Estávamos este escriba e um de seus amigos colaboradores frequentes singrando uma rua do Centro de São Paulo, rumo a um de nossos bares de rock favoritos, já no final do dito feriado carnavalesco; as ruas ainda apinhadas de todos os 'jovens dinâmicos', lacradores, modernetes e quetais que tomaram de assalto as ruas dessa região, durante essa efeméride, nos últimos anos.
Não nos incomodamos nem um pouco com a presença desses seres coloridos, apenas ríamos da aparência digamos exótica da maioria deles. Eis que passa por nós um sujeito envergando uma pochete de lantejoulas prateadas pendurada no peito, todo saltitante... Meu amigo vira-se e comenta:
"Rapaz brilhoso", ao que respondo: "deixe de ser preconceituoso, o cara pode ter a aparência que quiser", num tom ainda mais jocoso. Ele retrucou: " Quem disse que fui preconceituoso ou critiquei o rapaz, apenas disse que ele brilha, literalmente." Após alguns segundos, mergulhado em evidente reflexão, ele completa: "Nosso idioma não é maravilhoso? Uma mesma palavra, dependendo de como você a utiliza, pode exaltar ou detonar a criatura em questão".
E caímos na risada, enquanto adentrávamos nosso refúgio de boa música.
Saudações canalhas e cafajestes
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