Noites Cafajestes à venda

Noites Cafajestes está de novo à venda, agora no site da Amazon Brasil: clique no link abaixo, e digite o nome do livro na pesquisa loja kindle, no alto da página.
Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Educação é a segunda natureza de um canalha

Estava este canalha no seu bar favorito - que, como já relatei aqui, reabriu seguindo todas as normas de segurança necessárias a esta época insana - bebendo junto com seu amigo e colaborador mor desta tranqueira. Eis que uma mocinha na casa dos vinte anos, por nós desconhecida, entra no estabelecimento, vai até o caixa e pede cigarros e qualquer outra coisa. Ela se vira para nós, sentados em uma mesa a uns metros dela, sorri e diz:"Oi, tudo bem?"

Com toda a educação e sorrisos possíveis respondemos no mesmo tom amistoso e sorridente, ela paga e vai embora, bela e lépida.

Após refletir por um instante, digo: "Somos canalhas educados não apenas por princípios, por caráter e boa formação: também temos interesses, queremos ser bem lembrados no futuro próximo pelas frequentadoras dos bares e casas noturnas que estão resistindo e que frequentamos durante essa pandemia: uma hora essa desgraça vai passar, isso vai acabar e os corpos poderão se tocar de novo."

Saudações canalhas e cafajestes

        

domingo, 25 de outubro de 2020

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - CIV

"Sou favorável ao erro." 

Do mais novo colaborador desta tranqueira - que colaborou sem saber - que deu essa respostas sábia, fulminante e certeira, como resposta a uma pergunta casual feita por este escriba, se deveria realizar ou não uma ação que poderia ter consequências imprevisíveis e duradouras. A resposta, uma pequena pérola de paixão pela vida, pela aventura, pelo erro, e de recusa ao cálculo, à racionalidade estéril, à vidinha programada e vazia, casa à perfeição com o caráter e propósito do blog e portanto nele deve ser registrada.

sábado, 17 de outubro de 2020

Sentimentos e sensações do último domingo à noite

 Se já postei esse vídeo antes, que os caros e ainda persistentes leitores perdoem: 

No último domingo à noite, véspera de feriado, me aventurei em uma casa noturna - que tomou todos os devidos cuidados para os tempos que vivemos e este escriba, claro, também fez isso. 

Estava acompanhado de bem poucos mas grandes amigos e durante a execução desta obra-prima, pelo dj, concordamos que esta música, a despeito do que alguns teimosos e de gosto emperrado afirmam, é sim uma música para homens, a voz maravilhosa da eterna musa Debbie Harry é um verdadeiro afrodisíaco que leva a testosterona às alturas! Música de mulherzinha? Muito pelo contrário!!! E a noite, apesar das limitações, foi ótima e merece ser celebrada e registrada nesta tranqueira.

Saudações canalhas e cafajestes

 

 

sábado, 10 de outubro de 2020

Texto curto, fútil, inútil (reflexão bêbada no meio da madrugada, em meio a uma ressaca solitária no meio desse maldito confinamento)

Reflexão surgida ao lembrar das noites mergulhadas na penumbra e névoa do porão favorito deste sujeitinho, noites que parecem tão distantes e se tornaram tão importantes e ansiadas, neste ano maldito:

mergulhados, todos nós no frenesi ritualístico de música, dança e sexualidade das pistas de dança penumbrosas durante as madrugadas, somos envolvidos por uma avassaladora e inebriante contradição:

a técnica imensa, avançada e até opressora da civilização tecnológica, que criou todo aparato de reprodução de música a altíssimos volumes, em um ambiente protegido e criado especialmente para isso, está a serviço, nesses espaços, dos instintos primais mais animais, básicos e atávicos que nos governam, incluindo o desejo de eternizar os prazeres e a vida sensorial (sim, paráfrase de Nietzsche, mas garanto que foi espontânea! Os leitores antigos sabem que sou um canalha culto).

Ou: a técnica suprema a serviço, em dados momentos e espaços, da carnalidade suprema. 

 Saudações canalhas e cafajestes e também alcoolizadas. 

sábado, 26 de setembro de 2020

Uma mulher de verdade, como pouquíssimas

 Há alguns dias, este sujeitinho estava ao telefone com a mulher mais inteligente, sábia, sagaz e adorável que ele já conheceu em sua vida medíocre(acreditem, leitores, os canalhas também amam!)

Estávamos papeando, trocando gracejos e brincadeiras, falando bobagens divertidas, etc. Até que em dado momento da conversa, ao convidá-la a vir mais uma vez a minha humilde residência(sim, ela é a moça que esteve aqui recentemente e também...ah,não vem ao caso!), ela brincou, disse que eu estava muito grudento, parecia que eu queria casamento(urghh!!) ou coisa assim. Entrei na brincadeira e respondi, bem jocoso:

"Ué, você, como toda mulher 'decente'(ha ha ha!) não quer ter um homem para chamar de só seu, de ter um...marido??!!!rs rs rs.

Ao ouvir essa palavra macabra, esse termo que só pode ter sido forjado em trevas infernais, ela respondeu de primeira:

"Jamais! Marido não é homem de verdade, marido não é nada que presta. Marido rima com corno, com broxa, com encosto, com traste, tudo que mulher de verdade detesta! Quero um homem, não um frouxo implorando para eu mandar nele, muito menos um ogro que vai tentar me controlar ou me infernizar."

Caros leitores, um homem só pode idolatrar uma mulher dessas. 

 

Saudações canalhas e cafajestes     

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Uma descida aos mais fundos círculos do inferno (ou do Anhangabaú, ou uma descida ao fundo do poço moral, ou ao...)


Há cerca de duas semanas este escriba foi convidado a fazer um trabalho presencial, fora do seu refúgio, que era irrecusável: nas imediações de sua casa, o pagamento era excelente, serviço rápido de redigir um texto curto e acompanhar/supervisionar a gravação do curta metragem em que este seria usado, todos protocolos de segurança para esta época de pandemia seguidos à risca. E ainda convoquei meu amigo colaborador mor desta tranqueira para ser auxiliar e quebra galho da tarefa, por um pagamento também impossível de recusar. 

Serviço feito sem grandes imprevistos ou atropelos, pouco antes das dez da noite já estávamos a caminho de nossas casas, a pé (ambos moramos no Centro da cidade e o estúdio da gravação era na mesma região). Eis que ao chegarmos na Praça da República topamos com escuridão por todos lados: mais um blecaute no Centro. A fome apertava e como nenhum dos dois estava disposto a cozinhar em suas cozinhas, à luz de lanterna, resolvemos nos bandear para a Rua Angústia, em busca de algum lugar aberto para comermos alguma das deliciosas porcarias que cintilam sua gordura nos balcões dos bares/lanchonetes. Sabíamos que a chance da caminhada dar em nada era altíssima, em vista do horário restrito de funcionamento dos estabelecimentos, mas contumazes insensatos, lá fomos. Dito e feito: subimos e descemos a gloriosa rua e absolutamente nenhum bar com guloseimas prontas para consumo estava aberto.  Decidimos retornar e fazer o que seria mais sensato(curioso que nós temos o costume de fazer o lógico  somente depois de tentar o insensato e este dar errado): ir à eterna lanchonete Estadão, que sabíamos, estaria aberta e movimentada.    

Após forrar o estômago com os ótimos lanches e salgados e nos abastecermos com cerveja, passamos alguns instantes, parados na calçada, proseando sobre os tempos idos, sobre o pré-pandemia, nossas noitadas na região, tão recentes e tão distantes em nossa deturpada percepção. Até que, desejosos de tomar uma cerveja mais intensa, resolvemos descer mais (em sentido literal e figurado). E lá fomos  rumo ao Vale do Anhangabaú, rumo a um mercado muito famoso na região(não direi o nome, mas frequentadores deduzirão de chofre a que comércio me refiro), em busca de uma cerveja de maior qualidade.  A noite estava escura, a rua Quirino de Andrade bem pouco convidativa, tipos suspeitos subindo e descendo a rua, mas seguimos impávidos colossos da insanidade. Foi com estupor que descobrimos: esse mercado também está decadente, somente cervejas baratas e da pior qualidade agora pontuam em suas prateleiras de bebidas, além dos indefectíveis vinhos baratos, vodkas horroviskas e corote(arrghhh!!!) e imitações deste. Por sorte, um pequeno, feio e acanhado mercadinho quase vizinho, o qual não conhecíamos até então, salvou nossos fígados sequiosos por álcool de qualidade, ao exibir na sua única geladeira ipas por preço decente! Apanhamos a bebida  e ficamos de bobeira, olhando o movimento, que ali, naquele pedaço do Centro tão marcado por encrencas e confusões  pesadas (incluindo tiroteios e brigas com facadas), é sempre digno de suspeita e de se ter cuidado redobrado. 

Quando demos por nós, nos encaminhamos à ponta da rua e espiávamos um lugar que foi muito importante em nossas vidas noturnas e do qual nos afastamos há uns bons anos, tão arriscado se tornou simplesmente ficar na sua porta (também não darei nome, localização ou descrição do lugar. Bons entendedores sabem que lugar é esse, inclusive, ele é cenário de postagens antigas do blog). Qual nossa surpresa!!! Uma noite nublada e friorenta de terça, pouco movimento naquela região degradada e o bar em questão aberto!! Não havia vivalma em frente ou circulando em volta, mas a porta de vidro aberta e as luzes acesas eram sinal inequívoco da presença do dono, à espera sabe-se do quê. 

Caros leitores, nesse momento ocorreu o ápice ou o momento mais degradante da noite(e afirmo que foi as duas experiências ao mesmo tempo): 

Nos encaramos fixamente, as garrafas de cerveja firmemente presas em nossas mãos. Em nossos olhos todas as lembranças das ótimas noites lá passadas, conversas, zoeiras, flertes e outras coisas mais com a mulherada, rock rolando, passaram com um brilho intenso de nostalgia e desejo por tudo isso. Mas era uma fria e tristonha noite de terça-feira e claro que nada disso surgiria. Apenas vontade de relembrar esses eventos, no local em que ocorreram, é que nos dominou por um momento. Mas a razão foi mais forte, ambos começamos a rir de puro nervosismo e exclamamos em uníssono:

-NÃO, NÃO!!!!!!!!!!!

E mais que depressa retornamos ao mercadinho, cujo dono já começava a fechá-lo. Terminamos a bebida, rindo, um pouco envergonhados, um pouco orgulhosos de nós mesmos, por termos resistido à tentação das trevas. Ficamos alguns minutos repassando a cena, rindo, desdenhando de nós mesmos, até que exclamei:

-Agora entendemos como nunca porque o Anhangabaú, dizem, era um lugar mal-assombrado e evitado pelos índios que viviam por aqui. Isso foi uma verdadeira descida ao inferno moral.

E mais que depressa subimos de volta à Praça da República, onde cada um tomou rumo para sua toca.

Os caros leitores podem julgar exagero dramático de parte deste sujeitinho, mas pensem um pouco: em uma terça à noite pouco acolhedora a boêmios, descer para um pedaço do Centro que se tornou notório pela violência, apenas para buscar cerveja incrementada e, mesmo que por um  átimo de tempo, ser tentado a visitar  o outrora epicentro dessas confusões, que afugentaram todos os frequentadores da região com amor a sua pele?  É ou não uma verdadeira descida ao inferno e voltar para contar?

Saudações canalhas e cafajestes

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Texto curto, fútil, inútil

Estava papeando ao telefone com o colaborador mor desta tranqueira e entre outros assuntos, me queixei da dificuldade de gerar novas postagens para ela, dados o isolamento social, a falta de vida noturna, que obviamente, impedem que novas experiências sejam vividas e testemunhadas com a regularidade e intensidade que o blog pede (aviso aos caros leitores: se estou até que me saindo bem e mantendo o blog ativo, isso é conseguido dura e bravamente).

Pois eis que ele, meu amigo/colaborador, sai com uma brincadeira de palavras simples e precisa e uma definição perfeita da situação:

"Alex, o Noites se alimenta das noites."

Saudações canalhas e cafajestes