em que fui convidado a jantar, beber e outras coisas mais, por uma dama muito especial. Lá estávamos em sua casa, vinho fluindo docemente. Conversa vai, conversa vem (um papo ao mesmo tempo muito descontraído e erudito, coisa que só mulheres especiais como essa são capazes de engendrar, conduzir e manter), narrei a ela o referido episódio acima e ela saiu-se com essa: Odin, então, é o deus padroeiro dos canalhas e conversinhas como você!
O que este pobre sujeito poderia fazer além de disparar um olhar e um sorriso sacanas e beijar a bela moça?
Saudações canalhas e cafajestes
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Como certos homens podem ser (são) escrotos
Este escriba se encontrava em seu bar favorito da Rua Angústia e de todo o Centro de São Paulo, para lá rumou com um de seus mais habituais parceiros de cafajestadas e um dos principais colaboradores desta tranqueira. A noite estava divertida e promissora: local cheio, várias possibilidades se apresentavam, vários amigos e conhecidos(alguns amigos de longa data, que não via há tempos), lá estavam, todos nós ali reunidos por um muito bem-vindo acaso. Uma ótima dupla - já conhecidos nossos de várias outras noites - se apresentava nos fundos do bar, um guitarrista de muito talento, verdadeira discoteca ambulante do rock e do blues, e uma garota que detona nos vocais rasgados e emocionantes.
A noite avançava, as músicas se sucediam, garrafas e mais garrafas eram esvaziadas, olhares entre homens e mulheres eram trocados, por vezes algumas palavras também, como um momento constrangedor em que uma bela loira há alguns metros de distância de nossa mesa apontou para mim, sorriu e fez sinal para me aproximar, para espanto meu... e do cara que a acompanhava e a tinha enlaçada pela cintura. Me aproximei, desconfiado e a moça desandou a falar, as palavras meio pastosas por causa da muita bebida que já tinha consumido, perguntando como eu estava, se tinha curtido o nosso último 'rolê no cemitério' (!!!), como se fôssemos velhos conhecidos. Eu e seu acompanhante nos encaramos, perplexos; me expliquei e me desvencilhei da criatura o mais rápido possível, ao deixar claro que não a conhecia.
Bem, finda a narrativa paralela, de volta à principal.
A cantora era uma das garotas que estava em nossa grande roda de pessoas. Em um dos intervalos da cantoria anunciou, entre olhares para a porta e idas rápidas à calçada, que estava preocupada, pois uma amiga anunciara que estava chegando há mais de hora e como seria fraca para a bebida e dada a exageros, ela estava bastante aflita com o estado e paradeiro da amiga.
Pois eis que a mocinha surge em meio ao turbilhão de gente da noite de sexta-feira, bêbada, claro. Nossa amiga não demorou a mantê-la perto de si e tentar cuidar dela. Mas a escrotice masculina nunca descansa, caros leitores. Ocorre que esse bar em questão, por ser um dos melhores e mais populares de toda a Rua Angústia, atrai todo tipo possível do bestiário que é a atual humanidade, incluindo idiotas, burros incuráveis e seres desprezíveis de todo tipo. E um deles revelou toda a magnificência de sua baixeza nessa noite, um tipo que por sempre estar por lá é conhecido de toda a nata dos frequentadores do bar, ele sempre procura estar próximo da 'elite' do lugar, na qual me incluo(quem afirmou eu ser da elite do bar foi o dono do estabelecimento). Esse sujeito nunca enverga roupas exatamente novas ou limpas, sempre, sempre está de bermuda e tênis, sua pele aparenta estar eternamente coberta de suor, sua má forma física é evidente; em suma, um cara seboso, meio repelente e que exala, no olhar e modos, uma carência sexual tremenda, o popular 'não come ninguém faz muito tempo'.
Então, adivinhem o que ele fez, ao se achegar a nossa turma e ver o estado da menina embriagada? Aproveitou um momento em que ela era deixada pela nossa amiga vocalista, que voltou ao palquinho para um novo set da apresentação, e, como já conhecia a desafortunada garota, se aproximou todo calmo e solícito, primeiro fingindo genuínas atenção e preocupação, mas logo descambando para tentativas débeis e infantis de conseguir um contato, digamos, mais próximo e íntimo. A moça se defendia da melhor forma que podia, bastante incomodada, mas a cena não durou muito, por uma simples razão, caros leitores: todos nós homens já fomos baixos e babacas algumas ou várias vezes, mas certos comportamentos, para vários de nós são inaceitáveis, não são babaquices juvenis, são falta de caráter e civilidade pura, não os praticamos e não ficamos calados ou imóveis ao ver tais coisas: eu e meu amigo logo nos metemos na coisa, apanhei uma garrafa de água, empurramos a menina para a porta sob o pretexto de ela respirar ar mais fresco e se hidratar. E o escrotinho tentando segui-la, meio trôpego,com um olhar que misturava expressão de animal no cio com criança inconformada por ter seu brinquedo tirado dela.
Pouco depois, a amiga cantora junta-se a nós e a leva de volta ao interior do bar, onde o sujeito tenta retomar as investidas!!! A amiga-cantora a leva para outro canto e tenta fazê-la descansar um pouco, o escroto ao lado. Mais um de meus amigo presencia a cena, junta-se a nós e então os três se aproximamos do tipinho e sem meias palavras avisamos que se ele não parasse com aquilo, 'a coisa pesaria para ele'.
O fim da história? Bem, caros leitores, eu logo depois tive de me retirar, devido a compromissos com horário certo no dia seguinte, que não tardava a surgir no céu poluído e cortado por prédios do Centro. Meus amigos permaneceram mais um tanto, mas o escrotinho seboso desapareceu em um instante sem deixar rastro, como rato de esgoto que é.
Esse longo e admito meio cansativo relato foi urdido apenas para demonstrar, caros leitores, que nem todo homem é um ser vil e desprezível pronto a se aproveitar, da forma mais baixa possível, de uma mulher. Muitos de nós também sabemos ser e somos decentes e honrados com as mulheres, principalmente as que precisam de ajuda, nos labirintos feéricos da noite.
Saudações canalhas e cafajestes
sexta-feira, 30 de março de 2018
Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXXXI - Pensamento chauvinista, considerem-se avisados!
"Mulheres jogarem charme, fazerem caras e bocas para atrair a atenção de nós homens e depois, quando chegamos junto, se fingirem de virgens inocentes ou de desentendidas, isso existe desde sempre e aprendemos bem rápido a lidar com isso. Agora, com essa ascensão do tal 'empoderamento feminino', as sem-noção e pirralhas que aprenderam 'feminismo' na internet e tipinhas do gênero fazendo e acontecendo, isso se tornou epidêmico, em toda noitada ou rolê essas criaturas tomaram conta, parece que isso se tornou uma espécie de vingancinha delas (oh!) contra nós homens escrotos.
O colaborador-mor desta tranqueira, exibindo sua sabedoria e perspicápia.
sexta-feira, 23 de março de 2018
Uma noite do caçador noturno
O caçador noturno e seu amigo de décadas, parceiro de canalhices mil e colaborador mor desta tranqueira, adentram o porão favorito de ambos, cumprimentam os outros habitués e figuras carimbadas da casa noturna, fazem a ronda inicial de sempre pelos diversos ambientes e logo este escriba é cercado, cortejado, abraçado, em suma caros leitores, ele é assediado por uma senhorita que já há tempos o cerca pelos desvãos escuros da escura casa noturna quando o encontra, principalmente na pista de dança do local, ponto excelente para uma abordagem e para contatos mais íntimos. Ocorre que este sujeitinho não está minimamente interessado em um contato mais próximo com a moçoila, e já indicou isso com sua educação que lhe é característica(nenhuma ironia ou sarcasmo nisso; muitos amigos e conhecidos já reconheceram minha finesse e educação com as pessoas em geral, notadamente as mulheres e isso, na minha modesta opinião, não é mais que dever. Por que acham que minha imagem de perfil é a de um dos mais charmosos e elegantes 'cafas' da cultura popular do século XX??). Pois acham que adiantou? Caros leitores, bruaca que é bruaca, que trata de perpetuar as ações macabras dessa linhagem de mulheres aterrorizantes noites afora das nossas metrópoles, não desiste e não se toca nunca.
E por que essa recusa, caro AlexB? O motivo principal e absoluto, claro, é ser a moça nada atraente para meu gosto particular; o segundo, quase tão importante quanto o primeiro, é que a moça age da maneira clássica que uma mulher decadente age, na noite, a saber: há cerca de dois anos, este escriba se aproximou dela, nesse mesmo porão, condoído com a situação dela, que estava às voltas com uma amiga bêbada como uma porca, caindo pelo chão, etc. (Claro que me aproximei com segundas intenções, além da primeira, mas canalha de estirpe clássica sempre é gentil e prestativo, por mais egoístas que sejam suas reais intenções). Bem, nessa ocasião, após ajudá-la como foi possível, tentei conquistar alguns favores dela, prontamente recusados. Certo, tudo bem, a noitada segue, sem dramas ou ressentimentos, é o que digo e pratico, quase sempre. Opa, opa, um deslize na carreira noturna de nosso canalha? Tentou fisgar uma bruaca, é? Caros leitores, nessa época a moça era bem mais atrativa. Mas o tempo, assim como Patolino o Mago, é implacável(não entenderam a referência? Se virem!)e mais implacável ainda é o desleixo para com a própria forma física e a aparência: nesse meio tempo, nesses meros 24 meses, essa mulher embarangou horrores e se transformou em uma criatura disforme, e coincidentemente passou a me assediar de modo cada vez mais assertivo, conforme me esquivava de seus ataques.
Bem, eu tenho brios! Recusa companhia e atenção quando é ao menos razoável de corpo e rosto e passa a agir como uma solteirona sedenta, implorando por essas mesmas companhias e atenção, ao virar uma baranga? Aqui não!!!
E nessa última noite em questão a moça estava 'atacada': me cumprimentou com todo entusiasmo e a plenos pulmões na fila, assim que me viu; fez questão de esbarrar em mim algumas vezes na pista de dança, e last but not least, estava ela no espaço aberto da casa, vulgo 'fumódromo'(palavrinha feia, vamos combinar), abraçada a um amigo em comum, rindo e falando alto, eis que ela me vê e com a naturalidade e charme de uma gansa perneta a sentar no ninho para a postura de seus ovinhos, se desvencilha dele e grita para mim, entre risos forçados: 'Ai, AlexB, me salva, o RangerFurioso(nome fictício, óbvio) está me assediando!". Claro que formamos uma rodinha por única e total iniciativa dela, que se desmancha em elogios a nós dois, mas em dado momento ela me abraça e dispara: "ai, você é demais, eu casaria com você!"
Leitores, já sentiram todo o poder, a essência das trevas, não apenas te rondando, mas prestes a cair sobre você para te consumir? Se já sentiram isso, toda a malignidade que grassa na noite, arfando bem atrás de si, tem uma boa ideia do que experimentei... o calafrio de medo instintivo a avisar, gritando em suas entranhas, que deve se escafeder o mais rápido que puder, antes que uma devastação irreversível se consume sobre seu ser (e sobre sua reputação). Bem, então fácil deduzir o que fiz.
Algum tempo mais tarde, eu e meu amigo estamos no balcão do bar do térreo e topamos com a gerente geral da casa, mulher muito simpática, inteligente, interessante. Entabulamos um papo bastante agradável, sobre assuntos vários. Eis que a bruaca surge e passa por nós, com uma expressão de avidez no rosto, sequiosa por um infeliz no qual descarregar suas pulsões femininas. Me encolho de modo consciente e solto alguma expressão qualquer de medo, ao que a gerente da casa me questiona o porquê da reação. Conto tudo que registrei acima, de modo mais sintético e menos maneirista, claro, e ela reage com essa: 'Você também é perseguido por ela?!Essa doida vive atrás de pelo menos mais uns três frequentadores da casa, sempre se insinuando do modo mais direto. E a infeliz não se toca. Eles são caras espertos, rodados, como você, e não sabem mais o que fazer para se afastar dela!".
Caros leitores, senti algo estranho, duas sensações simultâneas que não combinavam: alívio por saber que não era o único 'muso'(brrr) da criatura em questão - mas sei por larga experiência, que não era o único, bruaca não tem único alvo, nunca! - e solidariedade para com os outros azarados que aquela criatura persegue.
A noite, seguiu, topei mais algumas vezes com a sujeita, e assim fomos adiante, mergulhando na música e na bebida para aliviarmos os horrores desta existência.
Saudações canalhas e cafajestes.
sexta-feira, 16 de março de 2018
terça-feira, 6 de março de 2018
O universo pune(e a punição não tarda e não falha)
Este escriba e um de seus parceiros mais contumazes de cafajestadas noturnas estão no seu favorito e já tradicional bar na Rua Angústia, aquele que é um dos últimos bastiões do rock na fervilhante e decadente rua, já tantas vezes aqui citado. A noite avança, eles vigiam o movimento frenético, gigantesco, da rua e do próprio bar(pois é nada menos que uma das noites do carnaval, evento que eles, roqueiros irredutíveis que são, detestam, obviamente). Nenhuma das moças que vão e vem, entram e saem parecem dispostas a entabular conversa com dois sujeitos vestidos de pretos e ar de quem não aprecia em nada a fuzarca que domina a cidade e a região central.
Mas eis que duas moças, de um estilo bastante próximo ao deles, adentram o bar, sentam-se lá nos fundos e se põem a beber e tagarelar. Logo este escriba dirige alguns olhares rápidos e furtivos às moças, que ora parecem corresponder, ora parecem estar a assistir ao programa de tv projetado na tela que cobre uma das paredes do bar, programa que se trata, por um incompreensível arroubo dos donos do bar, de um desfile de escola de samba(!!!!), felizmente sem som.
A troca de olhares, sempre ligeira, dissimulada, nada explícita, prossegue. E os dois velhacos, talvez desestimulados pelo aparente interesse das moçoilas em alegorias carnavalescas, batuques e quetais, não se animam a dar um passo mais ousado, supondo que receberão uma negativa tão colorida quanto as imagens que desfilam na tela... Sim, caros leitores, AlexB e seu camarada de armas foram dominados pela dúvida, a incerteza e nelas permaneceram.
Por fim, as duas moças se levantam, pagam sua conta e rumam para a porta. E uma delas para, e olha para os dois paspalhos, dispara um aberto, franco e convidativo sorriso e parte noite afora. E os dois parvos se entreolham, trocam palavras de autodepreciação e autocomiseração, até que decidem agir, ao menos um tanto, como homens de verdade: levantam-se e partem em busca das duas damas, que claro, já desapareceram, tragadas pela noite e pela multidão que infesta as calçadas naquela madrugada quente.
Enfurecidos consigo mesmos, pedem a próxima bebida e antes mesmo de entornarem o primeiro copo dessa rodada uma criaturinha enlouquecedora surge do fundo da noite, uma mocinha de não mais de dezenove anos, vestida em trajes vaporosos(leia-se, sumários), linda, fresca, deslumbrante. Ela se dirige a eles e faz uma pergunta que os desconcerta(algo fácil, dado o estupor em que estavam): pergunta, pura e simplesmente, onde conseguir certas substâncias ilícitas para animar a noite ou se eles dispõem destas. Este escriba responde, com palavras um tanto tolas e balbuciadas, que não possuem os 'doces' por ela buscados. A garota faz um muxoxo de desprezo e parte de volta para a noite. E este escriba salta atrás dela, decidido a não vacilar uma segunda vez em uma mesma noite, e ele alcança a mocinha e a chama, para tentar retomar a conversa; e ela o rejeita com a veemência que somente as mocinhas de dezenove anos arrogantes devido a sua beleza e poder possuem e sabem usar.
E assim, AlexB retorna à mesa onde seu parceiro de noitadas o aguardava. Após o curto e lacônico relato, seu companheiro de armas, com sua sabedoria de sempre, sentencia:
- É, o universo pune, e rápido. Ele, o acaso, nos deu a chance de chegar junto daquelas duas belezinhas e não aproveitamos. Daí, ele nos puniu com essa doida...
Nada mais a declarar,
Saudações canalhas e cafajestes
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