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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Instantâneos sobre a grande festa zumbi que assola este país

Na última madrugada de sexta para sábado fiz uma pequena peregrinação pelo centro, para ser exato o início e arredores da avenida 9 de julho, para produzir uma matéria sobre a região, que me foi encomendada pelo redator-chefe de um jornal qualquer. Como o sujeito pedira fotos para acompanhar minhas garatujas e principalmente, ofereceu verba extra para isso, convoquei um amigo fotógrafo para fazer as tais. Marcamos por volta da meia-noite no Estadão, para lá entornarmos alguns litros de cerveja e traçar um roteiro mínimo  da missão.
Mal deixei meu quartel-general e caminhei talvez uma centena de metros, topo com uma confusão dos diabos no pedaço do Centro que engloba início da Augusta, República e entornos: trânsito paralisado, buzinas, berros, bichas e vadias aos montes desfilando caras e bocas de "me come por favor", além de milhares de tipos anestesiados e sem qualquer traço marcante andando para lá e cá: ou seja, toda a malta ignara que caiu sobre o centro como gafanhotos esfomeados e ressequidos nas últimas semanas, atraídos pela patética "ressurreição do carnaval de rua em SP", para exibir seu desespero e postar milhares de selfies que atestam sua participação na "modernidade paulistana"...
O resultado previsível: demorei bem mais que o estimado para alcançar o legendário pé-sujo. Uma vez lá, perguntei ao meu amigo (que já me esperava há uns bons quinze minutos) se ele sabia com exatidão o que se abatera sobre o centro, ao que respondeu: nada menos que um bloco de carnaval (ele, como eu, é um roqueiro autêntico e abomina essa "festa") nomeado "bloco do jegue elétrico". Não me contive, cai na gargalhada e exclamei em altíssimo e ótimo som, dando de ombros que o Estadão estava tomado por esses tipos intitulados foliões: "que nome perfeito, todo bloco de carnaval devia ter jegue no nome!"
Após nos abastecermos, partimos para nossos deveres profissionais, cumpridos com louvor, diga-se.
Mais tarde, após algumas partidas de bilhar, disputadas em um simpático bar na Nestor Pestana, defronte ao terreno do saudoso endereço original da Kilt, resolvemos caminhar um tanto a esmo. Eis que topamos com uma aglomeração no túnel que corre por baixo da Praça Roosevelt. As luzes estavam acesas e potentes e uma multidão se amontoava ali, nada de especial parecendo fazer ou ser. Esquadrinhamos a cena por algum tempo e meu amigo, sagaz como sempre, disparou: "parece uma cena de apocalipse zumbi, um monte de seres bestializados, humanos somente na forma. Vamos mais de perto ver o que é isso?"  Claro que topei na hora e adentramos o evento, festividade ou o que fosse. Logo descobrimos que não passava de umas duzentas pessoas, a maioria na casa dos 20, 20 e poucos anos, ouvindo uma música "alternativa" qualquer, movendo-se ao ritmo idiotizante daquilo e com olhares, garanto, de zumbis. Encaramos um ao outro, como que dizendo "que droga é essa e o que estamos fazendo aqui??!!!" e zarpamos, não sem antes que meu amigo fizesse algumas fotos da erupção de idiotia. Selecionei a melhor delas, está logo abaixo. 
Caros leitores, olhem-na com atenção e pensem: lembra ou não, e muito, uma cena de filme ou série de tv de zumbis,  uma massa desses seres a vagar pelo mundo?

Saudações canalhas e cafajestes



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