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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Reflexões noturnas para as quais não se encontrou uma canção que sirva de fundo

Mais uma noite  na rua Angústia, a contragosto, para lá levado pelas circunstâncias; mais uma noite de risadas, de atitudes e ações que por vezes descambaram para brincadeiras que misturavam a canalhice do velhaco com o entusiasmo de garotos pubescentes; o testemunhar do desfile tragicômico da "juventude" natimorta e idiotizada centro afora; o dever de apartar princípios de brigas tolas e infantis, que sempre ostentam a participação do mesmo sujeito; o assédio, o flerte, abordar, lançar olhares, receber olhares das mulheres, em busca da próxima musa de uma única noite.
Em meio a essa busca, surge uma musa para lá de questionável de outra ocasião, com extrema facilidade, este escriba é capturado pelos tentáculos invisíveis e terríveis de charme que ela lança, toma-a pela cintura e ouve um discurso de poder e desdém, que esse sujeito teve a vez dele e hoje não teria outra, um espetáculo de egoncentrismo, sexualidade e palavras carregadas de outros sentidos assistido pela platéia aparvalhada dos amigos de ambos; responde com todo o pouco sarcasmo e ironia que um macho dominado por uma fêmea é capaz, o olhar pesaroso dos colegas de canalhice, ao verem um sujeito tão rodado ser pego na mais antiga das armadilhas; logo é defenestrado dos braços da outrora musa tão facilmente como foi acolhido; mais uma vez usado sabe-se lá para que, por uma mulher qualquer, que ela atinja seus feitos mesquinhos; a baixaria, os mal-entendidos e a violência logo se instalam de novo e a moça que pouco antes abraçava este escriba está a desferir socos contra outra, pelo mais banal dos motivos; mais uma vez temos de apartar, de tentar trazer a luz da racionalidade onde campeiam orgulho que não se justifica e egos em frangalhos; beber e beber, para relaxar e esquecer as idiotices cometidas por nós e pelos que nos rodeiam; e mais tarde descobrir que o atual "titular" da moça estava muito perto, testemunhou a cena e nada fez, mas antes de partir dispara um frio olhar de aviso, mas também de inegável compreensão, de camaradagem, de que somos membros de uma irmandade parva e fadada sempre a isso.
E a noite termina, as ponderações são feitas, seus amigos põem você no devido lugar e o protagonista/escriba tem mais uma vez a amarga sensação de ter experimentado coisas quase sobrenaturais em um cenário habitado por seres muito vivos e carnais. Muito carnais.  

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